Feliz ano novo: boas projeções para os negócios em 2024

15/01/2024
Feliz ano novo: boas projeções para os negócios em 2024 | JValério

Consumidores otimistas, novas tecnologias e um futuro mais sustentável estão entre as principais tendências globais 

Independentemente do porte, das micro e pequenas empresas (PMEs) às grandes organizações, o empresariado brasileiro terá pela frente mais um período repleto de oportunidades únicas e desafios significativos. Portanto, caberá aos diversos setores, da indústria ao varejo, explorar os cenários de modo a encontrar as melhores estratégias em prol de produtividade, crescimento e, claro, lucratividade para impulsionar os negócios. 

De fato, as mudanças que já vinham acontecendo de forma acelerada em 2023 tendem a se intensificar. Isso porque as tendências globais para 2024 levam a crer que veremos mais transformações dos pontos de vista econômico, social, tecnológico e ambiental. Nesse sentido, os gestores precisarão equilibrar habilidades e competências para que consigam administrar finanças, inovação e sustentabilidade ao mesmo tempo em que decifram o comportamento de consumidores diariamente expostos a uma série de convergências. 

Pensando nisso, vejamos o que esperar ao longo deste ano bissexto e o que fazer diante de um mercado cada vez mais dinâmico e hiperconectado. 

Principais tendências de mercado para 2024

Sem deixar de levar em conta acontecimentos marcantes, como foi a pandemia da covid-19 e tem sido os conflitos armados, sobretudo na Europa e Ásia, a consultoria de pesquisa MarketsandMarkets listou as 15 principais tendências de mercado para 2024. Confira um breve resumo delas a seguir. 

1. Assistentes inteligentes: tudo indica que daremos adeus aos bots e boas-vindas a agentes pessoais capazes de entender a linguagem natural, assim como executar tarefas complexas. A inteligência artificial já não é novidade, em contrapartida ainda desconhecemos o limite de suas potencialidades. Por isso, vale a pena acompanhar o status da interatividade. 

2. Energias renováveis: prestes a ultrapassar um terço da geração global de energia em 2024, as fontes renováveis - solar e eólica - não só marcam uma conquista histórica como um ponto de virada na luta contra o aquecimento global. Embora os problemas existam e sejam complexos, elas representam a chance de um futuro sustentável. 

3. Futuro do trabalho: nas áreas possíveis, o modelo híbrido seguirá em alta substituindo as dinâmicas tradicionais que exigem a necessidade de atuações presenciais em escritórios físicos. Com a tecnologia, especialmente a IA generativa, os espaços virtuais serão aprimorados e os conceitos de entregas revistos. Assim, as reuniões 3.0 e as videoconferências terão análises em tempo real, eliminação de barreiras linguísticas e resultados de alto impacto. Por outro lado, o panorama acende um sinal de alerta para o setor imobiliário que, devido às novas configurações profissionais, devem sofrer quedas na casa dos 35% até 2025. 

4. Odisseia espacial: o espaço não é mais apenas para astronautas, pois países como a China e os EUA travam um confronto cósmico na nova fronteira para o comércio. Em outras palavras, estamos diante de serviços de satélite, exploração espacial e atividades em órbita mais intensas e muito próximas de fazer parte do nosso cotidiano. Ou seja, trocar a expressão “o céu é o limite” por “o céu é apenas o começo” não parece mais em nada com uma mera utopia, graças à cooperação internacional e competição estratégica. 

5. Planeta verde: a agenda ESG e suas imensuráveis contribuições na saga por um planeta verde continuam com a ampliação de mercado dos veículos elétricos. Por consequência, as empresas de petróleo e gás estão tendo que se readaptar caso queiram ganhar uma sobrevida no jogo. Dificilmente os combustíveis fósseis desapareçam, mas a ideia é que possam ser utilizados com mais eficiência. Seguindo a mesma lógica, os pequenos negócios serão essenciais na transição para uma economia de baixo carbono em 2024. Adotar práticas sustentáveis não será apenas uma necessidade, mas uma vantagem competitiva que abre novas oportunidades.

6. Ética no uso de IA: não é de hoje que falamos sobre isso, a importância de criar uma legislação própria para o uso da IA. Em 2024, após movimentos mais significativos em âmbito legislativo, as preocupações com a ética no seu uso devem deslanchar. Não por acaso, nomes como o de Elon Musk figuram nas discussões que têm por objetivo criar estruturas que garantam o desenvolvimento responsável da ferramenta. 

7. Escassez de chips: o boom da IA enfrenta um obstáculo, que é o abastecimento da cadeia de suprimentos. Recentemente, a escassez de chips revelou o tamanho da demanda por hardwares e a capacidade dos fabricantes de acompanhar o ritmo (muitos operam em 90%). Apesar de uma taxa de crescimento anual composta de 36,8%, atingindo $1,3 trilhão até 2030 (conforme análise da MarketsandMarkets), abordar a restrição da cadeia de suprimentos é crucial para cumprir o potencial da IA em 2024.

8. Realidade aumentada: vamos de mais recursos tecnológicos, sim. O avanço da realidade aumentada chega com o desenvolvimento de displays flexíveis e transparentes, impressão 3D e polímeros inovadores. O que isso significa? Crescimento do metaverso e descobertas importantes, principalmente nos ramos da educação e da saúde. 

9. Nova era da mobilidade: projetada para movimentar 10 trilhões de dólares até 2030, a mobilidade autônoma deixou de ser uma cena dos filmes de ficção científica para ganhar as ruas e o espaço aéreo. Chamada de Nível 3, a corrida por carros com autonomia parcial ou total que funcionem de maneira satisfatória e segura é o grande gargalo de montadoras ao redor do planeta. Um pouco menos ousado, porém significativo, é a medida que promete chamar a atenção dos holofotes durante as Olimpíadas de Paris: táxi aéreo elétrico. 

10. Medicina personalizada: planos de tratamento personalizados, tecnologias de edição genética (como CRISPR) e diagnósticos rápidos irão revolucionar a saúde em 2024. À medida que os recursos evoluem, a satisfação dos pacientes acompanha. 

11. Economia mundial em duas velocidades: as economias avançadas ainda estarão com os freios aplicados, enquanto os mercados emergentes estarão acelerando. A China pode estar enfrentando montanhas-russas imobiliárias, mas o resto do mundo está prestes a experimentar uma sequência rápida e furiosa na economia.

12. Cidades Meta: vinculadas a importantes centros econômicos, as chamadas “Cidades Meta” estão interconectadas de maneira inimaginável. A expectativa é que a proximidade entre o real e o virtual favoreça o desenvolvimento urbano em diversas frentes, tal como para resolver questões envolvendo mobilidade, segurança pública e demais aspectos estruturais. 

13. Mercado digital: quem está completamente off-line com toda a certeza está deixando de ganhar dinheiro. O comércio eletrônico B2B e as transações digitais devem se multiplicar como gremlins. Os marketplaces industriais, para citar apenas um, irão conectar compradores e vendedores numa disputa digital inédita. Dessa forma, as corporações B2B evoluíram de uma plataforma de transações unidirecionais para uma ferramenta de relacionamento ao longo do ciclo de vida do cliente.

14. Volatilidade geopolítica: as turbulências geopolíticas de 2023 seguem em curso e testarão a resiliência das relações internacionais e normas estabelecidas. Não bastassem as guerras entre Rússia e Ucrânia, bem como a disputa travada por Israel e Palestina por territórios, as pautas sociais continuam a crescer em todos os países, inclusive o Brasil. Aliás, fatores políticos, sociais e econômicos estão mais interligados do que nunca e darão o tom das narrativas de 2024. 

15. Abordagem equilibrada: diante de tantas complexidades em uma sociedade, a cada dia que passa, mais volátil, é crucial que os profissionais, incluindo o alto escalão das companhias, saibam qual é o seu papel no mundo VUCA.  Atualmente, se tem um tema que percorre os corredores de uma empresa é a urgência de desenvolver habilidades para se tornar um profissional não só capacitado, como também conectado às demandas da contemporaneidade. Por isso, o desenvolvimento de soft skills é uma tendência que deve continuar em alta nos próximos anos. Nos negócios, elas são fundamentais para criar equipes coesas, facilmente adaptáveis e inovadoras.

2024 será um ano promissor para empreender

Se você chegou até aqui, deve estar se perguntando como tudo isso impacta e direciona os empresários no Brasil. Trata-se de uma reflexão que também deve estar na pauta da gestão de empreendimentos das mais diversas áreas. O mesmo vale para quem deseja iniciar uma atividade e quer estar informado sobre as principais tendências. 

A boa notícia é que após uma fase de recessão e incertezas, o ano passado terminou com projeções otimistas em relação aos negócios. O que, consequentemente, indica a continuidade da boa fase em 2024. Ou seja, é um bom momento econômico para empreender em território nacional. 

Depois de o país ter registrado a abertura de 868 mil novos negócios no primeiro semestre de 2023, segundo dados da Receita Federal, o faturamento cresceu com menos oscilações. Entre abril e julho, os empresários que observaram aumento da receita cresceram de 25% para 31%. Já nos que tiveram queda no lucro, a porcentagem baixou de 43% para 37%. 

Nos últimos seis meses, o Produto Interno Bruto (PIB) surpreendeu o mercado com uma alta de 3,4% frente ao mesmo período de 2022. Para 2024, a previsão da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE/MF) é de crescimento de 2,3% no PIB e de inflação em 3,4%. Já a taxa Selic pode cair a 9%, tornando empréstimos e financiamentos mais baratos.

E o consumidor, como enxerga todas essas tendências?

No centro das atenções, estão os clientes, seus desejos e anseios. Partindo da premissa, pensar em estratégias para se adaptar aos padrões de consumo e vender mais é indispensável. Via de regra, o planejamento estratégico daqueles que desejam se destacar e crescer precisa focar na capacidade de enxergar os movimentos do mercado e na rapidez e versatilidade para agir frente a eles. 

Felizmente, o consumidor brasileiro está otimista. Pelo menos é o que revela uma pesquisa recente da McKinsey, divulgada no último mês de julho. De acordo com os entrevistados, há uma predominância da cautela no presente, mas com perspectivas melhores em se tratando do futuro. O nível de confiança quando o assunto são gastos subiu de 12 pontos percentuais entre agosto de 2022 e março de 2023. O índice atingiu 43%, o mais elevado desde 2016, de acordo com a consultoria.

Tal mudança de comportamento constitui um guia para as ações de pequenos, médios e grandes negócios daqui para frente. Se por um lado, nove em cada dez compradores estão cortando despesas em várias categorias de produtos, com ênfase em roupas, eletrônicos e artigos domésticos, por outro as compras pela internet continuam em ascensão. Vale lembrar que a integração entre canais físicos e digitais é uma tendência notável que, se bem aproveitada, pode gerar resultados altamente satisfatórios. Isto é, pode ser uma chance de alcançar mais clientes, mas também significa que a concorrência on-line está acirrada.

Igualmente relevante, são as histórias de outros países e culturas que chegam até nós e o discurso de personalidades influentes mundo afora. Tudo isso influencia as escolhas na hora de comprar por aqui. Não por acaso, as pessoas estão cada vez mais interessadas em ser sustentáveis. Com isso, as mudanças na forma como produzimos energia e no jeito como usamos as coisas vão afetar o que é consumido. Por fim, nunca é demais lembrar que o coronavírus e o medo  transformou valores e prioridades, levando todos a serem mais pragmáticos, inclusive, nas decisões de compra. 

Saiba como atrair e reter as novas gerações

Agora, anote algumas dicas para começar 2024 com o pé direito e acertar em cheio o coração e o pensamento do seu público-alvo.

  • Foco no sentimento: ofereça variedade, seja de produtos ou serviços, levando em conta sentimentos, comportamentos e poder aquisitivo. Mas evite classificar, afinal, há uma tendência na qual todos estão investindo em pequenos luxos, desde que façam sentido e valham a pena;
  • Segmente a estratégia: convém personalizar campanhas e ações por canal, região e segmento considerando as diferenças culturais e de renda;
  • Invista em pesquisas: conheça seu público por meio da coleta de dados, preferências e expectativas provenientes de contatos realizados por WhatsApp, e-mail, redes sociais e feedback direto. As ferramentas do Google, como o Trends e o Analytics, disponibilizam insights valiosos para criar e adaptar estratégias;
  • Ofereça personalização: aumentar a relevância do produto ou serviço é até um meio de incentivar gastos futuros;
  • Compreenda a jornada do cliente: além da personalização, o marketing digital é um grande aliado na fase de consideração. Oferecer informações claras e objetivas, assim como facilitar o contato, aumenta a taxa de conversão e satisfação dos clientes;
  • Não tenha medo das mídias sociais: estratégias de publicidade e promoções bem feitas podem atrair o público certo para o local exato - que pode ser sua empresa, por que não? Crie uma identidade virtual forte e construa conexões duradouras;
  • Aprenda sobre IA: a inteligência artificial é uma das maiores tendências globais para 2024. Os chatbots, por exemplo, são ótimos para aprimorar a pesquisa de produtos e facilitar as escolhas. Essas e outras tecnologias inovadoras geram experiências mais assertivas e eficientes, tornando a jornada de compra mais intuitiva e satisfatória;
  • LGPD: você já deve ter visto esta sigla em muitos lugares, mas se não lembra o que ela significa fique atento: a Lei Geral de Proteção de Dados é criteriosa, respeitá-la e ser transparente quanto a ela é obrigatório;
  • Invista em seus times: nenhum gestor consegue bater metas sozinho, para isso ele precisa de equipes trabalhando em busca dos mesmos objetivos. Estimular a criatividade e participação dos colaboradores em ambientes profissionais diversos, inclusivos e conectados às principais tendências corporativas tem tudo para ser um bom plano;
  • Geração Z: considerar os influenciadores da geração Z por meio de colaborações autênticas pode ser a estratégia certa para conquistar os mais jovens;
  • Práticas sustentáveis: como sua empresa tem lidado com a sustentabilidade? A proposta não é só suprir as necessidades de consumidores conscientes, mas também atender a uma urgência que diz respeito ao planeta e a cada ser que vive nele;
  • Esteja pronto: durante a pandemia, quem conseguiu produzir e atender remotamente saiu na frente. Explorar a possibilidade do trabalho remoto ou híbrido garante a continuidade das operações mesmo em situações emergenciais.

O ano de 2024 está só começando! Continue ligado aqui no nosso blog para se manter atualizado nas principais tendências do universo da gestão. Até o próximo post!

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