Professor da FDC fala sobre como está o cenário da liderança atualmente
12/11/2015
O que falta nas empresas e nas famílias hoje é alguém que assuma a responsabilidade e comande tudo como um verdadeiro líder nos termos atuais. É assim que analisa o professor associado da Fundação Dom Cabral para temas como organizações e comportamento organizacional, Paulo Roberto Villamarim Gama. Para o especialista, o perfil de um líder mudou muito nos últimos anos e hoje essa liderança, que ainda apresenta várias características que perpetuam ao longo do tempo (reconhecimento técnico, poder de comunicação e de comunicação, relacionamento interpessoal, etc), ganhou uma nova roupagem.
"Em função do contexto socioeconômico-político, uma série de mudanças alteram em função da época e da conjuntura histórica. O que antes levava 20 anos para mudar, agora leva no máximo dois anos", analisa.
E essa mudança tem muita ligação com a transformação nos ambientes organizacionais com as novas tecnologias e os múltiplos modelos de gestão - que transformaram muitos processos e deram mais importância para algumas competências.
"O mercado requer líderes mais polivalentes, que apontem soluções e com capacidade para mobilizar múltiplos saberes para gerar resultados efetivos." apontas Villamarim.
Nesse cenário, novas competências se fazem necessárias como:
- visão sistêmica
- resiliência
- adaptabilidade
- flexibilidade
- capacidade de lidar com sistemas ambíguos e contraditórios
A maneira de se relacionar, o respeito mútuo e a proximidade com as pessoas constituem hoje na maior qualidade de um líder.
O professor da Dom Cabral entende que pessoas tecnicamente competentes mas que são grosseiras, mal-educadas e incapazes de ser generosas jamais se tornarão verdadeiros líderes.
"Alguns líderes não sabem que as diferentes formas de liderar devem ser adaptadas em função dos liderados. O erro mais comum é tratar pessoas desiguais do mesmo jeito. É preciso conhecer profundamente seus liderados para fazer, de acordo com o perfil deles, com que eles deem o melhor de si na busca dos resultados acordados."
Falta líderes
Além do desafio de exercer a liderança, o professor explica que há uma enorme carência de líderes, sobretudo na política. Já quando se fala do setor empresarial, o professor comenta que a proximidade na forma de gerir, a identificação e a formação de líderes podem ser mais facilmente obtidas.
"Faltam líderes nas famílias, nas organizações empresariais e nos governos. A solução está em criar contextos capacitantes e explorar exemplos vivos, que estimulem a adoção de um novo perfil - mais humano", pondera.
Formação sempre
O grande problema então passa a ser na formação de líderes. O especialista da Fundação Dom Cabral considera que, além da educação formal (MBA, pós-graduação e idiomas), o aprendizado prático precisa estar presente para que se crie valores com base em vários campos do conhecimento. Em outras palavras, contribui também uma gestão participativa e que estimule as pessoas a assumir riscos e aprender com erros.
Villamarim também aponta que experiências culturais e econômicos, maior inserção nos negócios globais, experiências internacionais que construam valores que transcendem fronteiras nacionais e culturais também possibilitam uma formação mais sólida.
"Outro ponto que contribui é o investimento da empresa no treinamento e no desenvolvimento das pessoas. Muitas vezes, a empresa tem receio em investir nessa formação, por acreditar que, qualificando sua mão de obra poderá perdê-la para o mercado", declara.
E para despertar essa liderança, Villamarim explica que é preciso uma preparação e formação permanente. Para o especialista, o importante é ter líderes comprometidos com o seu próprio ambiente.
Com informações do Sebrae
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