Quando o sonho do pai passa para filha

15/03/2021
Quando o sonho do pai passa para filha | JValério

Nossa personagem de hoje da série “Mulheres Transformadoras” é a diretora executiva da Vectra Construtora, Roberta Nunes Mansano; ela é um exemplo de como a presença feminina começou a fazer parte naturalmente da sucessão familiar

No Dia Internacional das Mulheres, comemorado no último dia 8, nós iniciamos uma série aqui no blog da JValério Gestão e Desenvolvimento, que conta a história de lideranças femininas que são uma inspiração para qualquer gestor, independente do gênero e da faixa etária. No primeiro episódio, contamos os bastidores da carreira da psicóloga Sonia Rossi, que atua, há 17 anos, na área de recursos humanos da Gazin. Ela já foi empreendedora, professora universitária, profissional liberal, até construir uma reputação sólida e reconhecida no universo corporativo.

A nossa personagem de hoje é de outra geração e poderia ser filha de Sonia. E, diferente da executiva da Gazin, é herdeira da Vectra, em Londrina, no interior do Paraná. Antes de se formar em Comunicação Social, com habilitação em jornalismo, Roberta Nunes Mansano, que é a diretora executiva da empresa, já circulava pelos corredores e pelos canteiros de obra da construtora. Ela faz parte de um fenômeno recente, observado apenas nos últimos 15 anos, que é a presença das mulheres na sucessão familiar.

A ação das herdeiras na rotina da gestão empresarial é fruto de uma mudança nos padrões culturais. A conquista das mulheres no mercado de trabalho é recente e passa pela ocupação de cargos executivos e até mesmo na atuação na política. E essa participação mais ativa refletiu numa nova configuração também nas empresas familiares.

Na esteira de todo esse processo, as figuras masculinas que fundaram a organização passaram a acreditar no potencial das filhas para comandar a empresa e ocupar o seu lugar no processo de sucessão familiar. “No caso da minha família empresária isso aconteceu naturalmente. Comecei a trabalhar na Vectra quando ingressei na minha primeira graduação. Mas com a atuação na companhia me apaixonei pela área de gestão e encontrei no meu exercício na Vectra a realização profissional”, conta Roberta.

De geração para geração

Alguns fundadores encaram o pesadelo de imaginar que não haverá, na linhagem familiar, alguém para perpetuar seu legado. Esse não é o caso do empresário Manoel Luiz Alves Nunes, que acumula uma trajetória de 45 anos empreendendo na área da construção civil. Seus dois filhos atuam na Vectra, fundada por ele em 1996, e, ainda muito jovens, eles se tornaram membros da família empresária.

O ingresso na empresa nunca foi encarado por Roberta como uma imposição, no sentido pejorativo da palavra, mas como parte do modus operandi da educação naquela casa. “Eu sabia que ter um trabalho era uma exigência dos meus pais. Mas nunca encarei isso como algo negativo e me senti acolhida no ambiente empresarial fundado por ele. Nunca senti o peso de ser a filha do chefe. Sempre trabalhei como os outros colaboradores”, recorda Roberta.

Aos poucos, a jovem herdeira foi tomando gosto pelo negócio e descobriu que era feliz na empresa fundada pelo pai e que aquele era seu lugar na vida profissional. E foi assim que o sonho de Manoel Nunes passou a ser o sonho de Roberta, que vislumbra um futuro promissor à frente da incorporadora. “Eu sempre olho para trás com muito respeito e admiração porque, desde pequena, vejo a dedicação do meu pai nas empresas que fundou. Meu projeto de vida está alinhado com os valores dele, que guiam as diretrizes do meu planejamento estratégico na empresa, no cargo de diretora. Acredito que esse seja o maior legado do meu pai”, afirma a executiva.

O gosto pela gestão uniu pai e filha

Não foi o canteiro de obras que colocou lado a lado pai e filha, mas o gosto pela gestão. “Meu pai sempre exerceu uma forte influência sobre nós. Acredito que foi por esse motivo que prestei vestibular para construção civil. Quando notei que aquela não era minha vocação, já cheguei com o discurso e os argumentos na ponta da língua: eu sabia que ele não admitiria que eu ficasse sem fazer nada. Essa sempre foi a educação que recebemos. No entanto, contei com o apoio dele e da minha mãe para deixar a engenharia de lado para cursar Jornalismo, porque ele sabia que aquele seria um novo ponto de partida na minha carreira e que abandonar a engenharia não era um ponto final”, reflete Roberta.

Ela acrescenta que interrompeu a atuação na empresa fundada pelo patriarca quando se formou e foi estudar na Espanha. Mas desde que voltou, se dedica exclusivamente à Vectra. “Em todo esse tempo, passei por todas as áreas, até me estabelecer na gestão. Foi nessa área que encontrei o meu lugar. E é assim que caminhamos aqui na empresa: fundadores e herdeiros ocupando, cada um, sua função. Nós quatro, eu, meu irmão, meu pai e minha mãe, temos papeis bem definidos e cada um de nós é reconhecido por isso. Nossas habilidades e competências falam mais alto e sou respeitada na empresa por minha atuação. Não acredito que o meu crescimento esteja vinculado ao fato de ser a herdeira, mas pela trajetória que construí todos esses anos”, pontua Roberta.

Passando o bastão

Manoel Alves sempre foi um grande incentivador da carreira da filha e acolheu as necessidades dela de aperfeiçoar sua formação continuada – aliás, foi por isso que a executiva buscou os cursos oferecidos pela JValério Gestão e Desenvolvimento, associada à Fundação Dom Cabral.

Pai e filha também chegaram a um consenso sobre a importância de planejar a sucessão, mesmo que esse processo já estivesse naturalmente delineado quando os irmãos ingressaram na empresa. Na visão de Roberta, que se matriculou no PDA - Parceria para o Desenvolvimento de Acionistas Nacional, que está no portifólio da JValério Gestão e Desenvolvimento, o curso foi um divisor de águas. “Essa formação está me dando qualificação e bagagem no quesito governança corporativa. A troca de conhecimento com os outros integrantes da turma, o compartilhamento de experiências e vivências tão distintas é muito rico. E é muito importante contar com o apoio do meu pai para estar à frente do planejamento sucessório, no qual ele também desempenha um papel importante como mentor. Nós dois reconhecemos a importância do papel do outro e é isso que nos aproxima e diminui os conflitos na gestão familiar, que deve ser pautada na confiança”, finaliza Roberta.

Fim dos paradigmas

Hoje conhecemos a trajetória da diretora executiva da Vectra, que põe um ponto final ao estereótipo masculino como o primeiro da fila na sucessão familiar. Afinal, essa não é uma questão de gênero, mas de eleger o perfil profissional mais preparado para assumir o controle da empresa familiar. Planejar e envolver os herdeiros no processo sucessório são as principais ferramentas para perpetuar os negócios das famílias empresárias.

Aos 25 anos de fundação, a sucessão familiar já é encarada como uma realidade na Vectra Construtora, cujo slogan é “muito além do lugar comum”. Com sede em Londrina, a empresa é especialista na incorporação e construção de empreendimentos residenciais e comerciais diferenciados e de caráter inovador. A antecipação às tendências do mercado imobiliário e os projetos arquitetônicos da Vectra Construtora agregam detalhes que garantem excelência no acabamento, funcionalidade e conforto aos usuários.

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