Uma visão mais sistêmica de alocação de recursos requer o entendimento da formação dos ambientes de negócio, suas relações com a segurança institucional e as implicações para a realização de investimentos.
A segurança institucional pode ser resumida como o movimento e a integração das diversas instituições na busca de regras do jogo claras e estáveis. Requer eficiência no governo, justiça equânime e confiança para garantir a estabilidade institucional. Quando essas condições são atendidas, as empresas operam em ambientes de estabilidade institucional com baixo custo de produção e transação (custos para realizar contratos no mercado), baixos impostos, direito de propriedade, segurança jurídica e liberdade para os mercados funcionarem. Portanto, a eficiência dos governos e da governança das empresas apresentam uma íntima relação nas decisões de investimentos e desenvolvimento.
O instrumento de captação dessas condições mais ou menos favoráveis do ambiente de negócios é a estratégia empresarial. A alocação de recursos no âmbito estratégico segue a lógica apresentada no framework abaixo (figura 1), estruturado a partir dos desafios de integração entre a tomada de decisão estratégica, seu alinhamento com as partes interessadas e a operacionalização dos recursos. Esse alinhamento ocorre por meio da construção de uma plataforma de priorização das ações que organiza e integra os objetivos estratégicos e orienta a alocação dos recursos tangíveis (como, por exemplo, o financeiro) e intangíveis (como o capital intelectual ou o conhecimento).
A alocação de recursos financeiros se dá por meio da elaboração dos orçamentos operacional e de capital ou investimentos. Para a operacionalização desses recursos, é fundamental o sincronismo entre as duas estruturas orçamentárias, estabelecido pela gestão dos processos e projetos organizacionais. De igual importância, está a capacidade da empresa em balancear as tensões geradas pelas alocações de recursos de curto e longo prazos. São instrumentos de gestão que, uma vez bem escolhidos e utilizados, contribuem para distender essas tensões e equilibrar as expectativas entre os interessados.
A alocação dos recursos também se refere à alocação de pessoas com capacidade para utilizar os recursos financeiros e gerar vantagem competitiva. Essa vantagem competitiva está na combinação dos recursos, capacidades e competências essenciais que conduzem uma empresa com relativo diferencial frente à concorrência.
Em outras palavras, relaciona-se com a utilização do conhecimento na gestão estratégica e operacional da empresa. Essa é uma questão crucial para a execução estratégica, pois implica na coordenação das atividades por meio de indivíduos e grupos. Como regra geral, a operacionalização estratégica exigirá uma movimentação transversal entre as diversas áreas e unidades da empresa e a consequente formação de grupos de trabalho. Tal formação parte do princípio da complementaridade de conhecimentos, habilidades de relacionamento e compromisso coletivo com os objetivos organizacionais.
Não são alocações e operacionalizações simples. A dinâmica organizacional gera fluxos de trabalho em diversas direções e sentidos. Gera uma teia com relativa complexidade e exige um olhar diferenciado para compreendê-la e organizá-la em uma estrutura coerente e consistente na busca dos resultados planejados.
Fonte: FDC
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