Saiba quais são as boas práticas que ao serem implementadas por organizações e profissionais se transformam em preservação ambiental
Se algum dia as mudanças climáticas foram uma ameaça, hoje, certamente, já vivemos as consequências do maior desafio global do século XXI. Por esse motivo, a sustentabilidade e a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) são conceitos fundamentais em qualquer área e no setor da saúde não é exceção. Porém, para que os sistemas produtivos possam entrar nesta onda, na qual a industrialização possui pilares ecologicamente responsáveis, isso requer o engajamento de todas as partes interessadas. Caso contrário, será muito difícil romper com o atual modelo, ainda um pouco distante dos ideais de equidade, universalidade e integralidade. Sem falar na necessidade de eliminar processos desatualizados e incompatíveis com as demandas do atual momento, a exemplo da exportação de commodities, baixo uso de tecnologia, subempregos e degradação do ecossistema.
A boa notícia é que tanto lideranças como demais profissionais de cargos estratégicos não estão estagnados, pelo contrário: existem profundas discussões em andamento com foco em transição energética, desenvolvimento sustentável e inovação. Pensando em reverter a lógica, pautando uma nova economia circular a serviço da vida e do planeta, uma série de boas práticas estão sendo implementadas em instituições de saúde a fim de beneficiar não só os pacientes, mas também quem trabalha na ampla cadeia de assistência e cuidado médico. E mais: antecipando os fatos e tentando minimizar os impactos que só serão sentidos pelas futuras gerações caso nenhuma providência seja tomada há tempo. Em outras palavras, um compromisso coletivo para que, de fato, tenha efeitos na sociedade como um todo - lembrando que, em 2025, o Brasil será sede da COP 30.
Confira algumas dessas políticas a seguir.
Por aqui, um bom exemplo dessa transformação vem do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o Relatório de Sustentabilidade, feito pelo órgão em 2020, aproximadamente 22,6% da energia consumida nos hospitais públicos do país vem de fontes renováveis, como solar e eólica - tidas como fundamentais para contribuir significativamente na redução das emissões de gases de efeito estufa e para a mitigação do aquecimento global. O dado indica um avanço na adoção de boas práticas pelo segmento, claramente comprometido em preservar o meio ambiente sem deixar de promover uma administração mais robusta nesse sentido de ponta a ponta.
Vejamos outras 5 atitudes que podem fazer a diferença no complexo e vital mercado dedicado à cuidar do nosso bem-estar físico e mental.
Uma das principais soluções para promover a sustentabilidade na área da saúde é combater o desperdício e utilizar os recursos, como água e energia, de forma mais eficiente. Hospitais e clínicas geram uma grande quantidade de resíduos, desde embalagens de produtos médicos até materiais descartáveis - entre eles, os tóxicos, como agulhas, seringas, máscaras e luvas que possam estar contaminados. Implementar práticas de gestão de resíduos sólidos, reciclagem e campanhas de conscientização pode ajudar a diminuir o impacto ambiental dessas atividades e, de quebra, reduzir custos operacionais.
A área da saúde é uma das maiores consumidoras de energia, devido à necessidade de equipamentos médicos e sistemas de suporte que funcionam continuamente. Por esse motivo, a adoção de medidas para aumentar a eficiência energética é crucial para promover a sustentabilidade no setor. Diante do cenário, substituir aparelhos defasados por opções atualizadas e que, de preferência, contem com alta tecnologia em um ou mais componentes - a exemplo da iluminação de baixo consumo, como o LED - se torna crucial.
Outra frente que não pode ser negligenciada envolve o uso responsável de medicamentos e insumos médicos, uma vez que a utilização excessiva ou inadequada em ambos os casos não só pode levar ao desperdício, como influenciar na resistência antimicrobiana e causar consequências negativas à saúde pública e ambiental no mundo todo. Portanto, deve-se incentivar a prescrição consciente e o descarte adequado de remédios vencidos ou não utilizados, visto que ao serem jogados diretamente na natureza provocam desequilíbrio ecológico e contaminação. Em contrapartida, convém que hospitais, clínicas e laboratórios adotem políticas internas de aquisição de materiais e demais insumos inerentes ao dia a dia levando em conta os produtos e serviços ecologicamente corretos e de qualidade.
Numa época em que a computação em nuvem se consolida cada vez mais, insistir no uso indiscriminado de papel chega a ser ofensivo. Pouco se fala a respeito, mas a produção da folha sulfite segue tendo como matéria-prima a celulose, resultante do desmatamento de árvores - que, por sua vez, quando realizado em grande escala, resulta em perda da biodiversidade, erosão do solo, escassez de recursos hídricos que, a longo prazo, podem vir a comprometer a produção de alimentos. Sendo assim, os departamentos que dependem deste item precisam considerar a digitalização de documentos e armazenamento de dados com o auxílio dos meios digitais, bem como garantir que a reciclagem esteja acontecendo satisfatoriamente.
Outra boa prática de sustentabilidade na área da saúde é o envolvimento da força de trabalho, em que cada pessoa torna-se um agente sustentável. Independentemente de ser um consultório particular, uma clínica com vários médicos ou um grande hospital, sem o engajamento dos profissionais, as medidas não terão o impacto desejado. Por isso, treinamentos para divulgação das iniciativas e dos objetivos que a instituição de saúde deseja alcançar e promover são fundamentais para consolidar a sustentabilidade.
As informações estão sendo colocadas sobre a mesa e cabe aos negócios encontrarem meios de efetivar as boas práticas da sustentabilidade em seus processos. Apesar de desafiadora, a missão se torna mais fácil quando temos as ferramentas certas e é justamente essa a intenção do curso Gestão de Negócios da Saúde (GNS), voltado à profissionais que desejam dar um upgrade em suas carreiras no setor da saúde. A próxima turma terá início em outubro, ou seja, ainda dá tempo de se programar e participar. Clique aqui e saiba mais!