Nativos digitais: a geração Z já nasceu on-line

09/07/2024
Nativos digitais: a geração Z já nasceu on-line | JValério

Vejamos como compreender este público pode ajudar as marcas a estabelecerem conexões significativas e duradouras com os consumidores nascidos entre 1995 e 2010

Não é apenas o ano de nascimento que determina a dinâmica geracional. Apesar de ser um critério relevante, a idade é apenas um dos muitos fatores que envolvem essa distinção. Para se ter uma noção, podemos citar eventos históricos, mudanças nos padrões culturais e de comportamento e avanços tecnológicos como marcos temporais que também definem a classificação. Todos esses acontecimentos contribuem para definir as principais características, perspectivas e experiências relacionadas à passagem de uma era para a outra.

Porém, em se tratando dos zoomers, como são chamados os jovens da geração Z - nascidos entre 1995 e 2010 -, a principal tendência que coincidiu com a chegada deles ao mundo (sem falar no bug do milênio) é, sem dúvida nenhuma, o fato de terem nascido em uma realidade 100% tecnológica. Diferentemente das anteriores, que presenciaram a transição do analógico para o digital, trata-se de um público acostumado à ideia de andar por aí sempre com um gadget na mão.

Ou seja, para eles, a vida não faz sentido sem que um dispositivo eletrônico portátil faça parte dela. Aliás, como puderam ver o crescimento da internet e a popularização dos smartphones e tablets desde crianças, demonstram domínio inato a tudo o que diz respeito ao ambiente virtual. E não para por aí: são pessoas bem peculiares quando o assunto é consumo, mercado de trabalho e engajamento, tanto social como ambiental e político. Com os olhos constantemente vidrados na tela, assistem de camarote a globalização enquanto selecionam o que vão comer, vestir e compartilhar em meio a avalanche de conteúdo ao qual são quase “bombardeados”, sobretudo, nas redes sociais.

Diante do cenário, como traduzir os pensamentos e ambições desses indivíduos em insights que ajudem as organizações a criar produtos e serviços que atendam suas dores e necessidades? O desafio começa em compreender os sentimentos daqueles que estão por trás do emojis. Pensando nisso, vejamos o que as marcas precisam entregar para chamar a atenção dos mais de 10% da população brasileira.

Quem são os jovens da geração Z

De acordo com o último censo do IBGE, 21,1 milhões de brasileiros têm entre 15 e 29 anos. Em uma ponta, são adolescentes que ainda não conquistaram total autonomia e poder de compra, mas mesmo assim movimentam a economia ao influenciarem diretamente os gastos das famílias. Além de estudantes, universitários, recém-formados ou profissionais em busca de uma colocação e de progressão na carreira. Não por acaso, grande parte das atenções e estratégias empresariais estão voltadas a esse perfil consumidor tão (hiper) conectado quanto exigente.

Em países mais desenvolvidos, a geração Z representa pelo menos 250 milhões de cidadãos, sendo que cerca de metade está empregada atualmente. Nos EUA, por exemplo, o número de colaboradores deste grupo trabalhando em período integral está quase ultrapassando o de baby boomers (nascidos entre 1945 e 1964). Vale lembrar que por lá, milhares de zoomers ocupam cargos de chefia, como diretores executivos de grandes companhias, sem falar nos que estão definindo os rumos da política americana em postos de alto escalão. Em resumo, conforme esta geração se torna mais influente, as empresas, os governos e os investidores precisam entendê-la.

Portanto, ao falarmos da geração Z, automaticamente nos vem à mente as particularidades a seguir:

  • Domínio das tecnologias;
  • Múltiplas habilidades;
  • Necessidade de interação ágil e instantânea;
  • Forte carga idealista;
  • Focados em saúde mental e qualidade de vida;
  • Almejam transformar hobbies em profissão (os influenciadores digitais estão aí para provar);
  • Senso de urgência em relação às próprias expectativas;
  • Flexibilidade e adaptabilidade à mudança;
  • Pragmatismo em relação às necessidades profissionais e pessoais;
  • Tolerância e abertura à diversidade e inclusão;
  • Identidade fluida e sem rótulos;
  • Valorização do acesso e não da posse;
  • Autonomia como valor inegociável.

Como chamar a atenção da geração Z

A seguir, reunimos algumas informações vitais sobre a geração Z que podem impactar diretamente a tomada de decisões nos negócios.

  • Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em parceria com o Datafolha, sobre o Raio X do Investidor Brasileiro mostra que a geração Z marca a virada definitiva para os canais financeiros digitais;
  • 40% dos entrevistados dessa faixa etária usam aplicativos de bancos e corretoras, sites de notícias, fóruns on-line e blogs para buscar informações sobre investimentos. Esse percentual vai caindo à medida que a idade aumenta. Entre os Millenials (entre 26 e 40 anos), essa fatia já fica em 32% e entre a geração X (entre 41 e 60 anos) é menor ainda, 22%;
  • No entanto, na hora de investir se mostram um pouco mais conservadores, uma vez que 14% (o maior percentual) ainda aplica no mais tradicional dos fundos: a boa e velha poupança. Em contrapartida, há uma pequena parcela de 5% interessada em criptomoedas;
  • O Raio X do Investidor Brasileiro mostra ainda que 4% dos investidores da geração Z ouvidos pela pesquisa deixam o dinheiro em casa. Pode parecer pouco, mas é maior do que a parcela dos que aplicam, por exemplo, em fundos ou em ações e em títulos públicos ou privados, com 3% e 2%, respectivamente;
  • Ao vestirem a skin de consumidores, valorizam a autenticidade, a transparência e o engajamento das marcas em um nível sem precedentes, preferindo as que compartilham valores e se envolvem ativamente em causas sociais, ambientais e políticas. Além disso, a geração Z espera uma experiência de consumo mais personalizada, interativa e envolvente e tende a confiar mais em recomendações de pares e criadores de conteúdo do que em publicidade convencional;
  • No ambiente empresarial, apresentam postura semelhante à demonstrada no âmbito pessoal, ou seja, interatividade e fluidez aliadas à tecnologia. São repelidos pelo modelo de autoridade vertical, pois a autonomia é um valor muito caro à geração Z. A atração desses talentos para o mercado de trabalho demanda a reformulação nos padrões de seleção e recrutamento, plano de carreira, nível salarial, etc.;
  • Seu alvo principal não é o dinheiro, mas ter uma rotina pessoal e profissional condizente com valores que professam e sentir que estão contribuindo para construir uma sociedade melhor. Por esse motivo, preferem comprar de empresas reconhecidamente éticas e acessíveis, com atuação genuína em causas sociais e ambientais;
  • Dispensam buscadores convencionais (como o Google) para realizarem suas pesquisas nas próprias redes - TikTok e Instagram são as mais utilizadas para esse fim.

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