Sem plano B: finanças sustentáveis e a nova forma de fazer negócios

08/01/2024
Sem plano B: finanças sustentáveis e a nova forma de fazer negócios | JValério

A tendência do contexto econômico-financeiro mundial converge para um cenário no qual a preocupação com as pessoas e o meio ambiente impulsionam meios inéditos de gerar riqueza

Sabe o que as empresas com o selo ISE B3 têm em comum? Elas são reconhecidas pelo seu comprometimento com as pessoas e o meio ambiente. A sigla vem de Índice de Sustentabilidade Empresarial, mais uma ação que soma-se a outras com o mesmo objetivo: propor um “novo modo de fazer negócios”. Afinal, o desequilíbrio entre o uso de recursos naturais e o lucro a qualquer custo tem lançado luz às perspectivas até pouco tempo inéditas no ambiente corporativo. 

Não por acaso, atualmente, as finanças sustentáveis são a tendência mundial mais relevante do contexto econômico-financeiro. Inclusive, por meio deste modelo tem sido possível alocar um volume de recursos sem precedentes voltados a uma economia ambientalmente responsável e de baixo carbono. Longe de ser mero marketing corporativo, a transição para um sistema que garanta o futuro do planeta é uma urgência. Ou seja, é preciso abraçar a pauta de uma vez por todas. 

Mas não é só a bolsa de valores e os bancos que estão preocupados com os impactos causados pela produção e consumo desenfreados das últimas décadas. Os consumidores, em especial as gerações mais jovens, não só esperam que as organizações façam parte de acordos nacionais e internacionais de cooperação, como também adotem de vez as boas práticas de governança corporativa. Na mesma lógica, estão os stakeholders e uma série de exigências que norteiam os critérios de investimentos tendo como base essas questões. 

Aliás, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), das Nações Unidas, o Acordo de Paris para as Mudanças Climáticas e a abordagem ESG (em português, Ambiental, Social e Governança) são iniciativas que já vem, há algum tempo, traçando novos paradigmas econômicos. Daqui para frente, a expectativa é que os planejamentos estratégicos de longo prazo estejam intimamente ligados a essas metodologias visando resultados positivos em um amanhã que, sem mudanças efetivas, pode sofrer grandes consequências. 

Novas formas de gerar riqueza: Economia criativa

As finanças sustentáveis vêm ganhando destaque na última década por uma questão de necessidade, mas também de oportunidade. Bons exemplos vêm do ecossistema das startups, empresas inovadoras que buscam oferecer soluções a desafios específicos e até mesmo disruptivos. Entre essas atividades está a chamada Economia Criativa, conceito que designa modelos de negócios que têm origem em produtos ou serviços desenvolvidos a partir do conhecimento, criatividade ou capital intelectual de indivíduos com o propósito de gerar emprego e renda.

Portanto, finanças sustentáveis e economia criativa são conceitos que atuam de forma sinérgica e complementar. Enquanto uma relaciona-se a uma nova forma de gerar riqueza, de maneira inovadora, a outra é a atividade que direciona os investimentos aos empreendimentos que levam em conta a sustentabilidade. Em resumo, linhas de créditos, e apoios financeiros - isto é, qualquer meio de injeção de dinheiro voltados a fomentar o empreendedorismo - deverão, cada vez mais, considerar o aspecto da sustentabilidade como um elemento decisório para a liberação de verbas. Para os empreendedores do século 21, trata-se da única alternativa possível tendo em vista o desejo de se manterem ativos e competitivos no mercado. 

Tendências em Finanças sustentáveis

Green bonds

Não há como falar em finanças sustentáveis sem citar os green bonds, em português, títulos verdes. Eles são instrumentos de dívida que visam financiar atividades econômicas que preservam o meio ambiente. A principal diferença para os convencionais está na aplicação dos recursos. De acordo com um relatório da Climate Bonds Initiative feito em 2020, estima-se um potencial de investimento da ordem de US$ 163 bilhões em títulos verdes no Brasil até 2030.

Estabilidade financeira

Ao contribuir com o equilíbrio da economia real, as finanças sustentáveis demonstram participação importante na estabilidade financeira. Ao canalizar no desenvolvimento de projetos com caráter social, ambiental e de governança, elas amenizam também os efeitos de instabilidade econômica. Para se ter uma ideia, ao evitar fatores de riscos, tais como as mudanças climáticas e as catástrofes ambientais, setores como os do agronegócio, bem como seguradoras e planos de saúde, por exemplo, deixam de sofrer perdas significativas capazes de causar rombos irrecuperáveis. 

Critérios de investimento

O mercado de finanças sustentáveis deve continuar crescendo, tanto em volume quanto em diversificação de ativos. Confira os principais pontos que estarão nas agendas de executivos e gestores no mundo todo:

  • Aumento da emissão de títulos e empréstimos bancários sustentáveis: a expectativa é de que os recursos cheguem de maneira significativa também às Pequenas e Médias Empresas (PMEs);
  • Crescimento de fundos de investimento sustentáveis: a prateleira de fundos deve se diversificar (ações, crédito estruturado, dentre outros) focados em ativos de impacto, tanto social quanto ambiental e de governança;
  • Princípios ESG cada vez mais usados como critério de investimento: crivo de investimentos deve se tornar mais frequente, inclusive entre gestoras tradicionais;
  • Temas ESG incorporados ao dia a dia das empresas: remuneração dos executivos alinhada a metas sustentáveis e ESG como parte dos conselhos corporativos.

Vamos debater mais meios de tornar as finanças sustentáveis a regra e não a exceção? Trocar a “velha” economia por um gerenciamento sustentável do ponto de vista social, ambiental e econômico é, com toda a certeza, um dos maiores desafios que as organizações precisam enfrentar na atualidade. Para tornar este processo menos complexo, participe do programa Gestão Econômico-Financeira, que será realizado em maio de 2024, na JValério, em Curitiba (PR). 

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