Mirou no futuro, acertou na inovação: novos tempos pedem modelos de gestão atualizados
18/04/2024
Saiba o que as organizações de vanguarda têm feito quando o assunto é rever a cultura organizacional em prol de desenvolvimento sustentável
Os novos modelos de gestão te provocam interesse ou causam medo? Independentemente da resposta, a única certeza que temos é: eles são absolutamente inevitáveis. Para quem ainda tem dúvidas, basta pensar um pouco para enumerar pelo menos cinco bons motivos que justificam tal argumento. Eles vão desde incertezas econômicas e tensões políticas à evolução sem precedentes da tecnologia, o avanço da Inteligência Artificial (IA) e o perfil profissional das novas gerações.
Chamada de era do conhecimento, presenciamos um momento histórico no qual o acesso à informação está na palma das mãos exigindo de todos, mas, sobretudo das organizações, a quebra de paradigmas. No contexto atual, simplesmente ler, ouvir e reproduzir teorias não se mostra suficiente. É preciso transcender pontos de vista engessados e burocráticos para questionar, refletir, criar conexões genuínas e provocar perspectivas inéditas. Além disso, nunca se valorizou tanto a aprendizagem contínua e o desenvolvimento de competências e habilidades que possibilitem a adaptação a um ambiente em constante transformação.
Embora nossa capacidade de acessar uma quantidade impressionante de dados e conteúdos em questões de segundos, será que estamos conseguindo convergir todo esse repertório em conhecimento útil e estratégico? Se você é do tipo que não resiste a um spoiler, aqui vai um: a boa notícia é que a inovação está no radar das pequenas, médias e grandes empresas brasileiras.
Demandas do mundo contemporâneo vs modelos de gestão
Hoje em dia, não se trata apenas de possuir e aplicar conhecimento, mas também de compartilhar. Inclusive, tem um artigo dedicado à cooperação em rede aqui no nosso blog (link). Nele, falamos da importância de impulsionar a atuação inovadora e sobre como pensar em alianças estratégicas é uma forma de reduzir problemas e custos, bem como de mitigar riscos em atividades empresariais que visam a rentabilidade. Afinal, a globalização está acontecendo e quem não conseguir acompanhar o ritmo será, inevitavelmente, “engolido” por ela.
Diante do cenário, migrar para modelos de gestão contemporâneos, nos quais as demandas do mundo moderno estejam no alvo, torna-se imperativo. É isso ou ceder lugar à concorrência quando menos se espera ou ter que presenciar os talentos pedindo demissão em prol da saúde mental. Aliás, se até pouco tempo, a ambição girava exclusivamente em torno de poder e dinheiro, ela evoluiu para tornar-se uma busca por sentido e propósito de vida. Cada vez mais, vemos a competitividade entre os colegas dar lugar ao apoio mútuo e o compartilhamento de ideias virar sinônimo de sucesso, quando, a partir disso, se prolifera a cultura da inovação.
Pensando nisso, selecionamos alguns insights necessários a líderes e gestores que desejam encarar o desafio de promover o desenvolvimento sustentável dos negócios por meio de mudanças no mindset organizacional.
Confira!
A tolerância dos profissionais com modelos de gestão desalinhados à realidade entrou em colapso: as lideranças precisam saber trabalhar em equipe, devem deixar o egocentrismo de lado e demonstrar espírito de colaboração. Ademais, aspectos como flexibilidade e impacto social passaram a ser amplamente valorizados pelos colaboradores, portanto, foco neles;
O modelo de gestão top-down (de cima para baixo) vem se esgotando cada vez mais: a forma de liderar caracterizada por uma hierarquia dura e gerenciamento fechado dão lugar à espaços de trabalho colaborativos onde os funcionários sentem-se valorizados por serem, de fato, considerados o ativo número #1 das organizações;
Adesão às boas práticas de governança corporativa: as empresas humanizadas possuem rentabilidade 3,5 vezes superior à média das 500 maiores companhias do país. Os dados demonstram que organizações abertas a modelos de gestão mais alinhados às práticas ESG têm mais chances de serem bem-sucedidas, uma vez que iniciativas como essa impactam não só internamente, mas junto a clientes, parceiros e a sociedade;
Gestão horizontal: está aí outro tema recorrente por aqui, a gestão horizontal (aprofunde) e sua capacidade de fortalecer a rede de cooperação voltada à inovação, bem como a estrutura organizacional. Além disso, engajar o comprometimento dos funcionários em assuntos do interesse global e, mais importante, alcançar resultados rápidos e positivos, são metas que, ao longo do tempo, se tornam mais palpáveis com esse tipo de abordagem. Não por acaso, gigantes como Netflix, Google e Tesla - conhecidas por impulsionar a criatividade - funcionam assim;
Tecnologia como aliada: os robôs irão nos substituir? Aqueles que souberem lidar com a IA terão uma vantagem competitiva de peso. As empresas de vanguarda que já investem em diversidade, capacitação e desenvolvimento de seus times são capazes de aproveitar melhor e com mais eficiência o conhecimento gerado pelos recursos digitais. Com isso, se apoiam na tecnologia como motor de crescimento;
Automação e aumento da produtividade: com o auxílio das máquinas, sobram aos colaboradores menos tarefas repetitivas e mais tempo para se dedicarem a funções estratégicas e processos criativos que demandam habilidades cognitivas, revelando mais uma vez a importância de qualidade comportamentais (soft skills) no novo cenário corporativo.
O futuro da gestão da inovação
De acordo com uma pesquisa da consultoria de inovação, Inventta, em parceria com a Fundação Dom Cabral, em se tratando de maturidade na gestão da inovação, tamanho “nem sempre” é documento. Seja como for, o panorama tem se revelado positivo. Destacam-se a visão otimista sobre o ambiente de negócio mais propício nesse sentido e a consciência das organizações quanto ao esforço inovativo como principal alavanca de geração de valor.
Para elaborar o material, foram feitas entrevistas com 19 gestores de inovação do mercado e aplicados 255 questionários em pessoas ligadas ao ecossistema inovativo empresarial. A partir disso, foi possível realizar diversas análises sobre os objetivos estratégicos da inovação, as principais barreiras para inovar, as práticas mais utilizadas com este viés e uma visão de futuro para gestões inovadoras. As análises foram segmentadas por tamanho das organizações, setor e grau de maturidade nesse quesito.
Vejamos abaixo alguns números do levantamento:
A média geral da maturidade em gestão da inovação das empresas respondentes é de 57,7%;
Empresas de grande porte apresentaram um nível de maturidade em gestão da inovação superior (62,4) em relação às médias e pequenas (51,7 e 52,5);
Não se comprovou a relação entre tamanho e maturidade da gestão da inovação uma vez que nas pequenas empresas (52,5) ela é levemente maior do que nas médias (51,7);
As pequenas empresas se destacaram nas práticas de visão e direcionamento (60) e cultura e engajamento (57) em relação às empresas de médio porte (56 e 52, respectivamente);
O nível de maturidade dos processos e estrutura para inovação das médias e pequenas empresas foi muito próximo (45 e 44). Na dimensão de recursos, há uma correlação clara entre o tamanho da empresa e o grau de maturidade;
Cerca de 48% das organizações têm um modelo de gestão da inovação em nível avançado de maturidade, sendo a maioria dessas (64%) de grandes organizações;
O setor de Manufatura e Produção tem a maior maturidade (63,2), enquanto o Governo e Terceiro Setor a menor (50,3);
Na média geral, crescimento (75%), ganho de eficiência (65%), diversificação (65%) e ampliação do mix (63%) são os objetivos estratégicos mais citados como direcionadores do esforço inovativo;
Os objetivos menos citados foram expansão geográfica (33%), aumento da capacidade (32%), employee experience (27%) e compliance (22%);
Os objetivos com os percentuais mais discrepantes de acordo com o tamanho das organizações foram eficiência (41%), ESG (31%) e employee experience (21%);
Dos 16 desafios para inovar identificados, a pressão por resultados de curto prazo é o principal entrave encontrado pelas empresas para inovar. Seguido por tempo de dedicação à inovação e orçamento;
Os desafios relacionados a “processos” são menos frequentes nas organizações, enquanto os que envolvem a cultura foram citados como muito relevantes, representando 4 dos top 8 desafios;
Os desafios com maior diferença entre setores foram tempo (54%), burocracia (42%), centro de poder (37%), regulação (35%) e aversão a risco (33%);
O orçamento está presente entre os cinco principais desafios em todos os setores analisados;
As práticas de maior destaque foram comunicação (62%), capacitação da liderança (58%), treinamentos (57%), budget para inovação (55%) e realização de Proof of Concept (PoC) e conceito de inovação (ambos com 53%).
Que tal agora se conectar ao grupo de gestores mais experientes do mercado para um aprendizado em rede capaz de redefinir a gestão do seu negócio? O que já é bom, pode ficar ainda melhor ao planejar os próximos passos para manter o crescimento sustentável.
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