A tradição oral, de contar histórias, se faz presente na rotina das organizações modernas, motivando, inspirando e estimulando a troca de experiências entre gestores e colaboradores
Ressignificação talvez tenha sido uma das palavras mais presente no ambiente coorporativo durante a pandemia. A necessidade de se adaptar a um cenário inesperado em tempo recorde, trouxe a necessidade de elevar a resiliência ao grau máximo e traçar novas estratégias narrativas que auxiliem na motivação das equipes.
“Mais do que nunca, a liderança se encontra em um lugar de fala cercado de propósitos que precisam ser fonte de inspiração”, acredita o diretor-executivo da J Valério, Clodoaldo Oliveira.
Neste exercício urgente, onde o líder é embutido de grande protagonismo, entender os papéis narrativos possíveis neste cenário e utilizá-los a contento é o caminho ideal. Em
The leader’s guide to storytelling: mastering the art and discipline of business narrative, Steven Denning criou padrões narrativos que podem auxiliar na transmissão de uma mensagem da liderança com um propósito.
Em geral, as histórias podem se enquadrar em alguns padrões, como motivar os outros para a ação, construir confiança na liderança ou na organização, inspirar valores organizacionais, estimular a colaboração, compartilhar conhecimento, neutralizar fofocas e boatos e liderar pessoas no futuro.
Nesta mesma linha, para o pesquisador Paulo Almeida, percebe-se o protagonismo e o exercício da liderança em quatro camadas, partindo do mais visível - imagem e a narrativa das lideranças - ao menos visível, porém mais impactante - como a cognição e a ação.
Já Denise Leite propõe o apoio em um instrumento de gestão batizado de Mandala Narrativa de Propósito, que pode ser utilizado para avaliação pessoal da disseminação do propósito dentro das organizações pelas lideranças. De modo didático, a mandala reproduz oito quadrantes marcados pelas competências da liderança. Ao centro, destaca-se a liderança da organização, resultante da convergência de todas as competências.
A mandala é resultado de uma pesquisa recente de Leite, que detectou oito comportamentos e atitudes de líderes que podem fortalecer o propósito inspirador dentro das empresas. O Walk the Talk tem a ver com o alinhamento do discurso com as ações, que serão o que de fato vão influenciar no comportamento dos colaboradores.
Criar um ambiente de bem-estar para os funcionários também é fundamental, assim como proporcionar conexão de valores e uma comunicação eficiente, que promova o diálogo efetivo.
Outro ponto importante é incentivar os colaboradores a correrem riscos para alcançar objetivos maiores, bem como mostrar uma visão inspiradora e fortalecer a cultura da celebração das vitórias, sejam grandes ou pequenas. Por fim, e não menos importante, é válido utilizar histórias que estejam alinhadas com o propósito da empresa, a fim de reverberar as narrativas de propósitos inspiradores.
Para o diretor-executivo da JValério, Clodoaldo Oliveira, inspirar e disseminar o propósito organizacional para a geração de um ambiente favorável à colaboração, criatividade e inovação são os novos desafios do exercício da liderança. “Quando a liderança é orientada pelo propósito, os colaboradores tendem a se inspirar e desenvolvem entusiasmo pelo trabalho, contribuindo, assim, para os resultados da organização”, acredita.
Contar histórias foi uma das primeiras estratégias comunicacionais da humanidade e ainda é usada em várias culturas para transmitir tradições, costumes e memórias. Narrar é revestir a vida de significado. “As histórias podem ter um efeito poderoso e inspirador em uma organização, desde que vinculadas ao propósito”, finaliza Clodoaldo.
E você? Que história de propósito inspirador você vai elaborar para motivar o seu time e seguir em crescimento contínuo?