Saiba quais são os principais indícios da doença também conhecida como esgotamento profissional
Embora seja o ideal da maioria das pessoas que atuam no universo corporativo, chegar ao topo pode ter um preço alto caso o caminho rumo ao sucesso não seja trilhado com equilíbrio. Ao contrário do que muita gente pensa, as longas jornadas - com expedientes que ultrapassam a carga horária permitida por lei -, não são sinônimo de produtividade. Pelo contrário, na maioria das vezes, representam um looping tóxico marcado pelo acúmulo de responsabilidades dentro de uma
rotina competitiva e em função do emprego que, no fim das contas, culmina no temido diagnóstico: síndrome de burnout (classificada na CID-11 como QD85).
Não por acaso, também é chamada de esgotamento profissional. Trata-se de uma doença ocupacional marcada por distúrbios emocionais que afetam os colaboradores no
ambiente de trabalho e, inevitavelmente, são levados à esfera pessoal. Causada pelo estresse crônico, resulta em exaustão física e psicológica a ponto do indivíduo não conseguir mais cumprir as funções que foram determinadas e ter que se afastar de suas atividades cotidianas. Para ter uma ideia da gravidade do problema, uma pesquisa da International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) revelou que 32% dos trabalhadores brasileiros sofrem da síndrome de burnout. Aliás, de acordo com o último grande mapeamento global de transtornos mentais, realizado pela OMS, somos o país com a maior prevalência de ansiedade.
Diante do cenário, falar sobre o assunto é de suma importância para alertar toda a população, sobretudo, a respeito dos
riscos de não evitar a sobrecarga e de viver uma cultura trabalhista disfuncional. Embora perigosa, a condição nem sempre é percebida, ainda mais em meio à famigerada correria. Caso você esteja sentindo que algo não vai bem, o primeiro passo é buscar ajuda especializada. Aos líderes, cabe a missão de garantir um clima organizacional saudável, positivo e, de preferência, com limites claros a fim de proteger a saúde mental.
Portanto, aprenda a diferenciar os sinais da burnout que, por vezes, são normalizados no dia a dia da dinâmica empresarial.
Sinais ocultos da síndrome de burnout
Geralmente, os primeiros sinais de burnout surgem sem que a gente se dê conta ou tenha consciência da gravidade. A princípio, o comprometimento com a empresa e a função desempenhada tende a nos levar a crer que estamos passando por uma fase ruim. E, ainda por cima, passageira. A má notícia é que nem sempre funciona assim e essa negligência acaba ocasionando o agravamento do quadro antes que se reconheça a necessidade de iniciar um tratamento.
Pensando nisso, criamos um check-list voltado a reconhecer os sintomas que antecedem uma crise por meio de 12 pontos que podem indicar risco de desenvolvimento da burnout, divididos nas cores amarelo (leve), laranja (moderado) e vermelho (grave).
Zona Amarela
- Ansiedade elevada: sentir-se ansioso é algo inerente ao ser humano, mas quando o controverso sentimento passa a surgir em demasia, e assim permanece, é um indicativo claro de que as coisas não vão bem;
- Irritabilidade excessiva: marcada por reações, por vezes, fora do esperado, com respostas bruscas e agressivas;
- Energia baixa ou alta: enquanto alguns passam a chamar a atenção pela agitação, outros vivem o oposto, demonstrando pouca motivação. Com isso, ficam mais quietos, rejeitando convites de amigos e colegas em detrimento do isolamento social;
- Memória comprometida: sutilmente, começam a ocorrer pequenos esquecimentos, a exemplo de horários e compromissos anteriormente assumidos;
Zona laranja
- Aumento da transpiração: a depender do organismo, começar a transpirar acima do normal indica que o colaborador em questão está sob pressão ou níveis de estresse elevados. Por consequência, a dificuldade de relaxar leva ao surgimento da sudorese em excesso;
- Insônia crônica: dormir mal ou passar noites em claro é uma séria ameaça ao bem-estar capaz de comprometer o pleno funcionamento do corpo e da mente. A sensação de cansaço extremo acompanhada de olheiras, olhos avermelhados, bocejos frequentes e mau-humor deve ser investigada;
- Briga com a balança: em condições de extrema tensão, é comum observar oscilações de peso, tanto o ganho como a perda. Comer descontroladamente ou perder o apetite de maneira repentina é o alerta de um comportamento prejudicial;
- Coração acelerado: ter episódios abruptos de taquicardia é considerado anormal, visto que fisiologicamente acontecem durante a prática de atividades físicas. Contudo, se a pressão arterial também subir e o ar faltar, o mais recomendado é ser avaliado por um médico em um pronto-socorro;
Zona vermelha
- Angústia profunda: desconforto generalizado e indefinido com a sensação de vazio ou de que algo grave vai acontecer. A respiração se torna ofegante e, frequentemente, há falta de ar e calorão;
- Desesperança: caso você ou alguém próximo esteja com burnout e sentindo a maioria dos fatores negativos citados anteriormente, a essa altura será quase inevitável perder as esperanças em relação à própria condição;
- Perda de propósito: somando ansiedade, insônia, taquicardia, angústia, desesperança, cansaço e estresse, o próximo passo é perder o pouco que resta da autoestima. Aqui, a depressão não está descartada, ainda mais se, em meio ao desânimo, a pessoa falar que não vê mais solução para os problemas;
- Risco de vida: uma vez que a depressão atinge um grau máximo, aprofunda a impressão de que não há motivos para viver. É um momento que exige ajuda urgente, pois o sofrimento pode ser insuportável, com alto risco de vida.
Ninguém está livre de ser acometido pela síndrome de burnout, justamente por esse motivo é que o assunto não deve ser tratado como um tabu. Livre de preconceitos e ao receber a devida atenção, a saúde mental pode ser plenamente restabelecida.
Esteja atento aos sinais!
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