Para que a inovação esteja presente na estratégia de negócios de uma organização, líder deve atrair talentos e compreender o valor da política da tentativa e erro
A quarta edição do “Relatório de Tendências de Gestão de Pessoas em 2022”, desenvolvido pelo Great Place To Work (GPTW) ouviu mais de 2600 respondentes, dentre os quais líderes e gestores de RH de todo o Brasil. O estudo traz informações relevantes para as lideranças e uma delas soa como um alerta: na visão de 31% dos entrevistados o principal empecilho para a inovação nas empresas é a mentalidade dos líderes.
Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério, também acredita que a liderança e a inovação são fatores interdependentes, que se complementam, na gestão corporativa. “Se o líder não for capacitado, as ações e mudanças que promovem inovação não acontecem. As lideranças precisam se manter atualizadas e conectadas com as tendências do mercado. Se não tiverem essa disposição e vocação, de se colocarem no lugar de aprendizes e buscarem a formação continuada, será difícil acompanhar as transformações, principalmente na área da tecnologia. O resultado é a estagnação dos processos, que refletirá na performance de toda a companhia”, avalia.
1) Autoconhecimento: quando reconhecemos nossos pontos fortes e fracos temos a oportunidade de lapidar nossas habilidades para exercer melhor o papel de líder. A busca por conhecimento e aperfeiçoamento das nossas competências é fundamental para criar uma metodologia de trabalho com ferramentas ágeis e modernas.
2) Assumir riscos e não ter medo da técnica “tentativa e erro”: muitas vezes a implementação da inovação está associada à ideia de correr riscos. E o líder que tem essa mentalidade e apoia a autonomia dos liderados dá segurança para que a equipe implemente sua estratégia sem medo de uma punição. Não se trata de glamourizar a cultura do erro, mas de ser tolerante em relação às falhas e deslizes cometidos quando os colaboradores estão tentando inovar e não conseguiram acertar. A abordagem da tentativa e erro pode ser positiva à medida que aumenta a velocidade e a eficiência de processos e eleva a capacidade da busca permanente por melhoria de produtos e serviços. As falhas devem ser esperadas e têm seu valor porque podem servir de exemplo e aprendizagem para todos - se a liderança souber lidar com elas.
O capital humano é o responsável pela inovação nas organizações. Mesmo em tempos de inteligência artificial, não podemos perder de vista que são as pessoas que fazem a curadoria dos robôs.
A própria pesquisa da GPTW demonstra que a falta de profissionais qualificados é uma preocupação. Se por um lado 59,5% dos respondentes afirmam que em 2022 as empresas pretendem aumentar o número de pessoas, 68,3% disseram que as organizações têm dificuldade para preencher as vagas abertas. Entre os entrevistados, 84,7% apontam ainda como problema a falta de profissionais com qualificação para preencher as vagas em aberto.
Uma empresa precisa reunir um time forte, capacitado para resolver problemas, e disposto a buscar alternativas para maximizar os resultados. E são as lideranças que conseguem atrair e reter talentos e que constroem, diariamente, a cultura da inovação. O papel do líder é essencial nas empresas que desejam carregar a inovação no seu DNA: mais do que motivar, é preciso unir a equipe em torno de um objetivo comum.
Outro dado que sugere que os profissionais que ocupam postos de chefia precisam mudar de comportamento é a uma discrepância entre a liderança necessária e a liderança existente. Segundo o estudo, 42,6% dos entrevistados acreditam que a capacitação das lideranças deve ser o principal foco para garantir a construção de ambientes de trabalho emocionalmente saudáveis e para o alcance de resultados estratégicos.
Com a chegada do Coronavírus a saúde mental ganhou os holofotes nas companhias do mundo todo e foi apontada por 97,2% dos respondentes como ponto relevante para a Gestão de Pessoas nas empresas. Entretanto, apesar de o tema ter sido discutido exaustivamente durante a pandemia, 64% das pessoas afirmam que as organizações onde trabalham não oferecem benefícios de saúde mental para colaboradores.
A transformação digital era uma das principais preocupações das empresas, ocupando de 1º a 4º lugar nos estudos anteriores. Na quarta edição passou para a 9ª posição, com somente 16,5% das respostas. Os números atestam que a prioridade é desenvolvimento/capacitação de lideranças com preparo técnico e emocional para conduzir as equipes.
A pesquisa também identificou discrepância considerável entre a expectativa e a realidade no que diz respeito à diversidade e inclusão. Apesar da maioria afirmar se tratar de uma pauta estratégica na sua organização, somente 12,2% dos respondentes avaliam que a empresa em que atuam tem maturidade no tema e que contribui, de fato, para uma equidade de gênero, racial, geracional, do público LGBTQI+Q e outras minorias.
O programa Parceiros para a Excelência - PAEX, oferecido pela JValério com a chancela da Fundação Dom Cabral (FDC), ajuda a formar líderes antenados com as transformações da sociedade para conseguirem incentivar a inovação. É um programa para médias empresas que desejam construir um modelo de gestão de negócios de alta performance.
As empresas comandadas por líderes conectados às tendências do mercado possuem, naturalmente, um diferencial competitivo. O programa vem cumprindo essa expectativa há mais de duas décadas. Cerca de 600 empresas do Brasil, Paraguai e Portugal já passaram por essa experiência. Outro diferencial do programa é o intercâmbio de lideranças, uma oportunidade para os gestores trocarem impressões entre si sobre o presente e o futuro.