Quanto vale ser conselheiro de uma empresa?

24/10/2024
Quanto vale ser conselheiro de uma empresa? | JValério

Este conteúdo não é sobre o valor monetário do cargo estratégico, mas sim os desafios e demandas para lutar por ele 

Nos últimos anos, a demanda pela profissionalização de conselheiros atravessa uma fase de grande crescimento. O motivo: não são mais apenas os executivos seniores que estão interessados no cargo. Hoje em dia, a função tem sido desejada por jovens profissionais que reúnem uma série de características indispensáveis para ocupar uma cadeira neste seleto grupo. Aliás, a exclusividade da posição estratégica tem dado lugar à busca por conhecimentos com grande foco na articulação, e sobretudo, na garantia das boas práticas de governança corporativa. Aqueles que estão no ápice ou encerrando a carreira em grandes companhias deixaram de ser os únicos candidatos possíveis e passaram a ter uma concorrência sadia na qual a importância do papel é, de fato, quem exerce o verdadeiro protagonismo. 

Independentemente do perfil, as oportunidades estão abertas à quem compreende a dimensão atrelada ao posto, repleto de responsabilidades dentro da dinâmica das organizações. As empresas, por sua vez, precisam de suporte para continuarem relevantes e lucrativas em um mundo em constante transformação. Sendo assim, ainda mais fundamental que o tamanho da experiência (e ela conta muito), está o poder de lapidar as competências e habilidades mais procuradas em um estado permanente de atualização e conexão  - seja com as pessoas, o meio ambiente e o digital.

Em outras palavras, é preciso estar preparado para lidar com as atuais e complexas demandas capazes de colocar em risco a perenidade das organizações. À medida que a tendência acima se intensifica, nunca foi tão importante investir em aperfeiçoamento. Pensando nisso, vejamos a seguir um referencial de como se tornar conselheiro. 

Como pensa e age o conselheiro do futuro

Na jornada de um conselheiro atualizado, que enxerga valor na prática multidisciplinar, costuma ser mais fácil assimilar a nova realidade. Consequentemente, conseguem direcionar a conduta das altas direções e demais colaboradores, assim como a própria liderança, com assertividade e transparência. Em seus posicionamentos, geralmente destacam-se as 10 atitudes abaixo. 

1. Entender para que serve um conselho de administração

Antes de mais nada, vamos relembrar como funciona um conselho administrativo. O órgão, presente em empresas dos mais variados portes e segmentos, é responsável pelas ações estratégicas. Por meio dele, as atividades são supervisionadas, as deliberações analisadas e as condutas definidas. No dia a dia, serve ainda como elo entre os sócios e a diretoria, atuando como uma espécie de guardião dos negócios.

Nesse sentido, a função dos membros será a de gerir condições para o desenvolvimento saudável, tendo como premissa a estrutura de capital sem excessos que possam colocar tudo a perder. Isto é, trata-se de equipes focadas em dois objetivos principais: gerar resultados e lucratividade. Após eleição interna, o corpo de conselheiros é formado por executivos com experiência de mercado e em áreas correlatas diversas, responsáveis por indicar o caminho para maximizar o retorno dos investidores.

2. Ser um profissional do seu tempo

A missão dos conselhos administrativos para os próximos anos e o papel esperado de cada um que faz parte dessa engrenagem estão entre as principais discussões no meio corporativo da atualidade. No planejamento de agora, o futuro está sendo desenhado e poderá definir não só o destino empresarial como também o da sociedade como um todo.

De fato, o que tem sido feito no presente irá impactar as próximas gerações. Mas, por onde começar um conselho que sobreviva às disrupções e ainda consiga inovar? A sugestão é apostar numa conduta multidisciplinar, como apontam as diretrizes ESG (Environmental, Social and Governance) e dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), da ONU. Elas somam-se a outras iniciativas não só esperadas, como necessárias, a exemplo da diversidade e inclusão e da igualdade de gênero (para citar só alguns). 

3. Fortalecer o poder de articulação e convencimento

Diante do cenário, preparar-se para participar de debates, internos e externos, dos quais vertem diferentes pontos de vista acerca de temas vitais às companhias é tido como diferencial. Entre as pautas, estão aspectos financeiros, jurídicos, de gerenciamento de riscos, entre outros. Dito isso, com toda a certeza, ter o poder da articulação pode ser determinante em se tratando das atribuições deste rumo profissional. Mais que qualificação, ética e integridade, a capacidade de se adaptar, seja qual for o rumo dos ventos do mercado, é um campo a ser explorado.

Quem já fez parte de um conselho administrativo também sabe a dimensão exata da capacidade de utilizar o poder de convencimento e argumentação a favor. Na hora H, trata-se de um recurso para defender decisões e ideias que possam persuadir os outros membros até obter apoio.  Por isso, dominar a arte de argumentar de forma convincente usando fatos e dados colhidos com precisão cirúrgica é uma estratégia e tanto. 

4. Buscar resiliência empresarial

A resiliência institucional é uma questão sempre em voga no universo corporativo. Não por acaso, já que desde a abertura econômica no Brasil, lá pelos primórdios da década de 1990, as empresas brasileiras se viram obrigadas a adotar uma postura mais “agressiva” para se adaptarem a um ambiente de maior competitividade global. Isso sem falar no constante processo de globalização a que todos estamos expostos. 

Nesse sentido, a capacidade de compreender, dimensionar e lidar com as tendências macroeconômicas e as políticas governamentais, bem como as mudanças tecnológicas, ambientais e sociais, é essencial para o sucesso de um conselheiro. Ademais, outros fatores externos que possam impactar a organização formam o repertório que merece total atenção, reflexão e, certamente, engajamento para formar o nível de preparo que se espera.

5. Fazer a lição de casa 

Ao estabelecer uma relação harmoniosa e, sobretudo, assertiva com todos os setores da empresa, o conselheiro tem participação determinante na elaboração e implementação do planejamento estratégico. Por meio da estrutura que o conselho administrativo oferece, é possível consolidar um modelo de gestão com excelência, inovação e diferenciação. Por consequência, os resultados tendem a aparecer tanto na realidade atual como nos planos futuros.

6. Não ter medo de tomar decisões

Quando falamos que o conselheiro deve ter poder de articulação também nos referimos à capacidade de ampliar conhecimentos e acumular formações, pois ainda não conhecemos um caminho melhor quando o assunto é tomada de decisões. Partindo da premissa, um diploma de graduação na área de negócios é apenas o primeiro passo dessa empreitada.

Muitos conselheiros, inclusive, possuem diversas especializações, MBAs e certificações relevantes. Com este currículo, é provável que o executivo tenha passado por diferentes setores e mercados e, a esta altura, já possui vasta experiência para ocupar uma cadeira do colegiado.

7. Gerar valor

O conselheiro deve ser capaz de formular perguntas estratégicas que desafiem as suposições e os pressupostos da organização e, ao mesmo tempo, identificar oportunidades para gerar valor. Para tanto, convém ter a habilidade de elaborar e posicionar a empresa de forma estratégica no mercado, identificando ameaças e desenvolvendo estratégias que permitam alcançar objetivos de curto, médio e longo prazo. 

Além disso, cabe ao conselho analisar e interpretar as demonstrações financeiras a fim de avaliar a saúde financeira e propor melhorias. O mesmo se aplica na avaliação de perfis e capacidades das pessoas que ocupam cargos de liderança. Vale lembrar que o conselho terá que fazer indicações quando e se houver necessidade sem melindres em relação aos superiores.

8. Gerenciar riscos

Exercitar a visão crítica de modo a fazer um correto gerenciamento de riscos se mostra uma qualidade vital. Afinal, apenas dessa forma pode-se traçar meios para mitigá-los. Assim, a viabilidade dos projetos - incluindo os mais ousados - passa a ter perspectivas palpáveis e baseadas em informações precisas e confiáveis. Seja como for, o profissional deve ser capaz de utilizar sua formação educacional e experiência profissional para tomar decisões inteligentes e fazer recomendações relevantes.

9. Saber se comunicar

Como não podia deixar de ser, o conselheiro que sabe comunicar suas ideias de forma clara e concisa, tanto oralmente quanto por escrito, aumenta as chances de influenciar e convencer os demais membros do conselho. Quando pensamos nos stakeholders, o engajamento com todas as partes interessadas dentro e fora da organização proporciona um maior entendimento acerca de suas necessidades e preocupações, o que acaba por facilitar a compreensão de possíveis cenários e as reações diante deles.

10. Estar no lugar certo, na hora certa

Pensando nas habilidades e competências que já estão sendo exigidas dos conselheiros, a JValério Gestão e Desenvolvimento possui uma solução exclusivamente voltada para isso. No Programa de Formação de Conselheiros (PDC), criado em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), os participantes poderão aperfeiçoar suas atuações focados no que realmente importa. 

Portanto, quem estiver disposto a encarar o desafio, precisa estar ciente que a função requer uma combinação única de conhecimentos e experiências. No dia a dia, é comum que o cargo coloque as habilidades do conselheiro à prova. Embora exija, é algo altamente recompensador, pois permite que o executivo faça a diferença na direção e sucesso da organização por meio do fortalecimento das lideranças e proteção do patrimônio tangível e intangível.

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