Conhecido por ser um catalisador de conhecimento e troca de experiências, o programa da Fundação Dom Cabral e JValério atua como o braço direito das empresas que, ao se tornarem maduras, buscam novas direções orientadas por resultados
Quando uma marca está consolidada no mercado e passa a ser vista como referência, dizemos que ela alcançou o ápice. Ainda mais se o nicho de atuação é segmentado e o grau de competitividade, bem como de exigência, são maiores. Nesses casos, o case de sucesso é, geralmente, a própria trajetória traçada até ali. Afinal de contas, o que pode ser mais inspirador do que estar no topo. Contudo, a grande maioria dos negócios que perduram por décadas, ultrapassando gerações, se caracterizam por uma postura muito peculiar, algo que os torna realmente grandes em tudo o que fazem: a busca incessante por somar competências e habilidades sempre com foco em expansão.
Partindo da premissa, essa é a receita que mantém a Lightsweet, indústria de alimentos com teor reduzido ou zero açúcar, sediada em Marialva (PR), numa constante de crescimento sustentável. Dos 34 anos de existência da empresa, especializada em pós para preparo, quase um terço contou com as precisas intervenções do Parceiros para a Excelência (PAEX) - solução educacional da Fundação Dom Cabral em parceria com a JValério Gestão e Desenvolvimento criada para quem deseja fortalecer o capital intelectual de toda a estrutura organizacional através da transferência de conhecimento. Mais do que absorver aprendizados, os cerca de 230 funcionários passaram a trabalhar a partir de processos pautados em boas práticas dentro de um robusto sistema de gestão aperfeiçoado ao longo da participação contínua em 12 ciclos do PAEX.
Veja quais foram as direções que eles tomaram auxiliados pelos mentores do programa a seguir.
Do primeiro ciclo do PAEX aos dias atuais, muita coisa aconteceu na jornada da fabricante - que começou com adoçantes (entre eles, os 100% Stevia) e refrescos, estendeu às sobremesas (pudins, gelatinas e mousses) até chegar ao ramo dos biscoitos em diversas versões, incluindo os recheados, as rosquinhas e os de leite em geral. Primeiramente, tiveram que ampliar a infraestrutura, passando de 6 para 16 mil m² divididos em dois barracões, para dar conta do extenso portfólio, conhecido principalmente pelas linhas de varejo Lowçucar e Magro (que juntas somam mais de 150 itens). Por falar nisso, o carro-chefe é justamente o açúcar magro, mais conhecido como “o adoçante para quem não gosta de adoçante”, já que é feito tendo o insumo como base a fim de agradar os mais diversos paladares que, seja por restrição alimentar ou livre escolha, desejam o sabor doce sem adoçar.
Ademais, entre fabricação própria e terceirizada, estão uma vasta gama de edulcorantes e chocolates, além do creme de avelã. Recentemente, após a aquisição de maquinário, criaram uma fórmula de wafer proteico para atender o público fitness e aproveitaram para apresentar o lançamento com exclusividade na Naturaltech - considerado o evento mais importante de produtos naturais, orgânicos e saudáveis no Brasil e na América Latina. Não por acaso, entram na lista as opções reduzidas em sódio e gordura, as sem lactose e as análogas à carne - esse último, um projeto chamado Inédito que acaba de sair do papel.
Enfim, entre os produtos consolidados e as novidades que abastecem as prateleiras de supermercados, casas especializadas e farmácias em todo o país, a Lightsweet pretende aumentar ainda mais o market share no segmento livre de algum ingrediente por meio de ações pautadas no sólido suporte adquirido via PAEX. Quem nos conta toda essa história com exclusividade, sem deixar de enfatizar que faz questão de participar do intercâmbio de experiências proposto pelo programa, é o diretor da companhia, Cezar Couto. A frente do negócio, o filho do fundador, Amaury Couto, topou compartilhar conosco alguns ganhos adquiridos ao longo desse tempo no qual teve contato direto com os professores e especialistas da FDC.
Confira os principais trechos do bate papo a seguir.
“Sem dúvida alguma, o primeiro grande impacto do PAEX na Lightsweet foi a elaboração de um plano de ação voltado para o futuro, uma providência que apesar de já estar em nosso radar era realizada de maneira quase artesanal. Daquele momento em diante, passamos a ter uma visão mais ampla e estratégica, quase palpável, de quais direções deveríamos seguir. Para tanto, investimos tempo na reformulação de condutas, da diretoria ao chão de fábrica, a fim de se tornarem cada vez mais profissionalizadas. Sem falar na necessidade de basear a tomada de decisões em metodologias ágeis e flexíveis de acordo com as demandas e desafios de cada departamento. Porém, todas voltadas a um objetivo comum: competir de igual para igual com a concorrência e aumentar a lucratividade.”
“Após o contato com os especialistas do PAEX, incorporamos uma série de ferramentas focadas nos objetivos propostos no mapa estratégico, a exemplo das avaliações gerenciais mensais (AGM) voltadas ao controle e acompanhamento das iniciativas idealizadas anteriormente. Em outras palavras, traçar metas e pensar em meios para alcançá-las passou a ser uma atividade incorporada ao cronograma diário, sobretudo, na área comercial.”
“Passamos a lidar melhor com um impasse que nos acompanhava, relacionado à resolução de conflitos cotidianos inerentes à administração empresarial. Mesmo sendo uma indústria madura e organizada, sentíamos que faltava uma interferência externa que fosse capaz de nos mostrar outros pontos de vista na hora de chegar a consensos. De fato, fomos positivamente provocados a sair da zona de conforto e, desse modo, conseguimos nos mobilizar coletivamente em prol da geração de valor. Como resultado, vimos as entregas se tornarem mais eficientes e, por consequência, com retornos expressivamente relevantes.”
“Enquanto líder, pude experimentar conversas individuais extremamente valiosas e produtivas. O comodismo deu lugar ao desconforto no que diz respeito às discussões profundas acerca do contexto no qual estamos inseridos e que, por ventura, estariam sendo evitadas por inúmeros motivos. Ao chegarem a certo degrau da carreira, muitos gestores passam a acreditar que não há mais nada a se aprender. No entanto, ao contrário do senso comum, uma vez que o compartilhamento de saberes é, com certeza, uma oportunidade única que ao ser destravada só nos leva a ganhar. Sendo assim, a atualização constante sobre temas emergentes e tendências não pode ser negligenciada em nenhuma fase da vida profissional. O PAEX nos mostra isso claramente.”
“Começamos a ver que existem outras práticas, tão ou mais eficazes que as nossas, e abrimos espaço ao novo que, por vezes, faltava para evoluirmos ainda mais. São muitos os porquês que, juntos, passamos a responder, pois eles trazem perguntas relacionadas ao nosso campo de atuação e, baseados no que observam no dia a dia, vamos encontrando as respostas que fazem sentido. Não é uma fórmula pronta, muito menos mágica, mas sim uma condução adaptada à realidade de cada organização com pontos de referência em relação aos seus concorrentes.”
“Uma das práticas do PAEX incorporadas que segue impulsionando os resultados positivos são as salas de guerra, voltadas à resolução de grandes problemas que precisam ser resolvidos rapidamente. O conceito amplo envolve reunir profissionais específicos e estratégicos para gerenciar projetos complexos. O objetivo é que a equipe esteja focada e motivada a superar obstáculos e propor ações enquanto ajuda a dar continuidade às operações.”
“Dentro do conteúdo programático, destaco a realização tanto dos comitês temáticos - nos quais podemos aprender sobre pautas a serem debatidas internamente, como as relacionadas à endomarketing e sustentabilidade - como a rede colaborativa incentivada pela realização de encontros periódicos cujo alvo central é manter a troca de experiências entre os parceiros ativa e estimulada. Sem falar no networking de alto nível.”