Liderar exige autoconhecimento e aperfeiçoamento constante para obter o máximo de equipes formadas por pessoas plurais
De fato, o futuro do trabalho passa, automaticamente, pela diversidade nas empresas. Além disso, pressupõe que gestores conectados com o mercado globalizado pratiquem uma liderança transformadora. Isto é, pautada em preceitos que atendam às demandas do nosso tempo, tais como igualdade de oportunidades, respeito e valorização das diferenças.
Entretanto, a reconfiguração do mindset não pode se ater ao campo das ideias. Pelo contrário, é urgente que as organizações invistam em equipes multidisciplinares e promovam ambientes corporativos inclusivos, reforçando o código de conduta da tolerância. Mas, antes de mais nada, é necessário buscar conhecimento para só então promover as reais mudanças que a sociedade carece.
Compreender o atual cenário, fazer uma autocrítica (sobretudo, no caso dos gestores) e só então convergir o aprendizado a todos os setores de uma empresa, especialmente o RH, não é tarefa fácil. Porém, líderes e executivos que já entenderam a importância desse desafiador panorama estão se movimentando e buscando novas habilidades e competências. Aliás, o primeiro passo já foi dado e não há mais como voltar atrás.
Entenda a seguir como ocorre a gestão da diversidade nas empresas atualmente e o que precisa ser alcançado.
Para que a diversidade aconteça é crucial que as empresas abram suas portas para ela. Nesse sentido, deve abranger vários fatores de construção social, sendo o da inclusão da pessoa com deficiência apenas o primeiro deles. Sem dúvida, questões como idade, cor, raça, nacionalidade, posição social, identidade de gênero e orientação sexual são fundamentais na construção de recursos humanos formados por perfis diversos.
No entanto, a promoção de uma cultura organizacional inclusiva é algo a ser aperfeiçoado, não só no Brasil como no mundo. Para que avance de fato, os dados sobre minorias em cargos de liderança devem trazer melhores projeções. As mulheres tanto quanto os negros, como também os pardos, enfrentam barreiras na hora de conquistar e reter vagas de destaque. Isso acontece frequentemente e mesmo que o candidato ou colaborador seja qualificado para a função.
Em outras palavras, desconstruir paradigmas para dar voz e vez à talentos ímpares, com diferentes olhares e vivências, talvez constitua a ferramenta mais importante quando o assunto é ampliar a diversidade nas empresas.
Ao longo de gerações, alguns grupos têm desbravado mais espaço, todavia, ainda lutam contra as desigualdades salariais, pouca representatividade, racismo e violência de gênero.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, em 2018 haviam mais mulheres do que homens no país, 51,7% contra 48,3%. Contudo, a força feminina representava apenas 13,6% das vagas de liderança, com média salarial de 70% do valor obtido pelos colegas do sexo masculino. No caso dos negros, mesmo representando 54% da população ocupam apenas 4,7% das posições de liderança nas empresas.
Já para a comunidade LGBTQIA + - formada por lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e queers -, a realidade e os números são alarmantes. Uma pesquisa feita com 230 profissionais de 14 estado brasileiros, na faixa etária de 18 a 50 anos, revela que: 41% afirma já ter sofrido discriminação no ambiente de trabalho; 33% das empresas não contratariam pessoas LGBTQ+ para cargos de liderança; 61% dos funcionários LGBTQ+ optam por não revelar sua sexualidade a chefes, coordenadores e colegas.
Uma vez que a diversidade é praticada, estima-se uma redução de até 50% nos conflitos inerentes ao ambiente empresarial. Em contrapartida, é notório o aumento no nível de engajamento dos colaboradores. Segundo dados da Harvard Business, pós-graduação da Universidade Harvard focada em administração de empresas, a melhora na convivência desperta em todos os envolvidos sentimentos como acolhimento e segurança. Com isso, há significativa diminuição do turnover (rotatividade de pessoal) nas organizações.
No momento em que o clima organizacional passa por essa transformação, a produtividade segue o mesmo ritmo. Por consequência, a criatividade dos profissionais é aflorada e seus potenciais, muitas vezes retidos, acabam destravados. Ainda de acordo com a instituição americana, reconhecer e aplicar a diversidade eleva em 17% a taxa de indivíduos multitasking - que executam mais de uma tarefa ao mesmo tempo.
Além disso, ter uma equipe multidisciplinar em países sul-americanos, no qual a multiplicidade étnica, racial, religiosa, etc. é vasta, denota o cumprimento do papel social. Tal investimento é visto com bons olhos por todos os stakeholders. Por fim, ainda se cria um círculo positivo na comunidade na qual a empresa está inserida, incentivando as demais do segmento (e fora dele) a fazerem o mesmo. Sem falar no lucro, pois no caso da diversidade de gênero, por exemplo, as chances de rendimentos acima da média sobem 15% - conforme levantamento da consultoria McKinsey & Company.
Ainda que promover a diversidade nas empresas denote um desafio, é perfeitamente executável. Por certo, existem passos a serem seguidos, alguns deles listados a seguir.
O cenário tem que avançar, mas promover um espaço de inclusão tornou-se uma prioridade e é cada vez mais essencial no mercado de trabalho. Assim, profissionais desafiados diariamente pela responsabilidade de seus papéis como líderes que estejam interessados em ampliar os conhecimentos poderão fazer isso no curso “Liderança Transformadora”, uma iniciativa da JValério Gestão e Desenvolvimento e da Fundação Dom Cabral e em parceria com o Biopark Educação.
Com vasto conteúdo programático, o objetivo é oferecer base para que executivos vençam o desafio de liderar equipes de alto desempenho e formadas por pessoas plurais. Entre as disciplinas, estão: Autoconhecimento; Autoliderança; Liderança; Entendendo o desafio empresarial; Criando ambiente organizacional de alto desempenho; Desenvolvimento de equipes de alto desempenho; Atuando nas dimensões pares e superiores; e Autogestão da saúde integrada.
E você, é um líder preparado para exercer os novos paradigmas da liderança?