Caminho de mão dupla: saiba o que é custo de oportunidade

25/04/2024
Caminho de mão dupla: saiba o que é custo de oportunidade | JValério

Descubra como fazer análises por meio do conceito capaz de hierarquizar diferentes opções de investimentos e facilitar a tomada de decisões

Na vida pessoal, estamos acostumados a ter que fazer escolhas e renúncias para chegarmos onde queremos. Por exemplo, em um belo sábado de sol decidir entre: ir à praia ou concluir aquele trabalho importante com prazo de entrega apertado? Se alguém decide comprar uma casa significa, em muitos casos, abrir mão de diversas aquisições, como fazer a viagem dos sonhos. Mesmo temporariamente, às vezes, é necessário colocar as possibilidades na balança e deixar para ver o que o futuro nos reserva, pois em momentos como esses, avaliar os prós e contras é fundamental para entender o impacto das nossas decisões no curto, médio e longo prazo.

Em âmbito profissional, a dinâmica segue quase a mesma lógica, sobretudo, no mundo dos negócios. Estamos falando do conceito chamado “custo de oportunidade”, no qual uma opção sempre será deixada de lado em detrimento de outra. Para que se possa mensurar o que está em jogo ao desistir  de alguma coisa, é feito um cálculo a fim de avaliar o benefício perdido ao optar entre duas ou mais alternativas. Para bom entendedor, trata-se do dinheiro que podemos ou não ganhar a partir das estratégias colocadas em ação. Contudo, nem só de cifras são feitas as análises dos possíveis cenários. Afinal, independentemente do aspecto, além de recursos, estamos constantemente dedicando tempo, conhecimento e energia em prol de realizar conquistas e aumentar o grau de satisfação.

Quer entender melhor como o custo de oportunidade funciona para investir com mais segurança e rentabilidade? Segue o fio.

Importância do custo de oportunidade nos investimentos

Ao tomar decisões relacionadas a investimentos, não convém sair por aí arriscando. Por isso, hierarquizar as prioridades e levar o custo de oportunidade em consideração configura uma garantia a mais de maior retorno potencial sem deixar de analisar os riscos e objetivos. Sem falar na clareza acerca das vantagens e desvantagens de cada aplicação e como elas se encaixam no perfil investidor em questão. De modo geral, quanto maior o risco de perder dinheiro em um investimento, maior o retorno. Portanto, é difícil comparar o custo de oportunidade de um investimento de alto risco (como as ações) com um investimento quase sem risco (como títulos do Tesouro Direto).

Lembrando que os custos podem ser explícitos, isto é, diretamente relacionados ao saldo bancário e demais ativos, ou implícitos, quando os impactos financeiros ocorrem de forma indireta. Há ainda o custo de oportunidade zero, no qual, a princípio, parece que não estamos perdendo nada. Porém, isso vale mais na teoria do que na prática se pensarmos que, ao longo do tempo, o caminho escolhido ainda assim poderá resultar em efeitos positivos ou negativos.  Em tese, pode haver um enorme custo de oportunidade ao escolher títulos do Tesouro Direto em vez de ações, como mencionado acima, mas a segurança oferecida pelo primeiro pode torná-lo a melhor estratégia a depender das circunstâncias.

Seja como for, embora o custo de oportunidade não possua uma fórmula exata, ele pode ser quantificado com base na geração de valor. Apesar de se tornar aparente só após o fato, os gestores conseguem estimar o potencial futuro da escolha não realizada e compará-lo com o da escolha realizada. Aqui, imagine que o investidor está decidindo entre um fundo negociado em bolsa com um retorno esperado de 10% ou alugar um imóvel que fornecerá um retorno de 8%. Em suma, seu custo de oportunidade ao escolher o imóvel alugado ao invés do fundo será de 2%.

Custo de oportunidade = recompensa na opção não escolhida - recompensa na opção escolhida.

Como calcular o custo de oportunidade

Em se tratando da área financeira, as métricas mais utilizadas para calcular o custo de oportunidade são a taxa Selic e o CDI, dois indicadores que ajudam a descobrir se o retorno de investimento (ROI) é maior do que os índices a serem avaliados. Para consultar os valores atualizados de ambos (velhos conhecidos de modalidades de renda fixa, como o CDB) e definir se o investimento desejado é ou não vantajoso, basta acessar o site do Banco Central.

Vamos supor que você escolha manter todo o seu dinheiro na poupança com um retorno médio de investimento de 0,5% ao mês, somada a taxa referencial. Para saber o custo de oportunidade dessa decisão, é preciso comparar o rendimento da poupança com um título de renda fixa, como o CDB. Alguns CDBs pagam mais de 110% do CDI, enquanto a poupança não chega nem perto disso. Com esses valores, já é possível saber qual o custo de oportunidade envolvido.

Tipos de custo de oportunidade

Ao olhar para os tipos de custos de oportunidade, é possível observar quatro vertentes principais. Sendo elas:

1. Custo de oportunidade escondido

Considerados difíceis de identificar, o custo de oportunidade escondido é também chamado de camuflado. Ao escolher por um entre dois tipos de investimentos, fica fácil saber o que está envolvido graças à análise de juros e ganhos na operação preterida. No entanto, há custos que não podem ser mensurados, tais como: efeitos sobre a saúde e bem-estar, impactos nas relações sociais, oportunidades de desenvolvimento profissional, entre outros. Esse tipo de custo permite uma análise mais abrangente das alternativas e uma tomada de decisão mais precisa, pois nos leva a considerar implicações indiretas ou de longo prazo.

2. Custo de oportunidade aberto

Explicitamente identificado e mensurável, o tipo aberto existe para que se consiga calcular o custo real e está relacionado a alternativa mais óbvia e imediata que está sendo “sacrificada” ao tomar uma decisão específica. Utilizado, principalmente, em análises de custo-benefício, permite que você avalie as opções disponíveis e considere qual o ganho potencial que está sendo perdido ao escolher uma outra opção.

3. Custo de oportunidade ambiental

Baseado no valor máximo que pode ser obtido pelo usufruto de algum recurso natural, como por meio da queima de petróleo para a produção de combustível que inviabiliza seu uso em outras atividades, como na fabricação de copos plásticos. Ou ao desmatar florestas para desenvolvimento de agricultura que resulta na geração de renda dessa atividade. Esse tipo de custo de oportunidade pode incluir: poluição, degradação ambiental, mudanças climáticas, etc. Hoje em dia, o custo de oportunidade ambiental faz parte das boas práticas de ESG (governança ambiental, social e corporativa) no sentido de pautar a tomada de decisões de maneira mais consciente e ecológica no intuito de reduzir os impactos negativos no meio ambiente.

4. Custo de oportunidade contábil

O custo de oportunidade contábil está relacionado ao lucro disposto por uma decisão econômica ou de investimento, com base nos princípios contábeis. Resumidamente, consiste em avaliar os recursos financeiros utilizados em uma determinada atividade em relação às melhores alternativas disponíveis. Por consequência, o objetivo é determinar o valor financeiro delas em relação à escolha feita. É essencial na tomada de decisão de investimentos, pois permite que sejam avaliadas as implicações geradas.

Aceita um cafézinho?

Ainda não criaram jeito mais eficaz de explicar o custo de oportunidade do que pela metáfora do “cortar o cafézinho”. No Brasil, a bebida custa em média de R$12 a R$20 nas cafeterias. Digamos que uma pessoa tome café todos os dias ao custo de R$15 por xícara. Ao longo de seis anos, terá gasto R$32.850.

Caso tivesse investido a mesma quantia no Tesouro Direto, o retorno do capital seria na faixa de R$46.800. Em outras palavras, o indivíduo terá deixado de ganhar mais de 10 mil reais. Todavia, se ele for um apaixonado por cafés, como podemos atribuir números ao custo de oportunidade tendo em vista o que essa compra representa na rotina em termos de prazer e bem-estar?

Apenas o próprio poderia responder. 

Quer ter subsídios para responder essa e tantas outras questões que permeiam a realidade da gestão? A JValério Gestão e Desenvolvimento realiza o curso “Gestão Econômico e Finaceira (GEF)”, que será nos dias 15, 16, 22, 23 e 24 de março. A solução é presencial e será em dois módulos. Para conhecer mais, acesse: https://jvalerio.com.br/programas-para-executivos/gestao-economico-financeira/.

Faça parte da próxima turma do GEF, o programa voltado a quem deseja ser protagonista nas tomadas de decisões.

Nós sabemos que não há tempo e dinheiro a perder e você, como gestor, sabe melhor que ninguém a pressão que o mercado exerce sobre esta área tão estratégica quanto indispensável às organizações. Então, temos um convite: faça parte da próxima turma do GECOM, o programa voltado a quem deseja ser protagonista nas tomadas de decisões.

Clique aqui e garanta seu lugar!

O que achou sobre o conteúdo? Vamos conversar? Deixe um comentário.
ASSINE NOSSA NEWSLETTER