Especialização em Gestão de Negócios é uma alternativa para mudar a mentalidade das lideranças; comportamento é essencial para quem quer buscar soluções disruptivas e colocar uma marca no topo
Eureka! Na sua carreira executiva, você fez uma “descoberta” que impulsionou a organização em que atua, mas essa grande ideia já está obsoleta. Acredite: esse fato é mais comum na gestão do negócio do que se imagina e grandes empresas já passaram por isso. O público das redes sociais migrou para o Facebook e decretou a falência do Orkut. E a própria Coca-Cola colocou o sabor “Black” no paredão quando percebeu que o produto não agradou.
Já a Netflix chegou ao mercado em 1997 - o modelo era parecido ao da Blockbuster - com o intuito de eliminar a necessidade dos clientes de se dirigirem a uma loja física para locar um filme. Um plano de assinaturas permitia assisti-los instantaneamente no computador. Quando a gigante das locadoras foi nocauteada, a Netflix enfrentou seu primeiro desafio e aproveitou um momento de crise para revisar sua estratégia inicial e dar um upgrade no modelo de negócio.
Seu grande trunfo foi acompanhar as mudanças tecnológicas que geraram um novo perfil de consumidor e ingressar de vez na Era Digital. A Netflix investiu em tecnologias e práticas voltadas para o cliente e proporcionou uma melhor experiência para quem acessa o serviço.
Sua plataforma de streaming é baseada principalmente no comportamento dos usuários, a partir da criação de algoritmos que indicam filmes e séries de acordo com o perfil de cada assinante. Outra mudança substancial foi a implementação de uma cultura data-driven (baseada em dados), que norteia todos os setores. Em suma, a transformação digital foi o alicerce para o grande salto da Netflix.
A transformação digital, por exemplo, que já estava em curso em parte das empresas, se tornou uma urgência em tempos de Coronavírus e atingiu grande parte das organizações - inclusive de pequeno e médio porte.
Vale ressaltar que a digitalização vai além do investimento em tecnologia e é um processo que muda a mentalidade da gestão, do corpo de funcionários, de seus processos e objetivos, como aconteceu na Netflix. Por isso, podemos compreendê-la como uma “reinvenção” da empresa.
E esse movimento, de rever as estratégias, o plano de negócios e até mudar os rumos da companhia é chamado de pivotagem. Para as lideranças, pivotar um negócio é uma atitude desafiadora porque exige a prática do desapego das ideias originais para abrir novas frentes de mercado ou reposicionar uma marca.
Principalmente nas empresas familiares, na qual os fundadores nutrem uma relação de pai e filho com o negócio, nem sempre é fácil alterar a rota da companhia. Quando a paixão está envolvida, é difícil mudar. No entanto, num cenário de tantas transformações abruptas e constantes, que interferem na economia e, sobretudo, no comportamento do consumidor, abrir os olhos para o novo é uma estratégia de sobrevivência, de buscar oportunidades durante uma crise.
A pivotagem não é uma pequena mudança, como a troca de um fornecedor ou o adiamento do lançamento de produto/serviço. Estamos falando de uma transformação mais robusta, com impacto no modelo de negócio, que pode ser colocada em prática em momentos de crise ou ruptura. A ideia é oxigenar a empresa: dar um novo gás para sua atividade.
O termo “pivotagem” é utilizado desde 2011. Era usado inicialmente em empresas do setor de alta tecnologia e estava relacionado a mudanças capaz de dar uma “guinada”, um novo direcionamento do negócio. Pivotar significa migrar de uma linha de atuação para outra, quando a estratégia em vigor não dá mais conta de promover o crescimento ou novas conquistas.
Pivotar não segue os princípios de uma ciência exata, com uma fórmula padrão. No entanto, alguns indícios apontam que a mudança é o caminho para a sobrevivência no mercado. São eles:
Em linhas gerais, o momento certo para recorrer à pivotagem é quando um negócio não está funcionando bem, mas sua base pode ser usada para impulsionar uma nova ideia. O Youtube, apesar de ser líder no mercado, está mudando sua visão e quer se tornar um misto de streaming e rede social. O objetivo é continuar ser competitivo.
O primeiro passo para pivotar é compreender o que, exatamente, não está funcionando na estratégia inicial. Se o seu serviço está ficando ultrapassado, por exemplo, use sua experiência a seu favor: reinventar a entrega pode ser a solução. Se o produto está obsoleto, avalie o que funcionou bem e comece do zero - sem se apegar demais à ideia inicial.
A Pós-Graduação em Gestão de Negócios, da FDC, conecta gestores às novas tendências do mercado. Trata-se de um curso para profissionais graduados em qualquer área e que estejam em busca de autodesenvolvimento, além de pessoas que desejam alavancar a carreira e aprofundar conhecimentos em gestão para liderar, empreender ou transformar a realidade das organizações.
Uma das disciplinas é a Gestão Estratégica de Canais e Omnichannel, um tema atual e que mostra a importância da fusão dos canais de comunicação com os canais de venda para que as empresas cresçam. O professor Christian Manduco vai falar sobre a estratégia centrada no cliente, mas com o embasamento estratégico em canais - sobretudo em multicanais. “Quando todos eles estão integrados, de modo a gerar uma experiência satisfatória em sua jornada de compra, podemos dizer que essa empresa possui uma estratégia Omnichannel”, informa.
Outra questão que será aprofundada durante o programa de especialização é o da gestão por indicadores. Os participantes irão conhecer os OKRs, que facilitam a uma busca contínua de objetivos estratégicos comuns e envolvem tanto os executivos do alto escalão quanto os colaboradores do chão de fábrica.
Numa definição simples, os OKRS são Objetivos e Resultados-chave. O Objetivo é aquilo (O QUE) deve ser alcançado. Já os Resultados-chave correspondem ao monitoramento sobre COMO chegamos aos objetivos. Para cada objetivo, devemos definir de 3 a 5 Resultados-chave. Vale dizer que são bem específicos e limitados em um espaço de tempo (geralmente trimestrais), além de serem realistas, mensuráveis e verificáveis.
Conhecer a metodologia faz parte da formação de gestores de alta performance: aqueles capazes de elevar os resultados a curto, médio e longos prazos e alavancar o crescimento sustentável das organizações.