Cabe aos responsáveis por postos de comando motivar equipes a se engajar em causas comuns e ampliar valorização da marca da companhia
Ao assumir posições chave nas companhias ou comandar projetos estratégicos, líderes têm um dos principais desafios na carreira: atrair pessoas em torno de uma causa comum, chamada de propósito de um negócio.
Cabe a quem está na cúpula das empresas orientar essa tarefa em sintonia com os interesses das organizações e estimular equipes a atingir os resultados planejados durante a etapa do planejamento estratégico.
Esse comportamento no dia a dia da empresa veio para ficar, o que indica que o significado do trabalho não está restrito apenas à subsistência e ascensão profissional. Os interesses pessoais do colaborador devem estar conectados com o propósito da companhia.
Pesquisa feita pela Harvard Business Review Analytic Services e do EY Beacon Institute só reforça essa percepção. No levantamento realizado em 2015 com 500 executivos, 80% dos entrevistados responderam que uma organização com propósitos claros e que são de conhecimento dos stakeholders vai alcançar mais sucesso “na satisfação dos colaboradores e fidelização dos clientes”.
Quando os funcionários constatam que suas chefias trabalham com um propósito moral, de acordo com outro estudo promovido pela britânica a CIPD – Chartered Institute of Personnel and Development, as chances de talentos deixarem a empresa são menores. Isso demonstra que as equipes fazem questão de mergulhar ainda mais nos projetos que lhes se são encaminhados.
O desafio daqui para frente é estimular o desenvolvimento de líderes com essas habilidades para ganhar os corações e mentes dos seus subordinados.
André Luis Fauth, Ceo da Berneck, é prova viva da importância de unir o discurso à prática. Na opinião dele, a liderança precisa ser exercida com empatia e, acima de tudo, o líder deve liderar pelo exemplo. “É papel do líder saber ouvir e debater as questões. Quando eu debato, mostro que no campo das ideias não existe hierarquia. É preciso agregar as experiências do seu time para alcançar os melhores resultados”, afirma.
O fato é que empresas que já se dispuseram a criar e praticar uma carta de intenções recheada de posturas éticas, morais e de comprometimento com a sociedade possuem maiores condições de atrair profissionais que se identificam com esses temas.
O mesmo estudo do CIPD demonstrou que começar o novo caminho para atingir essa realidade na empresa obrigará os dirigentes da companhia a olhar além dos resultados.
Os pesquisadores apontam ainda que a organização tem enormes tarefas a realizar para valorizar a liderança com propósito, como o patrocínio de políticas com temas de atuação relevantes, formatação do papel dos líderes, convergência em torno de uma visão central, treinamento constante e estímulo de cultura organizacional.
O propósito sempre esteve na agenda das empresas. O que mudou agora é uma releitura da filosofia de valorização de projetos e finalidades. Ou seja, o que se pretende a partir de agora é que o discurso esteja em estreita ligação com a prática.
Por isso, lideranças já se movimentam em empresas da Europa e Estados Unidos para disseminar o que é a essência de propósito. Tudo isso acontece em razão de um mundo marcado por transformações bruscas, de constantes adaptações.
A criatividade, autonomia, disposição para assumir riscos, ter coragem para decidir, políticas de segurança psicológica para cumprir essas tarefas e buscar a inovação, integram ambientes corporativos que já sentiram o chamado para a nova realidade.
Ao cultivar esse formato na cultura organizacional e na nova governança nas empresas, cresce a possibilidade de criar e fortalecer locais de trabalho mais colaborativos e com engajamento das equipes.
Com o desenvolvimento de lideranças conscientes de trilhar uma carreira executiva direcionada por propósitos, haverá mais chances de influência nos diversos setores da empresa. Isso significa criar um sentimento entre os colaboradores de realmente pertencer a essa dinâmica social de trabalhar não apenas em prol dos interesses financeiros, mas de causas nobres.
Funcionários estimulados a valorizar um trabalho com propósito, devido à sinergia que geram durante o cumprimento de sua função, podem entregar desempenho superior. Afinal, eles apostam em esforços para garantir o sucesso das estratégias da empresa com genuína paixão pelas missões que lhes são confiadas.
"O envolvimento do colaborador nas estratégias da companhia é fundamental. Se o líder não tiver se envolvido com o planejamento, a curto e a longo prazo, se não estiver engajado com a estratégia, não conseguirá repassar as informações. É o líder que deve mostrar onde os colaboradores podem contribuir, onde devem trabalhar”, finaliza Fauth.
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