O “apelo” vem dos consumidores e mercado, mas ao mapear e coordenar processos quem ganha mais é a própria empresa e sua lucratividade
Na rotina de qualquer negócio, toda gestão que se preze faz uso de diversas técnicas que ajudam a realizar tarefas simples e complexas. Quando falamos em gerenciamento de processos e percepção externa, vitais à sobrevivência empresarial, a cadeia de valor é uma delas. Porém, não adianta saber que o método existe e está aí para ajudar os profissionais: na busca pela excelência, a grande sacada é dominar - na prática - os recursos disponíveis a fim de identificar as oportunidades e transformá-las em resultados positivos.
Mais do que nunca, em virtude da alta competitividade, não dá para pensar em se destacar no mercado sem possuir vantagem competitiva. Nesse sentido, fazer com que o grande alvo de qualquer estratégia - ou seja, os clientes e seus desejos e necessidades -, perceba a proposta valorosa que está em jogo diz tudo sobre o sucesso ou a ausência dele.
Portanto, vamos gerar valor a partir do conhecimento e sair na frente da concorrência?
Em suma, a cadeia de valor é uma forma de compreender como uma organização funciona, bem como se os procedimentos estão indo bem e satisfazendo o público-alvo. Além disso, atua como uma espécie de termômetro para medir se todos os elos estão produzindo em sinergia e alinhados ao mesmo propósito, que é o de entregar qualidade, benefícios e diferenciais em prol de expansão e lucratividade.
Embora possa parecer mais uma teoria como tantas outras do universo organizacional, descobrir se a cadeia de valor está fortalecida e preparada para gerar crescimento e lucro é, com toda certeza, um ponto crucial do planejamento estratégico.
Citado pela primeira vez em 1985, por Michael Porter - sim, o mesmo das cinco forças de Porter -, o conceito da cadeia de valor parte do princípio de que toda empresa deve contar com um conjunto de ações destinadas a gerar valor. Segundo Porter, considerado um dos principais teóricos da administração, a metodologia serve para mapear e coordenar processos que visam estabelecer uma visão ampla de tudo o que é produzido de maneira interligada.
Em outras palavras, as organizações são responsáveis por criar soluções inovadoras e desenvolver novos produtos e serviços, de preferência, cada vez mais capazes de suprir as expectativas dos consumidores. Ademais, envolve prestar um atendimento eficiente em etapas e setores que compõem as atividades primárias e de apoio.
Assim, mais do que contribuições diretas ao modelo de negócios e processos produtivos, para citar apenas alguns, é possível investir na geração de projetos inéditos, lançamentos exclusivos e campanhas diferenciadas. Sem falar na possibilidade de melhoria contínua que o gestor tem nas mãos ao identificar forças, fraquezas e ameaças.
De modo geral, as operações que geram valor são aquelas que levam ao aumento da margem de lucro, mas não sem oferecer um quê a mais. De acordo com Porter, as empresas podem aumentar suas receitas usando essa análise de duas maneiras diferentes:
Só para ilustrar, imagine uma empresa do agronegócio: ao baixar o número de contratações e reduzir investimentos, ela poderá crescer em virtude da economia em despesas internas. No entanto, ao criar versões orgânicas daquilo que já produz, por exemplo, estará comunicando - tanto ao setor como aos consumidores - que se preocupa com a geração de valor. No fim das contas, a tendência é que lucre ainda mais, uma vez que o preço final poderá ser maior e irá superar o custo de produção.
Já no caso de uma confecção de roupas, à primeira vista pode ser apenas mais uma que compra tecidos de algodão e produz camisetas. Inclusive, normalmente, o mesmo fornecedor costuma atender diversas fábricas do ramo. Todavia, a cadeia de valor entra em cena quando a marca X opta por vender as peças em um e-commerce ágil e interativo. Também ao firmar parceria com um designer que fará desenhos exclusivos nas estampas. Da mesma forma, ao conhecer sua persona e falar de perto com ela aceitando sugestões de design e cores. Tudo a um clique para resolver o problema de quem busca um modelo ideal de camiseta.
Para que isso dê certo, por sua vez, é importante que a atuação da gestão e o planejamento estratégico funcionem muito bem, além das etapas de apoio e de um controle da produção “redondo”. Certamente, dessa forma será mais fácil da empresa controlar as ações que envolvem impulsionar sua cadeia de valor.
Como Porter nunca decepciona, o estudioso também criou uma divisão teórica que auxilia no entendimento de como a cadeia de valor funciona. Para tanto, ele separou a metodologia nos dois grupos a seguir.
As atividades primárias representam qualquer ação que produza benefícios diretos para os clientes da empresa. Elas também são conhecidas como processos de core, pois estão relacionadas com a entrega de valor para o público:
Enquanto as atividades primárias representam um impacto direto na experiência dos clientes, as de apoio servem ao objetivo de gerar valor de maneira indireta, já que funcionam para sustentar os processos primários da empresa:
Não sei para vocês, mas nossa percepção é que a cadeia de valor é praticamente como um mapa que ajuda os empresários na desafiadora missão de empreender e prosperar. Outro detalhe que chama a atenção é o fato dela exigir muito mais domínio da expertise, do que dinheiro propriamente dito. Afinal de contas, na maioria das vezes, as respostas estão na reestruturação de processos consolidados, contudo, flexíveis diante das mudanças e exigências do mercado.
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