ESG: sigla que veio para mudar a governança corporativa

21/05/2021
ESG: sigla que veio para mudar a governança corporativa | JValério

Empresas que estão apostando na sustentabilidade de suas atividades já sentem na prática os efeitos positivos de atração de novos investimentos e valorização da marca

O cuidado redobrado nunca foi tão debatido e requisitado quanto nos tempos atuais. Seja na vida pessoal ou profissional, a pandemia da Covid-19 mostrou como a adaptação às mudanças profundas que o mundo testemunha não pode mais ser ignorada.

Nesse contexto de crise, que exige muita resiliência para superar os obstáculos, como fica a governança corporativa? Para responder a essa pergunta, é preciso recorrer a temas que já estavam em discussão antes da pandemia e lembrar de três letras para fazer outro questionamento: o que é ESG?. Pode apostar, essa questão chegou para ficar e promete revolucionar o jeito como se planejam as atividades empresariais.

Em inglês, a sigla significa os efeitos e ações das empresas envolvendo Enviromental (o Meio Ambiente), Social (Social ou a comunidade em geral) e Government (a Governança).

“As práticas de ESG não pediram licença para entrar no debate, que está obrigando os dirigentes e lideranças de companhias ao redor do mundo, inclusive no Brasil, a repensar como conduzem seus negócios”, afirma Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Planejamento e Gestão.

O modo de agir corporativo baseado nesse novo sistema passa ao largo de centralizar estratégias na consolidação dos lucros e conquistas de novas fatias de mercado.

Repensar modelos

Em síntese, o recado é claro e duro para as empresas: é preciso mais. Num cenário em que o aquecimento global e seus efeitos sobre a natureza já afetam os negócios e as economias de países inteiros, as organizações do setor produtivo estão sendo convocadas a repensar seu modelo de atividade de forma radical, priorizando a sustentabilidade, responsabilidade social e princípios éticos na gestão.

Ou seja, a realidade é complexa e exige ir além dos discursos com boas intenções, levando a outra reflexão: como aplicar a análise ESG e tirar tudo do papel? Resposta:

1.É necessário saber como a atividade está impactando na manutenção dos recursos naturais, dos quais todos dependem para manter a vida.

2.Voltar olhos e ações em benefício da comunidade onde a empresa está inserida.

3.Para completar, o planejamento e gestão da empresa também deve garantir o engajamento das equipes nessa nova cultura de trabalho e estender as práticas de ESG aos fornecedores e clientes.

Exigência de investidores

“Num primeiro momento, todo esse discurso parece até conhecido demais. Mas agora, é diferente. Tudo porque investidores, com as carteiras abarrotadas de dólares e euros, estão investindo em projetos de negócios e empresas que adotem as práticas de ESG”, ressalta Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento. A governança social, ambiental e corporativa já chama a atenção e vem movimentando fortunas ao redor do mundo, o que comprova uma aceleração da preocupação com aplicação corporativa de ESG.

O gigante fundo de investimento americano Black Rock já reserva boa parte de seus recursos para apoiar empresas socialmente responsáveis. No Brasil, grandes bancos, como Bradesco e Itaú, corretoras de valores com operações expressivas na Bovespa, já organizaram fundos para apostar investimentos em projetos empresariais que colocam o segmento ambiental, social e de governança como o carro-chefe de suas estratégias de negócio.

Mais atores estratégicos

Outros atores não menos importantes também têm poder de fogo suficiente para cobrar resultados concretos nos temas de ESG. Trata-se de um alerta para empresas que possam distorcer ou tentar aplicar só em parte esses novos conceitos. Quem insistir, pode se afundar em uma aposta de risco.

‘Stakeholders’ de peso, como governos e a sociedade organizada, já cobram das organizações empresariais maior protagonismo para cuidar do meio ambiente e evitar que suas atividades causem danos à ecologia, afetando a qualidade de vida das comunidades que vivem e se relacionam com a empresa de forma direta e indireta.

“Quem fizer a lição de casa, terá esses agentes de influência a seu lado e não contra o que não só agrega valor à marca, mas tem poder para consolidar e atrair cada vez mais novos investimentos. É um círculo virtuoso com origem na adoção transparente e verdadeira dos princípios preconizados pelo ESG”, afirma Oliveira.

Investimento seguro

Um aspecto importante é que companhias focadas em investimentos que observem a proteção ao meio ambiente, engajamento com a sociedade e disponibilização das melhores práticas de governança interna tendem a ser focadas no longo prazo. Isso representa uma característica importante de solidez de princípios e mais resiliência em períodos de turbulência. Ao apostar em negócios com esse perfil, investidor e empresário dispõem de uma maneira muito objetiva de se proteger de riscos ou projetos em que a ambição ignora a realidade de mercado.

Por falar nisso, a gestão de ameaças que possam comprometer atividades da empresa é um caminho que pode levar às práticas sustentáveis. Assim, consultorias empresariais especializadas devem ser vistas como investimento, uma espécie de “seguro” para agir nos momentos de incerteza e que podem alavancar a filosofia de negócios de ESG.

Há 25 anos, o PAEX (Parceiros para a Excelência) é um programa que a Fundação Dom Cabral e a JValério Gestão e Desenvolvimento mantêm para realizar uma série de ações que busquem agir de forma preventiva ou em episódios delicados, identificando riscos e buscando respostas para fazer frente a esses desafios.

O PAEX faz um raio-x das condições da empresa e suas potencialidades, atuando em todas as áreas do negócio ao apurar como está a situação em cada um deles (do marketing, para as finanças e a logística, por exemplo). “A finalidade é garantir o alcance de resultados perenes nos curto e longo prazos”, afirma Oliveira, que chama o programa de “ferramenta estratégica do empresário”.

ESG: nova cultura na gestão

O professor orientador da FDC e da JValério, que estará à frente do PAEX na companhia, é um parceiro do negócio do empresário, um verdadeiro conselheiro do processo de facilitação da gestão para que ela consiga identificar as melhores oportunidades e mitigar ameaças de riscos, sejam eles internos e externos ao negócio.

Despertar novos hábitos, fortalecer culturas de gestão na equipe, aprimorar o relacionamento com a comunidade, clientes e fornecedores. São características previstas no segmento ESG e que o PAEX trabalha para, inclusive, atender a um mercado que já considera a responsabilidade social como uma das promissoras e prioritárias práticas de negócio e gestão do século 21.

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