A ideia de substituir o insubstituível é um medo constante que assombra 9 entre 10 empresas familiares que ainda não compreenderam a sucessão como condição para o sucesso. O professor da Fundação Dom Cabral e mestre em administração, Samir Lótfi Vaz, abordou o tema “Sucessão como ela é” no último Fórum Empresarial da FDC, realizado no dia 31 de julho.“A vida é uma sucessão de momentos. Viver cada um deles é ter sucesso”. A frase de Corita Kent coloca as duas palavras, sucessão e sucesso, em uma mesma sentença não à toa. As duas guardam semelhanças, sendo uma condição para a outra. A sucessão é a premissa para o sucesso, longevidade e prosperidade de uma empresa, portanto é determinante que haja um plano para que ela aconteça de forma satisfatória. Pesquisas apontam que empresas com sucessões planejadas alcançam resultados econômicos-financeiros muito superiores do que aquelas que conduzem sucessões abruptas. “Infelizmente a realidade das empresas não é ter um plano claro de sucessão. A grande maioria não possui este processo instaurado, e precisa lidar com problemas de insatisfação de grande parte dos conselheiros, além da constante rapidez com que os principais executivos passam pelos cargos à frente das maiores empresas do mundo”, apontou o professor Samir. Ainda segundo o professor, é extremamente importante desenvolver a sucessão dentro das organizações: “Empresas com um nível de maturidade avançada em sucessão trabalham isso de maneira contínua, como uma jornada e não destino”, e mais, “Não podemos encarar a sucessão como uma substituição, não devemos procurar alguém que ocupe o lugar do sucedido. É preciso criar um novo lugar para o sucessor”.É importante ter em mente que o perfil futuro da organização é que vai nortear a escolha do sucessor, que grande parte das vezes possui perfil diferente do sucedido, pertinente ao contexto de transformação que empresa enfrentará.Em debate no Fórum Empresarial, o futuro sucessor Luciano Palmerini, filho do fundador do Grupo BRT, apontou as dificuldades de estar na posição de sucessão. “É difícil pensar em substituir a figura do meu pai. Todos os funcionários consideram a empresa uma obra dele e ser a pessoa que tomará as decisões em seu lugar é de certo modo assustador”, contou Luciano.A sucessão do fundador é o ponto crucial para qualquer empresa; ele é a figura mais importante dentro da organização e, sem dúvida, o processo de sucessão neste caso é significantemente mais complexo do que a sucessão do executivo-presidente. “O mínimo que o fundador quer é eternidade para sua empresa, estando diretamente vinculado a identidade dessa organização, já o executivo-presidente tem uma responsabilidade vinculada ao seu mandato atual. Por isso é fundamental ter atenção redobrada em casos como esse, ajudando o fundador a conduzir a sucessão”, pontuou o professor Samir.
Como ajudar fundadores a conduzirem a sucessão
Em casos de sucessão do fundador, a insegurança traz à tona medos cultivados em anos à frente da operação, como por exemplo ser esquecido dentro da empresa, possíveis prejuízos e perda do controle. Para isso é importante despertar outros interesse no processo e ter um plano para dar novo significado para vida e carreira do líder, podendo envolver:
Cultivar outros prazeres;
Acordar para outros interesses de vida;
Garantir independência financeira;
Estrutura outros planos possíveis de carreira.
GOVERNANÇA 2018
Os encontros do Fórum Empresarial são mensais e sempre com participação de um renomado professor da Fundação Dom Cabral, a fim de promover a reflexão e a troca de experiências com temas relevantes em um ambiente seleto, voltado exclusivamente para seus presidentes e fundadores.
A Fundação Dom Cabral é especialista em governança corporativa, com mais de 40 anos de experiência no desenvolvimento de executivos, gestores públicos, empresários e organizações de diversos segmentos em vários países.
Serviço: mais informações sobre o Fórum Empresarial pelo e-mail: relacionamento@jvalerio.com.br
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