O tema foi pauta de live gratuita realizada pela JValério para membros de famílias empresárias do Paraná e de Rondônia
Você sabe qual é a importância da governança corporativa dentro de uma empresa? Essa função é essencial para a melhoria de processos internos e externos do negócio e para o aumento da transparência na prestação de contas a sócios e acionistas. Tudo isso com o objetivo de garantir a longevidade do empreendimento.
Para falar sobre o assunto, o presidente da JValério FDC, Eduardo Valério, participou da live “Encontros de Gestão - Governança corporativa na era digital: principais desafios”, evento gratuito e exclusivo para gestores de empresas familiares do Paraná e de Rondônia. Eduardo Valério é especialista em Governança Corporativa para empresas familiares pela Wharton Business School (EUA) e presta serviços de coach a conselheiros, presidentes e membros de diversos conselhos de administração, tendo implantado sistemas de Governança Corporativa em mais de 80 empresas familiares no Brasil e exterior. O encontro organizado pela JValério FDC contou com participação de Marion Klimmek, membro do Conselho de Acionistas da Condor S.A.
Muitos empresários familiares se questionam sobre como criar uma governança corporativa no seu negócio, mas poucos sabem que, na verdade, toda empresa já nasce com uma governança - basta entender o conceito e como isso está conectado com o empreendimento. O ecossistema de governança corporativa familiar é dividido em três subsistemas: de gestão, que representa a empresa, seus indicadores, planejamento estratégico, funções e responsabilidades de cada colaborador; familiar, onde as relações são consanguíneas e que estão ligados à parte emocional; e a societária, em que está relacionada com a parte de controle de capital por parte dos sócios.
Segundo Eduardo Valério, governar uma empresa familiar é criar um conjunto de valores e princípios que ordene estes três subsistemas. Para isso, é preciso impor regras e normas. “Nas empresas familiares isso é fundamental, já que por possuírem laços afetivos, geralmente existe uma relação muito informal entre os sócios e fundadores”, explica. À medida em que a empresa cresce, é essencial que a governança adicione novas regras e redistribua responsabilidades. "São necessárias regras suficientes para manter a empresa funcionando com saúde e para manter a família com menor atrito possível dentro e fora do mundo corporativo", recomenda Eduardo.
A governança também exige a definição de fóruns e reuniões periódicas para a tomada de decisões. "Nas empresas familiares, muitas decisões importantes são tomadas rapidamente em conversas de corredor. À medida que a empresa cresce, essas informações podem se perder e gerar confusão entre as partes envolvidas. Assim, a criação de um fórum é essencial para discutir como as decisões devem ser tomadas da melhor forma possível”, explica Valério. Além disso, cuidar do alinhamento de ideias, expectativas e planejamento tanto da área de gestão da empresa quanto dos sócios e familiares, é fundamental. “Uma boa governança deve levar em conta as expectativas da empresa como instituição e do chamado ‘planejamento estratégico paralelo’, elaborado pela família e pelos sócios”, ressalta.
Imagine que você está tomando decisões importantes dentro da sua empresa. Se não houver ordem e um processo ágil para os sócios ou conselheiros se atualizarem, é provável que o processo de execução da ideia tenha imperfeições.
Segundo Eduardo Valério, situações como essa podem ser evitadas quando a empresa se adapta ao mundo online. Saber usufruir das ferramentas digitais auxilia em tarefas cotidianas da empresa, viabiliza maior conexão entre os colaboradores e também pode ser um diferencial em relação aos concorrentes. “O mundo está hiperconectado, o conhecimento é abundante, gratuito e tudo acontece de forma quase instantânea. Diante disso, o administrador deve olhar para todo esse potencial e pensar em como usar isso em benefício das estratégias da sua empresa, adaptando para suas necessidades e objetivos”, explica.
Para Valério, a chegada da era digital mostrou que a governança deve ser adaptável e não fixa. “O mesmo vale para o conselho administrativo e gestores de um negócio, que se não se atualizarem diante das mudanças, podem ficar obsoletos e se transformarem em um grande problema para a empresa”, afirma. Além disso, a governança na era digital também trouxe novos formatos de reuniões, mais oportunidades paras novas gerações, tomada de decisões mais rápidas e o convívio direto de gerações mais antigas com os jovens dentro do mundo corporativo.
Em momentos de crise, a governança corporativa exige eficiência, responsabilidade, participação ativa e é fundamental para manter o equilíbrio na gestão e garantir a estabilidade da empresa. O período de crise obrigou os conselhos de administração, que antes tinham o dever de planejar pensando a longo prazo, a pensarem no presente. Eduardo Valério acredita que a crise também incentivou um movimento benéfico de reaproximação de todos os agentes do ecossistema corporativo. "Houve uma massiva horizontalização do processo de decisão das empresas. Acionistas, familiares e gestores voltados ao mesmo propósito: salvar os negócios.”, finaliza.
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