Volta ao mundo: riscos globais em 2024 e impactos no Brasil

18/01/2024
Volta ao mundo: riscos globais em 2024 e impactos no Brasil | JValério

Saiba quais são as principais projeções do cenário econômico internacional 

Em comparação com 2022, o ano passado terminou com o sinal de alerta ligado, pelo menos do ponto de vista econômico. De acordo com um relatório do banco Itaú, o fato da taxa de juros ter subido mais do que o esperado, assim como a desaceleração bem gradual da inflação, faz com que as perspectivas futuras sejam vistas com cautela pela gestão financeira e corporativa. 

Diante disso, o maior banco privado do país fez uma análise dos potenciais cenários para 2024, sobretudo, com foco na economia americana e suas consequências em demais países, inclusive, o Brasil. Afinal, existem diversas probabilidades e todas elas afetam diretamente o preço dos ativos e, por consequência, o mercado internacional.

Vejamos um breve resumo dos possíveis caminhos a serem considerados pelo empresariado ao redor do mundo. 

O que esperar do cenário internacional em 2024

Chega janeiro e com ele os temores impostos pelas projeções. Aliás, nesta época, se tem uma preocupação latente nas pautas de gestores e executivos ela diz respeito à dinâmica inflacionária. Isto é, sempre há o receio de uma recessão e, portanto, vale a pena conferir o que consta na última edição do “The Weekly Globe” para poder se antecipar ou, ao menos, se preparar para o que está por vir. 

Confira alguns trechos do documento a seguir.

Soft landing

Uma das primeiras possibilidades citadas envolve a inflação, que nesta perspectiva passaria a ceder de forma mais expressiva daqui para frente. Em paralelo, veríamos a atividade econômica desacelerando a passos lentos. Esse contexto vem sendo associado ao conceito de “soft landing” (ou pouso suave, na tradução para o português), no qual o banco central é capaz de controlar a inflação, com baixo custo. Com isso, haveria espaço para uma antecipação dos cortes nos juros, novamente oferecendo suporte e resultando, possivelmente, em um panorama muito positivo para os ativos globais.

Inflação persistente

Do outro lado, são levantadas duas hipóteses em caso de uma inflação mais persistente capaz de elevar os juros por um período maior.  Em uma, os indicadores - em especial as medidas de núcleo -, seguiriam rodando em um ritmo mensal que levaria a uma queda dos altos níveis vistos anteriormente, mas ainda compatível com números acima da meta. Isso permitiria que o Federal Reserve (Fed) - o equivalente ao banco central americano - finalize seu ciclo de aperto, mas mantenha o tom duro, reforçando a necessidade de uma política restritiva por mais tempo. Essa projeção vem ganhando força nas discussões econômicas recentes, e, sendo assim, deve estar parcialmente embutida nos atuais preços de ativos.

Contudo, as últimas leituras reforçam as chances de o indicador permanecer elevado. Diante disso, uma dinâmica inflacionária mais desafiadora levaria o Fed a “apertar” a política monetária este ano. Na prática, o resultado seria uma restrição adicional das condições financeiras e a chegada de uma recessão. Certamente, os mercados globais seriam obrigados a fazer correções mais expressivas, visto que o momento seria negativo em se tratando de investimentos. 

Riscos geopolíticos

Apesar da pandemia ainda surtir efeitos que são absorvidos pela economia, a maior ameaça agora se concentra na crise geopolítica provocada pelos conflitos na Europa e Oriente Médio. Em contrapartida, algumas consultorias consideram as eleições presidenciais norte-americanas como a principal fragilidade capaz de gerar impactos econômicos mundiais. 

Seja como for, a tendência é que o Fed pare de subir os juros, ainda que mantendo uma postura rígida e afaste a iminência da discussão sobre cortes nas taxas. Porém, o esboço de uma conjuntura com maior intervenção da autoridade vem se intensificando. 

Relatório Top Risks 2024

Produzido pela empresa de consultoria e pesquisa de risco político, Eurasia Group, o relatório “Top Risks 2024” lista outros “problemas” globais que podem afetar os rumos da economia ao redor do planeta. Para os especialistas da companhia, eles se apresentam na ordem abaixo: 

1. Eleições nos EUA: a disputa presencial, independentemente de quem vença, irá aumentar as divisões e disfuncionalidade da democracia industrial americana;

 2. Crise no Oriente Médio: puxada principalmente pelo conflito entre Israel e Hamas, que segue piorando;

3. Ucrânia partida: na avaliação em questão o país deve perder território este ano, conforme a Rússia deverá consolidar o controle sobre a região leste e o governo de Volodimir Zelenski enfrenta dificuldades para obter mais recursos a fim de custear a operação de guerra;

4. IA desgovernada: os avanços da inteligência artificial trazem incertezas aos governos à medida que são necessárias regulamentações e códigos de conduta ética para garantir que os processos e avanços da tecnologia emergente ocorram sem danos nas diferentes esferas em que está presente;

H3 5. Eixo dos trapaceiros: a aproximação de Rússia, Irã e Coreia do Norte, que se intensificou após a guerra na Ucrânia, e as sanções impostas pelo Ocidente a Moscou.

Impactos do cenário internacional no Brasil

Enquanto trabalha nos projetos de leis complementares, fundamentais para a efetivação da Reforma Tributária, a equipe econômica do governo brasileiro ainda avalia os impactos que as oscilações do cenário internacional causarão internamente ao longo de 2024. Nas apostas da Eurasia, apesar de ainda ter muitos desafios a resolver, o país vive um momento de estabilidade política e econômica. Na contramão de outras nações, pode até ter benefícios devido às guerras em andamento. 

O material aponta ainda que o segundo ano do mandato do governo atual deverá ser mais desafiador que o anterior, especialmente pelo esfriamento da economia e pela dificuldade para cumprir a meta de déficit fiscal zero. Concomitantemente, às ações governamentais têm dado boas sinalizações ao mercado, com bons indicadores, recordes na bolsa de valores e a estabilização do dólar abaixo do patamar de cinco reais. Vale lembrar que devemos participar ativamente de discussões a respeito da crise climática, transição energética e o combate à desinformação. 

Em resumo, à medida que os dias vão passando começam a se confirmar ou não as principais perspectivas listadas acima. O que vai acontecer com toda a certeza? Ainda não sabemos, é muito cedo para dizer. Entretanto, gestores e líderes conscientes sabem que estar no hype significa informação, conhecimento e, na era digital, atualização constante. 

Assim, não deixe para amanhã a oportunidade de participar de um ou mais programas da JValério. Eles são o passaporte para uma visão ampliada, networking de qualidade e progressões de carreira em sintonia com as demandas do mercado de trabalho e toda sociedade. 

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