O intraempreendedorismo torna os colaboradores mais motivados, persistentes e inovadores
Você já deve conhecer o termo empreendedorismo, certo? A palavra não é novidade. Novas ideias, experiências, serviços e produtos estão sendo criados a todo momento. Mas você conhece o termo intraempreendedorismo e a sua importância para uma empresa? Muitas vezes, os gestores de um negócio centralizam a discussão de soluções e esquecem de olhar para os próprios colaboradores em busca de boas ideias.
O assunto foi tema do último Fórum Empresarial da JValério FDC, que contou com a presença de Alexandre Castro, professor associado da Fundação Dom Cabral. Com o tema “Intraempreendedorismo - a rota para a criação de uma cultura de inovação”, o convidado explicou por que o conceito é tão importante para o crescimento de uma empresa. Alexandre Castro é formado em Engenharia Civil e Administração de empresas. Possui MBA em Gestão de Negócios e Empreendedorismo e Inovação pela Fundação Dom Cabral. Atua na área de consultoria de inovação, design thinking e metodologias ágeis para empresas, além de ser orientador técnico na PAEX desde 2006.
Anos atrás, pessoas precisavam ir até a banca para ler o jornal, do telefone fixo para se comunicar e de mapas impressos para viajar. Porém, os tempos mudaram e, com ele, os contextos mercadológico e econômico também. Com o passar dos anos, câmeras fotográficas, listas telefônicas e mapas podem ser encontrados em um único aparelho. “Tudo isso foi possível graças aos novos empreendedores que observaram as oportunidades surgindo e até mesmo de empresas já estabelecidas mas que conseguiram se inovar. As que não conseguiram, ficaram para trás”, explica Castro. O professor dá o exemplo do setor automobilístico. Há mais de um século que o carro como conhecemos foi criado e ele continua funcionando da mesma forma que antigamente. Isso mudou há poucos anos, com o surgimento de iniciativas de outros setores, como por exemplo, o carro elétrico do Google, um site de buscas. “Por anos o setor automobilístico achou que não tinha como inovar. Agora, estão correndo contra o tempo para pensar em soluções e, pior, passaram a concorrer com empresas que não são nem mesmo do mesmo nicho”, conta.
Com a pandemia, muitas pessoas precisaram criar soluções para se sustentar durante a crise. Ao mesmo tempo, muitas empresas também precisaram se reinventar, mostrando seu potencial de inovação, adaptação e agilidade. “Não só durante a crise, mas em qualquer transformação dentro da empresa, são necessárias pessoas capacitadas e que tenham visão empreendedora. Se uma organização conseguiu se sair bem no meio de uma crise, é porque tinha colaboradores motivados, persistentes e com autonomia”, conta Castro. Intraempreendedorismo consiste, então, na ideia de que todos os colaboradores tenham liberdade para experimentar e desenvolver soluções para o negócio, de maneira proativa, criativa e inovadora. “Se engana quem pensa que apenas os gestores devem ter essa visão empreendedora e disruptiva. O colaborador deve ser um agente de mudança dentro da empresa”. O negócio que incentiva o intraempreendedorismo recebe melhores resultados, tem mais chances de crescimento e de se destacar no mercado.
Antigamente, para se considerar sustentável, uma empresa precisava atender as necessidades dos clientes e as expectativas dos acionistas. Hoje, além destes dois, a sustentabilidade de uma empresa está ligado a outros fatores, como o bom relacionamento com fornecedores, responsabilidade socioambiental e o treinamento dos colaboradores. “Não basta só ter um bom relacionamento com clientes e sócios. Se você não promove impacto positivo, políticas de inclusão e diversidade e, principalmente, não incentiva ou desenvolve seus colaboradores, você vai ficar para trás”, afirma Castro.
Ele conta que, diferente do que se imagina, os clientes não são o pilar mais importante para a sustentabilidade da empresa, mas sim, os colaboradores. "Isso porque são justamente os funcionários que desenvolvem soluções criativas para os clientes, buscam os melhores fornecedores e desenvolvem boas práticas para a comunidade e para o meio ambiente. São as melhores pessoas que fazem as melhores empresas”.
Para desenvolver o intraempreendedorismo dentro da empresa, o primeiro passo é atrair talentos com esse perfil. Mas lembre-se: habilidades podem ser desenvolvidas e não dependem só de uma pessoa, mas dos valores organizacionais. O ambiente profissional deve favorecer, incentivar e reconhecer iniciativas de seus colaboradores. Para isso, existem cinco fatores que devem estar presentes em uma empresa para incentivar comportamentos empreendedores, confira:
1) Clareza de papéis: é essencial reforçar que todos, desde a base até o topo da pirâmide hierárquica, podem pensar em melhorias para a empresa e identificar novas oportunidades.
2) Suporte gerencial: apoie as contribuições dos colaboradores. Se alguém tem uma ideia de inovação de produto, modelo de negócio, expansão de nicho, mas não tem suporte de seu gestor, é possível que você perca oportunidades de crescimento.
3) Disponibilidade de tempo: distribua bem as tarefas. Se as pessoas na sua organização não têm tempo para cumprir a própria rotina, como ela pode pensar em soluções para a empresa?
4) Autonomia: dê mais liberdade para o colaborador. Afinal, se o processo de melhoria precisa passar por muita documentação e burocracia hierárquica, fica mais difícil
colocar as ideias em prática.
5) Reforço recompensa: é fundamental criar um sistema que recompense as iniciativas empreendedoras dentro da empresa, isso pode incentivar e motivar outros colaboradores a fazerem o mesmo.
Quer saber mais? Confira o artigo escrito por Alexandre Castro para Revista DOM. Acompanhe a programação do Fórum Empresarial Live em https://jvalerio.com.br/eventos/. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (41) 99288-0587 ou pelo email contato@jvalerio.com.br