Metodologia ágil ajuda a definir Objetivos e Resultados-chaves em grandes corporações; no entanto, cabe como uma luva para melhorar também o desempenho dos pequenos negócios
Um dos desafios na gestão empresarial é envolver todos os colaboradores e mantê-los alinhados às metas do negócio. A boa notícia é que já existem metodologias para que as equipes concentrem os esforços na mesma direção e sigam à risca o planejamento estratégico. Estamos falando do OKR (Objectives & Key Results), que atua na organização dos objetivos e na mensuração de resultados.
O OKR surgiu a partir de uma iniciativa de Andy Grove, ex-CEO da Intel, que resolveu, na década de 1990, criar uma abordagem para engajar os executivos, colaboradores e empreendedores em uma busca contínua de objetivos estratégicos comuns.
Numa definição simples, os OKRS são Objetivos e Resultados-chave. O Objetivo é aquilo (O QUE) deve ser alcançado. Já os Resultados-chave correspondem ao monitoramento sobre COMO chegamos aos objetivos. Para cada objetivo, devemos definir de 3 a 5 Resultados-chave. Vale dizer que são bem específicos e limitados em um espaço de tempo (geralmente trimestrais), além de serem realistas, mensuráveis e verificáveis.
O livro “Avalie o que importa – Como empresas como o Google, Bono Vox e Fundação Gates sacudiram o mundo com os OKRs” traz cases sobre o impacto da utilização da metodologia em grandes corporações.
Um deles é o da Intuit, organização global que desenvolve e vende software de solução financeira e fiscal para consumidores e pequenas e médias empresas. Sua missão é “revolucionar a vida das pessoas na resolução de seus principais problemas de administração de negócios e finanças” e os OKRs estão alinhados com esse princípio.
Na Intuit, cada equipe define “subobjetivos” e cada funcionário, junto aos gestores, também define objetivos individuais que fazem com que a empresa chegue ao objetivo geral. Veja um exemplo prático:
Google, Amazon, LinkedIn, Disney, Walmart e Nubank ajudaram a impulsionar a fama dos OKRs na gestão empresarial. Todas elas alcançaram bons resultados a partir da metodologia. Mas, na visão de Marcelo Melgaço, professor da Fundação Dom Cabral (FDC), não se trata de mais um vocabulário da moda no mundo corporativo ou simplesmente uma estratégia de marketing ao apontar que a organização usa ferramentas ágeis no seu modelo de gestão.
Para Melgaço, os OKRs possuem uma importância absoluta. “Não por acaso um dos maiores adágios da gestão em todo o mundo é: “Quem não mede, não gerencia”. E não basta medir os resultados comerciais e financeiros do negócio. Tão importante quanto é medir e avaliar o desempenho do que determina o sucesso financeiro e comercial de uma empresa: relacionamento com os clientes, eficácia dos processos, desempenho das pessoas. Isso não quer dizer que devamos medir tudo, mas sim o que é mais importante, determinante para o sucesso do negócio”, afirma o especialista.
Marcelo Melgaço avalia que a maioria das famílias empresárias não sabe usar os OKRs em sua totalidade. A cultura de medir os resultados, por meio da adoção de indicadores, está presente no dia a dia, mas apenas parcialmente. O que direciona os resultados é algo que ainda precisa ser aprimorado na gestão. E essa falha pode prejudicar a performance do negócio.
“Se a empresa não mensura e avalia os direcionadores dos resultados, não poderá agir na causa de eventuais problemas de desempenho. Suponhamos que a organização venha observando uma lenta, mas constante queda nas vendas (resultado). Caso não meça corretamente o “Cumprimento do prazo de entrega” (direcionador do resultado) de seus produtos, pode não identificar que está aí a causa do problema: parte considerável das entregas sendo feitas além do prazo acordado com os clientes”, exemplifica.
Além de auxiliar na tomada de decisões, os indicadores são primordiais para o alcance das metas de uma organização. Afinal, conforme Melgaço, a própria definição de meta é a mensuração de determinado objetivo.
“Portanto, não basta um gestor dizer que irá “reduzir os prazos de entrega”. Ele tem que dizer para quanto irá reduzir e quando deverá atingir o índice pretendido – estes dois elementos, quanto e quando, compõem a meta. E não basta, claro, acompanhar o desempenho do indicador e seu comportamento em relação à meta”, ensina Melgaço.
Ele acrescenta que a meta deve ser desdobrada na mesma frequência (por exemplo, mensal) em que o indicador é acompanhado. “Considerando uma frequência mensal de acompanhamento, sempre que o Realizado for pior que a Meta, deverão ser identificadas as causas do problema e definido um plano de ação para colocar o indicador e o que ele mede ‘de volta nos trilhos’”, argumenta o professor.
Melgaço acredita que os OKRs são uma metodologia ágil de execução da estratégia, adaptáveis à realidade de todos os empreendimentos, independente do porte. “É especialmente útil para empresas que precisam buscar objetivos e metas estratégicas com rapidez. Sua aplicação cresceu muito com a pandemia, visto que, em razão do aumento da velocidade das mudanças – que já não era pequena – as organizações se viram obrigadas a adaptar-se rapidamente a um mundo novo, com níveis de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade que não se viam desde a Segunda Guerra Mundial”, diz.
O professor analisa que a implementação da metodologia OKR não é algo trivial, mas com a orientação correta pode-se começar a medir e, principalmente, agir sobre o desempenho mensurado com mais facilidade.
“Por exemplo, suponhamos que uma pessoa precise perder peso. Ela procura um nutricionista que irá orientá-la não apenas a medir e acompanhar o indicador resultante – Peso – mas os indicadores direcionadores – Calorias ingeridas e Distância percorrida (em km) – da redução de peso. Além disso, o/a nutricionista irá ajudá-la com a definição das metas para esses três indicadores. Com a orientação adequada as chances de errar são menores, e as chances de sucesso, maiores”, argumenta Melgaço.
A aplicação prática da metodologia OKR está na pauta das capacitações que estão presentes no portifólio da JValério Gestão e Desenvolvimento, como o Parceiros para Excelência (PAEX) e Parceria para o Desenvolvimento de Acionistas (PDA).
“Temos as melhores soluções para que os negócios de nossos clientes saiam na frente. E, em nossos treinamentos customizados, passando por programa para famílias empresárias e apoio às pequenas empresas até a pós-graduação, oferecemos apoio para que os gestores dominem as melhores ferramentas de gestão. Nossa formação continuada tem a chancela da melhor escola de negócios da América Latina, a Fundação Dom Cabral”, ressalta Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério.
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