Veja no post de hoje quais características peculiares contribuíram para as empresas familiares ultrapassarem as barreiras impostas pela crise da Covid-19; cenário de Guerra também coloca gestores em alerta
Numa suposição que as 500 maiores empresas familiares do mundo fossem uma nação, elas estariam posicionadas como a terceira maior economia do planeta. Se os resultados fossem somados, a receita dessas organizações chegaria a US $7,28 trilhões por ano. O levantamento é da “Family Business Index 2021”, realizado pela consultoria global EY em parceria com a Universidade de St. Gallen, na Suíça.
As empresas familiares possuem uma peculiaridade em relação às demais: os laços sanguíneos e emocionais tornam a gestão desse tipo de negócio ainda mais complexa. No entanto, elas resistiram bem à pandemia e comprovaram que sabem enfrentar crises com resiliência. E, agora, têm um novo desafio: se preparar para as adversidades num cenário de Guerra. O conflito europeu envolve sanções econômicas e alerta gestores para a importância de buscarem fornecedores alternativos para não depender de produtos importadores e que desabasteçam a cadeia produtiva.
Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento, acredita que a agilidade na tomada de decisões é mais uma característica das famílias empresárias. “Especialmente durante a Covid-19 elas demonstraram rapidez para reagir diante de tantas mudanças abruptas e aproveitaram as dificuldades para solidificar seu sistema de gestão. O esforço para acompanhar as transformações tecnológicas e nas operações foi compensador e trouxe à tona a preocupação com outros fatores, que ganharam os holofotes na rotina dessas organizações, como o processo sucessório, a definição e a comunicação de um propósito claro e o legado. Podemos dizer que as famílias empresárias estão mais fortes no cenário pós-pandemia”, aponta.
A Delloite apresentou uma série batizada de “A empresa familiar resiliente”, que aponta as características intrínsecas às famílias empresárias e que podem posicioná-las para o crescimento. Confira quais são:
Empresas que querem construir uma boa reputação precisam se engajar com seu público alvo e com a comunidade onde estão inseridas. Além do lucro, negócios bem-sucedidos são aqueles que conseguem se conectar com o cliente. E é aí que está a definição do propósito: é ele que deve nortear o planejamento.
A crise da Covid-19 enfatizou essa preocupação porque colocou as pessoas no centro: mudou a forma das empresas se relacionarem com seu público interno, externo e com o mercado. Colaboradores, clientes, fornecedores, comunidade e as demais partes interessadas devem ser impactados pela imagem de uma marca.
Como falamos no início desse post, as empresas familiares precisam balancear dois pesos: a evolução do negócio e os anseios do grupo familiar. Esse é um dos maiores desafios das famílias empresárias. Para que não haja um conflito de interesses capaz de ameaçar a organização, é necessário investir em um sistema de gestão robusto.
A pandemia deixou um legado importante neste quesito e mostrou a importância das boas práticas de gestão e enfatizou que é preciso ser ágil e se adaptar às mudanças para prosperar. O aprimoramento deve ser constante na gestão empresarial.
A empatia é uma das grandes lições da pandemia para o mundo inteiro. As marcas que aproveitaram a crise para promover ações sociais ganharam relevância. Agora, passada a ajuda emergencial, é hora de definir quais serão as causas apoiadas e que investimentos filantrópicos podem ser realizados. A pandemia foi apenas o ponto de partida para a inclusão de projetos sociais no planejamento das empresas.
O termo “local de trabalho” ganhou um novo significado na pandemia. Os escritórios se esvaziaram e a modalidade home office teve que ser implementada às pressas. A Covid-19 acelerou esse movimento e abriu as portas para o regime híbrido, que se tornou uma realidade para grande parte das empresas.
Para que sejam relevantes, as empresas familiares precisam pensar além do planejamento estratégico, que prevê ações a curto prazo. Além de pensarem em estratégias para se recuperar da crise, não podem perder de vista as projeções para a próxima década e o posicionamento que desejam alcançar até lá.
Abrir o capital pode ser uma alavanca de crescimento. As vendas de ações ao público ganharam a atenção de muitas empresas, mas exigem uma análise cautelosa. Por isso, “oferta pública inicial”, conhecida como IPO (abreviação da sigla em inglês “initial public offering”) deve ser avaliada o quanto antes.