Cuidar da gestão financeira em 2023 é um dos caminhos para evitar endividamentos e manter os negócios competitivos, mesmo diante de taxas elevadas de juros e inflação alta
Um estudo realizado pelo Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC), em parceria com o Sebrae, aponta que o cenário macroeconômico internacional e brasileiro interferem no desempenho das pequenas e médias empresas.
O movimento de desaceleração é um dos principais obstáculos para o crescimento em 2023, além da alta no preço dos alimentos, dos bens industriais, dos serviços livres não regulados e dos combustíveis, que vão impactar na inflação e na taxa de juros. A análise da FDC e do Sebrae conclui que a elevação da taxa de juros prejudica principalmente o setor industrial no curto prazo. A previsão para a taxa Selic, por exemplo, é de encerrar o ano entre 12,25% e 13,08% - hoje está em 13,75%.
Um trecho do relatório diz: “as MPEs, em especial, são fortemente afetadas pela política monetária restritiva, com o encarecimento das prestações do consumidor, juros altos na tomada de crédito e desbancarização”. O documento destaca ainda que os juros altos também tendem a aumentar o endividamento e os custos operacionais das médias e pequenas empresas.
No estudo, a FDC e o Sebrae são céticos em relação à implementação de reformas pelo governo que poderiam mudar o curso do cenário. O levantamento diz: “os riscos globais e internos marcarão um cenário desafiador em 2023 e cautela dos agentes no Brasil. Atenção à baixa probabilidade de reformas e equilíbrio fiscal, com impactos no médio e longo prazo”.
Outro ponto exposto no relatório é a possibilidade das famílias, microempresários e microempreendedores recorrerem à poupança para cobrir despesas com alimentação e habitação.
E a solução recomendada pelo estudo é reforçar o planejamento financeiro, de aquisições e estoques, para driblar o desaquecimento econômico - uma tendência mundial. Outra dica é redobrar a atenção com a tomada de crédito e renegociação de dívidas. A melhor alternativa é buscar juros menores em fintechs e cooperativas de crédito. Outra opção é aproveitar oportunidades do open banking para baratear o custo do financiamento.
Para Jersone Tasso Moreira Silva, professor associado da FDC, o ano de 2023 pode ser desafiador para as empresas. “Mas tanto o micro e o pequeno empresário quanto o médio já entenderam a necessidade de atender os clientes com qualidade e manter o controle do fluxo e do caixa. Essa resiliência será importante”, afirma.
A JValério Gestão e Desenvolvimento, associada à FDC no Paraná, interior de São Paulo e Rondônia, analisa os cenários econômicos e oferece soluções para apoiar os gestores, sobretudo em momentos de crise. Uma delas é o curso de Gestão Econômico-Financeira, que acontece no mês de junho em Curitiba.
Os participantes terão acesso à aos fundamentos de finanças para otimizar a gestão. Clodoaldo Oliveira, diretor geral da JValério destaca que uma gestão financeira eficaz é essencial para empresas de todos os portes e setores da economia, pois assegura a sobrevivência e a longevidade do negócio.
“Sobretudo em momentos de turbulências, os gestores são desafiados a implementarem estratégias que façam diferença na eficiência empresarial e, para isso, precisam aprimorar seus conhecimentos. No Programa de Gestão Econômico-Financeira, os participantes irão se aperfeiçoar e melhorar a capacidade de avaliação das performances econômica e financeira, a fim de contribuir para a melhoria do desempenho das atividades organizacionais”, avalia.
O objetivo da solução customizada é desenvolver uma visão integrada da gestão de demonstrativos contábeis, indicadores financeiros, custo e orçamento. Todos esses conteúdos ajudarão os gestores a enxergarem mais amplamente as práticas organizacionais e melhorar tanto na tomada de decisões quanto em relação à sua própria performance.
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