As KPIs são eficientes para avaliar performance das empresas; conheça o OKR, utilizado em solução da Fundação Dom Cabral e JValério, para aprimorar gestão de pequenos negócios
Intel, Intuit, Google, Amazon e Twitter são algumas das empresas consolidadas no mercado que utilizam OKR’s. A metodologia pode ser adotada pelas empresas de qualquer porte para atingir os resultados almejados em curto prazo.
No post de hoje trazemos algumas dicas para a implementação da abordagem que pode promover a aceleração de negócios.
Implemente os OKRs em ciclos de 30 ou 45 dias para colocar os colaboradores em contato com a abordagem e acelerar os primeiros feedbacks. Neste primeiro momento, o ideal é criar um único OKR com a intenção de engajar toda a equipe em torno de um objetivo comum. Apenas quando estiverem dominando o uso da metodologia evoluam para a criação de metas para cada departamento ou individuais e trabalhe com ciclos trimestrais.
Sua empresa não precisa se tornar um Google na utilização de OKRs no prazo de três meses. A ideia é iniciar com um projeto piloto capaz de despertar o interesse do time. Inicialmente, crie OKRs para as diretorias num ciclo de 3 meses. Nos desdobramentos dos próximos ciclos, envolva outros colaboradores na abordagem. Dessa forma, estarão estabelecendo uma cultura de OKR na organização, até que todas as equipes sejam envolvidas e compreendam a importância do método. O OKR é uma ferramenta de alinhamento e sua geração de valor é maior quando envolve departamentos diferentes.
Apesar de ser uma ferramenta simples, a compreensão do OKR não é algo trivial. Por isso, seu time deve ser treinado sobre como funciona a abordagem. O primeiro passo é explicar o que motivou a empresa a adotar a metodologia e a importância de estabelecer metas e avaliar indicadores e resultados. Quando eles entenderem os benefícios dos OKR serão mais propensos a se envolver nessa iniciativa.
As métricas são a espinha dorsal dos OKRs e selecioná-las pode ser difícil. Por isso, os times devem ser capacitados para escolher os indicadores que serão trabalhados naquele ciclo e definir metas realizáveis e mensuráveis. A implementação da ferramenta só será bem-sucedida se os gestores aprenderem a definir metas e desdobrá-las para sua equipe.
Cuidado para que sua habilidade de ser multitarefa não se torne uma armadilha. Começar vários projetos e não concluir nenhum não vai te levar a lugar algum. Na gestão corporativa o foco é fundamental e os OKRs devem ser encarados como uma bússola para orientar o time sobre as prioridades da empresa num determinado ciclo. Lembre-se que um dos diferenciais da ferramenta é a agilidade e o alcance de metas a curto prazo. Mas, para que seja eficiente, os gestores devem ter em mente quais são as prioridades e colocá-las no papel por meio de um conjunto pequeno de OKRs.
Já dizia Steve Jobs: ter foco é dizer não também para as boas ideias.
O OKR incentiva uma cultura de resultados dentro de uma organização e não pode ser confundido simplesmente com um facilitador na execução de tarefas. Não basta concluir um projeto, os resultados dessa ação devem ser aparentes e mensuráveis: as vendas aumentaram?; houve diminuição de desperdícios de matéria-prima?; o prazo de entrega dos produtos foi reduzido?; houve melhorias no ciclo financeiro?
As respostas para as perguntas devem aparecer de forma objetiva na conclusão de um projeto. Ou seja: o foco do OKR é o resultado esperado e não a atividade meio.
Normalmente, os OKRs possuem uma cadência dupla: uma parte deles é anual (são os de alto nível) e, em sua grande maioria, são para o ciclo de 3 meses. Neles há um detalhamento e desdobramento para os times.
Na hora de estabelecer os OKRs compreenda que os OKRs anuais correspondem àquilo que a empresa quer alcançar num ciclo maior. Estamos falando de objetivos de alto nível: são poucos e são fatores que colocam a empresa na rota do sucesso.
Os OKRs de cada time devem ser criados com foco nos resultados almejados pela organização. Cerca de 60% dos OKRs devem partir do time, em um processo simultaneamente top-down e bottom-up.
Vale dizer que os OKRs da equipe não precisam estar alinhados 100% com os OKRs da empresa, porque podem representar as prioridades daquele setor.
Organize sessões plenárias para definir os OKRs para gerar alinhamento vertical e horizontal (entre áreas). O modelo propicia a criação de turmas com integrantes de diferentes áreas e os executivos, onde são definidos os OKRs trimestrais a partir dos OKRs da empresa. Os OKRs criados por cada time são validados pelos demais participantes da sessão plenária.
Crie um score para mensurar os OKRs. Use a simplicidade para a fazer a medição, inicialmente, de cada Key Result. Se sua meta era diminuir o prazo de entrega em 5 pontos e você atingiu um score de 4,5, significa que 90% do seu objetivo foi concretizado.
O sistema OKR envolve a formação de multiplicadores, que chamamos de OKR Masters. São considerados agentes de mudanças para adoção de OKR e acompanhamento de resultados.
Um bom OKR master pode ser comprado a um bom personal trainer. Primeiro, ele te ensina como fazer e depois acompanha seus passos. É motivador para que você tenha disciplina e não desista.
Os OKRs devem orientar as atividades do time. Devem estar presentes no cotidiano da empresa no modelo de gestão por meio de reuniões periódicas para acompanhar sua evolução e um calendário das datas de definição dos próximos OKRs. Isso será fundamental para que a cultura dos OKRs seja parte integrante da cultura organizacional.
Os Stretch Goals, que são aquelas metas que parecem inalcançáveis à primeira vista, podem atrapalhar. É que atingir apenas uma porcentagem da meta pode ser um fator de desmotivação.
Os Stretch Goals fazem parte da filosofia dos OKRs porque estimulam os colaboradores da zona de conforto, mas essa cultura deve ser construída aos poucos. É melhor começar com metas tradicionais que, com esforço e disciplina, possam ser 100% atingidas. Quando as metas forem superadas é o momento de amadurecer e adotar os Stretch Goals.
Recomenda-se, na filosofia dos OKRs, separar os resultados da remuneração. No entanto, as empresas devem investir numa política de avaliação de desempenho em paralelo à implementação dos OKRs. A metodologia pode ser mais um elemento na avaliação, promoção e plano de carreira, inclusive.
Todas as sugestões acima podem ser adaptadas de acordo com a realidade do negócio, independente do porte. Nem sempre colocá-las em prática é simples ou fácil. A boa notícia é que os empreendedores que quiserem ingressar numa jornada de transformação podem contar com o suporte da Fundação Dom Cabral (FDC) e da JValério Gestão e Desenvolvimento.
O PAN - Programa de Aceleração de Negócios direciona os esforços dos gestores para gerar resultados imediatos. A ideia é a implementação de ferramentas ágeis e modernas na gestão, como os OKRs.
Os indicadores possuem importância absoluta para a gestão dos negócios, de acordo com Marcelo Melgaço, professor da FDC. “Não por acaso um dos maiores adágios da gestão em todo o mundo é: “Quem não mede, não gerencia”. E não basta medir os resultados comerciais e financeiros do negócio. Tão importante quanto é medir e avaliar o desempenho do que determina o sucesso financeiro e comercial de uma empresa: relacionamento com os clientes, eficácia dos processos, desempenho das pessoas. Isso não quer dizer que devamos medir tudo, mas sim o que é mais importante, determinante para o sucesso do negócio”, afirma o professor.
Ele informa ainda que a implementação da metodologia OKRs não é algo trivial, mas com a orientação correta durante o PAN, pode-se começar a adotá-las e colher frutos rapidamente.