Empresas conduzidas por grupos familiares têm suas especificidades, o que inclui oportunidades e riscos para a longevidade. Na nova era acelerada pela Covid-19, esses negócios precisam se renovar e buscar alternativas para superar os desafios que ficaram mais latentes no último ano. Neste post, a JValério FDC lista as maiores dificuldades encontradas pelas empresas familiares e dá algumas dicas de como superá-las. Confira:
A pandemia gerada pela Covid-19 mostrou que as empresas que não se adaptam ficam para trás, mas essa tendência não começou em 2020. A velocidade das transformações tecnológicas e as novas demandas dos clientes exigem uma postura disruptiva nos negócios, buscando inovar sem abrir mão dos valores. Em se tratando de mudanças causadas por momentos de crise, ter um plano de ação estratégico pode servir de aprendizado e guia para as próximas gerações de sucessores.
Em artigo publicado na revista Harvard Business Review, John A. Davis, autoridade quando o assunto é family business, afirma que a resiliência é a capacidade de superar e se recuperar bem de adversidades prolongadas, contratempos importantes ou crises. As empresas familiares que persistiram por gerações, apesar das mudanças nas condições, “são qualificadas para migrar para novas atividades de criação de valor e para abandonar atividades e práticas que destroem valor”. Para o especialista, esse pode ser o momento de amadurecer e se consolidar no setor de atuação.
O ano de 2020 mostrou o impacto que o cenário global tem sobre os negócios, sejam eles nacionais, regionais ou locais. Para John A. Davis, gestores de empresas familiares devem fazer perguntas como: “o quanto a degradação ambiental pode impactar os negócios?", “como as mudanças políticas e a globalização afetam minha área de atuação?”. De acordo com o especialista, essas variáveis podem gerar mudanças e instabilidades, mas também podem criar novas janelas de oportunidade.
A capacidade de ser resiliente e disruptivo é fundamental, mas não é suficiente sem ferramentas e habilidades certas. Capacidade de liderança, planejamento de curto, médio e longo prazo, retenção de talentos, análise financeira e tomada de decisão são algumas das ações que só podem ser feitas com segurança se houver uma gestão profissionalizada na empresa.
Para muitos negócios liderados por famílias, ainda é comum colocar parentes nos cargos mais altos seguindo apenas o critério de consanguinidade. Se esse mindset já era ultrapassado antes das últimas transformações socioeconômicas, agora será questão de sobrevivência. É preciso entender o real significado de administrar uma empresa e ter nos cargos executivos pessoas habilitadas para executar as funções necessárias, com técnicas e habilidades emocionais adequadas. Buscar cursos, mentorias e soluções customizadas é uma boa opção para preencher essas lacunas.
“Inteligência artificial”, “robótica”, “blockchain” e “internet das coisas” não devem ser palavras estranhas à compreensão de gestores. Mesmo que a empresa ainda não trabalhe com essas tecnologias, é influenciada por elas direta (clientes e fornecedores, por exemplo) ou indiretamente (setor de atuação). John A. Davis recomenda: “não espere até que o valor seja perdido antes de prestar atenção às novas tecnologias que afetarão seus negócios. Acompanhe startups em seu setor e nos de seus clientes e fornecedores. Participe de conferências e programas educacionais para aprender as últimas novidades em tecnologia”.
É preciso enxergar além do lucro. Valorizar a história da família e encontrar na sua essência um propósito que gere valor para a sociedade - relações com a comunidade, práticas sustentáveis e outras ações sociais que estejam conectadas à missão, à visão e aos valores da empresa são cada vez mais exigidas e podem influenciar a decisão de compra dos clientes. Uma boa dica é conhecer os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e identificar maneiras de contribuir com a sociedade por meio deles.
Há 15 anos, a Fundação Dom Cabral mantém o programa PDA - Parceria para o Desenvolvimento do Acionista e da Família Empresária. Com mais de 600 famílias empresárias atendidas, a iniciativa tem como objetivo o desenvolvimento familiar e empresarial, respeitando as características, valores e propósito da empresa, preservando o seu legado e contribuindo com a perpetuidade do negócio.
Associada à FDC, a JValério Gestão & Desenvolvimento oferece o programa PDA no Paraná, em Rondônia e na região de Presidente Prudente. As aulas da próxima turma começam dia 25 de fevereiro, de forma totalmente online. Voltado para membros de uma família empresária (fundadores, cônjuges, sucessores e herdeiros de segunda, terceira e quarta gerações) que trabalham na empresa ou não, o PDA oferece conhecimentos em coesão familiar, sucessão, gestão e governança.
“O PDA é um programa que considero indispensável para qualquer empresa familiar que queira estar na vanguarda do seu negócio, com foco no desenvolvimento sustentável e, principalmente, na longevidade. Com um quadro de professores altamente qualificados e experientes, são passados conceitos, informações e estudos de casos extremamente importantes para a boa governança e profissionalização das empresas”, relata o fundador e diretor do Grupo Razente, Francisco Razente, que participou do PDA.