Tendências globais de alto impacto à governança corporativa

13/06/2024
Tendências globais de alto impacto à governança corporativa | JValério

Questões como o avanço da IA e a diversidade de gênero devem pressionar gestores que, por sua vez, terão que trocar o conservadorismo pela inovação 

Você, leitor assíduo, já sabe que em se tratando de conteúdo empresarial, a JValério não poupa esforços para debater tudo o que há de mais relevante no universo dos negócios. Porém, não há como negar que em meio a tantas questões pertinentes, a governança corporativa acaba sendo, de fato, uma pauta recorrente. Motivos para isso não faltam, afinal, o conjunto de boas boas práticas é absolutamente vital não só à sobrevivência de qualquer CNPJ, como para que os empreendedores possam crescer de maneira sustentável. Além disso, pode ser resumido como uma alavanca para o desenvolvimento e um pilar da perenidade, em especial, nas administrações familiares. 

Como se não bastasse, atuar dentro das quatro linhas da governança corporativa tendo princípios sólidos como base abre um dos caminhos mais férteis em termos de adequação diante de toda a cartilha ESG, um dos tópicos mais debatidos pelas gestões de todo o mundo atualmente. Não por acaso, organizações de diferentes portes e setores dedicam-se a compreender e implementar processos padronizados a fim de dirigir e monitorar as atividades da estrutura organizacional de forma mais ética e transparente - e por que não, resiliente. 

Com isso, tanto as pequenas e médias (PMEs) como as grandes empresas, desmistificam uma das dinâmicas mais valorizadas pelos conselhos estratégicos no comando das operações: otimizar a tomada de decisões  em meio a um clima de engajamento e confiança entre todas as partes interessadas (stakeholders). Sem falar que se torna mais fácil cumprir regras quando se tem mecanismos para lidar com obrigações legais e regulatórias. Ou seja, aquele farol que ilumina a jornada rumo ao sucesso. 

Sendo assim, se vamos falar de governança corporativa novamente, faremos isso trazendo os temas mais urgentes e tendências globais que estão movimentando o mercado e, por consequência, não podem ser ignoradas nas reuniões daqui para frente. Sobretudo, aqui no Brasil. 

Confira! 

Antes de tudo, que tal refrescar a memória?

Como foi dito anteriormente, aqui no blog da JValério, a governança corporativa é debatida à exaustão tendo em vista sua extrema importância. Pensando nisso, fizemos um breve check-list com as principais matérias publicadas no caso de alguém querer fazer a lição de casa antes de prosseguir. 

Tendências globais que impactam a governança corporativa

Pronto, depois do intensivão a respeito de governança corporativa, vejamos quais são as tendências globais e temas mais urgentes que estão pressionando os gestores e suas agendas a nível global. 

Os pontos que listamos a seguir foram retirados do estudo Tendências Globais em Governança Corporativa para 2024, produzido anualmente pela consultoria Russell Reynolds Associates. A pesquisa reúne os principais desafios identificados por lideranças da área para os integrantes de conselhos brasileiros e de outros países. Além do Brasil, foram ouvidos representantes de EUA, Canadá, México, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Países Nórdicos, Índia, Emirados Árabes, Austrália, Cingapura e Malásia.

Avanços tecnológicos

A Inteligência artificial (IA), a computação quântica e outras tecnologias avançadas estariam na mira de líderes empresariais e stakeholders mais fortemente em outras partes do mundo do que no Brasil - principalmente em 2023, com a popularização do ChatGPT, da OpenAI.  Para se ter uma ideia, mais de 30% das empresas do índice S&P 500 e cerca de 17% das companhias do índice Russell 3000, ambos dos EUA, pautaram a IA em seus proxy statements (documentos dirigidos a acionistas antes de uma reunião) no ano passado. Do outro lado do oceano, a União Europeia discute a Lei de Serviços Digitais, sancionada em fevereiro, e como a regulamentação irá impactar os negócios hoje e no futuro. 

Por aqui, os investidores anseiam por iniciativas mais inovadoras em termos de digitalização, big data, IA e machine learning. Na visão dos especialistas ouvidos, as empresas brasileiras precisam lidar antes com as dificuldades de encontrar procedimentos robustos de segurança cibernética para frustrar possíveis ataques digitais e proteger sistemas contra vazamentos de dados. Caso contrário, seremos apenas followers (seguidores) das grandes potências. 

Mudanças climáticas

Em relação à sustentabilidade, o estudo observou a influência da realização da COP-30 no Brasil, em 2025, como uma aliada para o direcionamento da governança às temáticas ambientais e sociais. Junto a isso, a pressão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com a Resolução n.º 193/2023 para a adesão das companhias aos padrões ISSB IFRS S1 e S2 em relatórios de sustentabilidade pode fazer de 2024 um ano fundamental para o teste de regulações antes da implementação obrigatória.

Diversidade de gênero

De acordo com o relatório, o Brasil apresenta desvantagem em comparação com países como França e Reino Unido, nos quais 40% das cadeiras dos conselhos administrativos de grandes organizações  são ocupadas por mulheres. Também ficamos atrás de Cingapura e Malásia, locais onde a liderança feminina chega a 25%, superando nossos meros 18%. Nos EUA, por exemplo, já se discute a diversidade étnica, pois eles já passaram pela de gênero e pela racial e estão em um terceiro ciclo. O Brasil ainda está no primeiro, que é o de diversidade de gênero. Venceremos o conservadorismo? 

Reaquecimento do mercado de capitais

Após dois anos de hiato, há uma expectativa por novos IPOs (sigla em inglês para oferta pública inicial de ações) e follow-ons (ofertas de ações de empresas listadas na bolsa) no país. Vale lembrar que, no final de 2023, o Bank of America chegou a estimar uma movimentação do mercado de capitais brasileiro de até R$ 120 bilhões em um período de um ano e meio.

Padrões gerais de governança

Por fim, os conselhos brasileiros precisam elevar os padrões de governança corporativa em termos de organização, isso se quiserem manter o equilíbrio frente a outros mercados. Dentre as recomendações estão:

  • Fortalecer mecanismos de transparência para a remuneração de conselheiros e executivos;
  • Manter um plano estruturado para sucessão de lideranças com vistas a diminuir riscos de disfunção na empresa com a saída de C-levels; 
  • Criar avaliações externas para identificar oportunidades de melhorias nos conselhos; 
  • Elevar a dinâmica de atuação dos acionistas com assentos nos conselhos, de modo que suas funções sejam a de representar, de fato, os interesses estratégicos da empresa.

Ufa, são tantas novidades que fica até difícil assimilar todas elas de uma vez. Mas, fique tranquilo, que agora temos uma dica de ouro para quem deseja investir tempo, conhecimento e recursos na governança corporativa, saindo da teoria e partindo para a prática. 

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