Jornada digital é prioridade na gestão

05/08/2021
Jornada digital é prioridade na gestão | JValério

Alexandre Conte, da TOVTS, e Clodoaldo Oliveira, da JValério, apontam a cultura da inovação como elemento primordial no planejamento estratégico das empresas

A eficiência financeira e operacional sempre foi o pilar dos executivos na condução dos negócios. No entanto, a inovação se tornou um componente indispensável para a longevidade das empresas. Focar em números não é mais o suficiente. Para extrair o máximo de resultados financeiros, o gestor precisa olhar para frente e planejar o crescimento do seu negócio, tendo como base a cultura da inovação”.

A afirmação foi feita por Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento, durante um bate papo com Alexandre Conte, gerente de marketing da TOTVS, um dos maiores players de mercado de tecnologia do Brasil. Eles conversaram sobre a importância da jornada digital como estratégia de crescimento.

Clodoaldo aponta que a digitalização e a inovação são dois grandes desafios das empresas familiares brasileiras. “Essa informação foi comprovada, inclusive, por pesquisas, como a da PWC. Apenas 15% dos entrevistados confirmaram estar com a jornada digital em dia no país, contra uma média global de 19%”, conta.

As pessoas são protagonistas na virada digital

Para Alexandre Conte, a jornada digital se tornou um mito, que precisa ser desfeito. Segundo ele, os gestores precisam se permitir ao novo, mudar o mindset e ligar o seu radar em busca da inovação, que pode trazer aperfeiçoamento para o negócio.

“Esse é o primeiro passo. A zona de conforto faz parte da natureza dos empresários e a justificativa para isso é minimizar os riscos. A transformação digital começa com as pessoas e não com o investimento robusto em tecnologia. Elas são a porta de entrada para uma mudança de cultura para que a implementação da jornada digital seja possível”, destaca Conte.

Gestão Ambivalente

O gestor que projeta sua visão para os próximos três, cinco, dez anos, possui um grande dilema, na opinião do gerente de marketing da TOTVS. “O desafio está em dar continuidade ao seu modelo de negócio, não necessariamente de maneira tradicional, mas que está dando certo com a adoção de uma fórmula própria, sem esquecer de olhar para as tendências que surgem em um ecossistema de inovação pulsante”.

Para Conte, estar atento a todas as transformações tecnológicas é uma forma de perceber as ameaças e oportunidades que todas essas mudanças carregam e que podem evitar que seu negócio não fique obsoleto. “Essa é a premissa de um novo conceito na administração, chamado de gestão ambivalente. Na prática, significa olhar para o tradicional e para a inovação”, explica.

A gestão ambivalente é uma característica dos gestores que colocam a cultura da inovação no primeiro plano de visão. “Estamos vendo várias empresas comprando startups e criando seus próprios labs de inovação porque estão tentando se conectar com o que há de mais rápido e moderno no mercado, mas sem perder seu DNA. Quando você vê uma grande montadora comprando uma startup pequena de gestão de estoque, seu intuito é adquirir uma tecnologia pronta para aperfeiçoar o negócio principal.  E, talvez, ele possa vislumbrar uma nova unidade de negócios e se tornar um fornecedor. O segredo está em desenvolver algo que funcione para você e para o mercado. Esse é o maior ganho”, exemplifica o gerente de marketing da TOVTS.

Cultura de dados

A frase se tornou um clichê do mundo corporativo: você só conhece o que consegue medir. A cultura de dados foi impulsionada pelo avanço da tecnologia. Pensando na sustentabilidade do negócio, a implementação de indicadores dá suporte para o departamento financeiro e é capaz de melhorar a performance de uma organização.

O assunto é levado tão a sério por Alexandre Conte, que ele pretende até colocar uma frase na sua camiseta: “o que você acredita e eu penso, se tornam irrelevantes diante do que os dados nos mostram”. A frase, na visão dele, demonstra seriedade na adoção de indicadores. E, neste sentido, o gestor deve colocar na mesma balança a análise de dados financeiros e a avaliação da gestão de inovação. As duas áreas precisam de mensuração de resultados para que o negócio seja próspero e longevo.

O que difere a análise da gestão financeira da inovação é que a última implica em erros. “Inovar é algo exploratório. Isso faz parte da sua natureza. Mas precisamos conhecer a etapa desse erro. E quando falamos de digital, tudo é neuroticamente mensurável”, argumenta Alexandre Conte.

Barrar a concorrência

A audácia é um atributo dos gestores que focam na inovação, conforme o gerente de marketing da TOVTS. “Eles criam um produto novo antes que o que oferecem hoje se torne obsoleto. Encurtar o ciclo da vida do seu produto é uma atitude audaciosa, mas é uma forma de barrar a concorrência e sair sempre na frente”, avalia.

Clodoaldo Oliveira acrescenta que quebrar paradigmas e implementar a inovação são elementos fundamentais para a longevidade das organizações. E ainda dá um conselho para os gestores: “não podemos nos deixar levar pela pressão do dia a dia e pela preocupação com o cumprimento de metas”. Esse é um comportamento comum das lideranças que acabam relegando a transformação digital para o futuro e isso terá um grande impacto: é uma questão de sobrevivência para os negócios na era pós-pandemia.

Transformação digital é para todos

A Covid-19 mostrou que, mesmo os gestores que não colocaram a jornada digital como prioridade, conseguiram correr atrás e acelerar esse processo, tornando uma realidade. “E quando pensamos em digitalização, o principal aspecto é a conexão com o consumidor. Eu mesmo comecei a consumir de um mercado de bairro que investiu em e-commerce para permitir que os clientes pudessem fazer as compras com segurança na pandemia. A plataforma fidelizou os clientes e, agora que a pandemia está mais controlada, tive a oportunidade de conhecer a unidade física do supermercado. Marcas grandes, por outro lado, não fizeram a lição de casa e perderam mercado”, finaliza Alexandre Conte.

Aqui no blog da JValério nós contamos já a história da Rede Luzitana, de Rondônia, que se antecipou à tendência e lançou o e-commerce em fevereiro de 2020, um pouco antes da chegada da pandemia. As vendas online na rede supermercadista cresceram de 3 para 70. Veja mais no artigo Formação continuada prepara gestores para driblar crise.

O que achou sobre o conteúdo? Vamos conversar? Deixe um comentário.
ASSINE NOSSA NEWSLETTER