A geração de valor aos acionistas garante a sobrevivência e estimula o crescimento da empresa
Quando você pensa em gestão financeira o que vem à mente? É comum que muitos empresários sintam calafrios quando pensam em lidar com todo o processo de caixa do negócio. Mas para além dos números, a gestão financeira é um tema extremamente robusto e importante para qualquer empreendimento. Isso porque, com base no valor do caixa, as empresas devem garantir um fluxo de informações e estruturas que gerem mais valor para os acionistas.
Mas o que é necessário para buscar esse valor? Para responder essa pergunta, a JValério FDC convidou para o último Comitê Online para Presidentes e Dirigentes o professor associado da Fundação Dom Cabral, Silvério Marinho. Com pós-graduação em gestão de negócios, Marinho é mestre em administração de empresas, especialista em gestão financeira e pedagogia empresarial. Possui ampla experiência nas áreas administrativa, financeira, comercial e de controladoria em empresas de grande porte.
Para começar a falar sobre geração de valor para acionistas da empresa, é preciso avaliar os principais objetivos do negócio. Sob a ótica financeira, as empresas têm um único objetivo: gerar lucro, maximizar a riqueza do acionista e, assim, retornar o dinheiro que ele investiu na organização. “É necessário lembrar que, quando uma pessoa investe em projetos e iniciativas, ela desembolsa recursos e espera que o valor retorne, em maior escala, para o seu bolso”, afirma Marinho. Ele explica que a dinâmica de gerar valor é uma via de mão dupla. “Se o acionista investe na ideia, você retorna com bons resultados e o negócio vai bem, a chance dele abandonar o seu projeto é muito baixa”.
Na prática, não basta a empresa apresentar apenas um bom resultado de lucro, com boas vendas e gastos baixos. Ela precisa reverter todo esse lucro em caixa, que remunere as expectativas dos acionistas. Dentro desse processo, a base de sustentação de toda criação de valor deve ser trabalhada com um conjunto de técnicas estratégicas e operacionais. As decisões operacionais estão ligadas ao processo de vendas, espaço de mercado, boa gestão de custos e o planejamento de ciclo financeiro da empresa. Já as decisões estratégicas geralmente estão alinhadas com as fontes de recurso e os investimentos a longo prazo do negócio.
A primeira coisa que deve ser avaliada na criação de valor ao acionista é o gerenciamento de recursos da organização e a análise tanto das políticas de curto quanto as de longo prazo. O principal objetivo do gerenciamento de operações de curto prazo é garantir que a empresa tenha o caixa robusto para fluidez no dia a dia. Segundo Marinho, nesse momento é fundamental avaliar:
À medida em que a empresa tem um descompasso muito grande entre pagamento e recebimento - o chamado ciclo financeiro -, maior será a dificuldade de lidar com os processos a curto prazo da empresa. Isso demanda que os sócios invistam mais dinheiro na empresa e, consequentemente, esperem mais resultados.
Marinho explica que muitas empresas precisam resguardar os recursos financeiros para o negócio conseguir se sustentar ao longo dos meses. Ele dá o exemplo de fábricas de chocolate, que vendem muito bem na época de Páscoa, mas que precisam preservar o caixa até chegar outra data comemorativa, como os Dia dos Namorados, por exemplo.
Assim, para fazer uma boa gestão de curto prazo, é preciso:
Gerenciamento de recursos a longo prazo
O segundo pilar a ser analisado envolve a gestão de recursos a longo prazo do negócio. Os principais pontos a serem analisados são:
Ao investir em um processo para a empresa, é essencial que o gestor pense se esse ativo vai gerar algum valor prático para o seu negócio. Vai agilizar processos, melhorar as operações internas ou a entrega para o cliente? Se não consegue pensar no porquê, não adquira. Qualquer investimento precisa ser pensado em termos dos benefícios longo prazo.
Entre os mais conservadores, há uma tendência de utilizar recursos próprios para sustentar as atividades empresariais. Ou seja, quanto mais dinheiro o sócio investir, maior será a necessidade para receber. Por isso, é preciso organizar muito bem as demandas desde a fase de curto prazo, de forma que não seja necessário a ajuda de custo de longo prazo.
A riqueza de uma empresa é determinada pela qualidade de suas decisões financeiras estratégicas, levando em consideração a relação de equilíbrio entre risco e retorno esperada. Basicamente, um negócio gera valor para os acionista quando atinge resultado maior do que só remunerar suas necessidades de curto e longo prazo. Marinho explica que para geração de valor, o gestor precisa:
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