Ética e integridade: pilares do sucesso empresarial

24/09/2024
Ética e integridade: pilares do sucesso empresarial | JValério

Saiba qual é o papel dos conselheiros na disseminação e aplicação dos valores organizacionais

Dias desses, falamos a respeito das avaliações feitas na internet, das quais nenhum empresário está livre atualmente. Porém, o mesmo tema possui diversos desdobramentos, a começar pela construção da reputação positiva, algo que não se conquista em um mero estalar de dedos, ao contrário, pode levar décadas para acontecer de fato. Sem considerar o sucesso instantâneo e, por vezes, momentâneo de marcas que do mesmo jeito que surgem desaparecem, o legado de empresas que passam de geração em geração costuma falar por si. E apesar de existirem diferentes tipos de negócios, de variados portes e segmentos, a grande verdade é que a maioria se mantém ativo e sustentável graças à governança corporativa. 

No contexto da ética e da integridade, o conjunto de boas práticas, normas e condutas não abre brechas para que as lideranças criem lacunas entre o que falam e fazem. Aqui, sem deixar de frisar aquela máxima da sabedoria popular: “as palavras convencem, mas o exemplo arrasta”.  Distante do mero campo das ideias e dos discursos vagos, tanto o propósito (missão, visão e valores), como as tomadas de decisões e todos os processos de gestão encontram um respaldo sólido que guia as interações entre sócios, conselhos, diretoria, órgãos de controle e demais partes interessadas. Sendo assim, além de dirigir, monitorar e incentivar as atividades, trata-se de uma ferramenta estratégica de suma importância para a criação de uma cultura sólida e repleta de valores que realmente refletem a imagem institucional. 

Pensando nisso, vejamos como os princípios da governança corporativa - transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa -  influenciam, de forma intrínseca, a conduta de quem integra  conselhos administrativos e consultivos de maneira geral. 

O que é ser ético no mundo dos negócios

Derivada do grego ethike, cujo significado se relaciona ao termo “costumes”, o dicionário define a palavra ética como o “conjunto de princípios, normas e regras que devem ser seguidos para um comportamento exemplar”. Também é uma parte da filosofia que estuda aquilo que é bom ou mau, certo ou errado nas relações humanas, servindo de base e determinando padrões de comportamento moral - seja de um indivíduo ou um grupo de pessoas. Não por acaso, há quem diga que a ética é a pedra angular da governança corporativa, uma vez que sem ela seria impossível cumprir todas as exigências diante da alta competitividade e volatilidade econômica, bem como das incertezas do mercado e das atuais  legislações. 

Para Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, “não existe negócio sem um cliente, e não há cliente sem ética”. Portanto, é mandatório que parta de cima, isto é, dos conselheiros, as diretrizes responsáveis por colocar toda a estrutura organizacional nos trilhos da conformidade, garantindo que elas cheguem a todos os colaboradores, em diferentes níveis hierárquicos. Ao fazer isso, esses profissionais - geralmente, executivos maduros, mas em constante evolução - conquistam o poder de transformar visão em realidade por meio de um compromisso capaz de servir de modelo para o restante da organização.   

Já Michael Porter, criador do conceito da cadeia de valor, argumenta que ao focar na ética e na integridade na implementação e execução dos processos fica mais fácil atrair clientes e investidores e, por consequência, gerar enorme vantagem competitiva perante à concorrência. Mais do que aumentar o status econômico, o que está em jogo é justamente a percepção dos consumidores que passam a ter aquele produto ou serviço na lista de preferências, com direito a recompra e indicação - de preferência, com um belo post nas redes sociais. 

O papel do conselheiro na fixação de padrões éticos permanentes

Uma das missões mais nobres atribuídas aos membros de um conselho administrativo engloba a definição da missão, visão e valores. Formado por quem conhece o ambiente de negócios de ponta a ponta, o órgão colegiado desempenha papal crucial nas deliberações que podem levar ao alcance de metas e objetivos de longo prazo. Diante do cenário, ao assumir a função todo conselheiro deve ter consciência da responsabilidade do cargo, visto que a expectativa em relação aos princípios da governança corporativa, sobretudo em relação è ética e integridade, recaem sobre ele no decorrer do mandato, mas transcende os atributos individuais para se tornar parte do DNA da organização. 

Não por acaso, guardadas as particularidades de cada empresa, a criação de programas de integridade tem sido cada vez mais comuns. Ao fazer parte da engrenagem, com a presença massiva de manuais enraizados, deixa de ser um desafio para se tornar absolutamente corriqueiro. Para fazer sentido, confira a seguir alguns pontos que merecem análise e reflexão:

  • O comprometimento deve partir da alta liderança: em outras palavras, daqueles que estão na estrutura de governança da organização;
  • A padronização é imprescindível: todos os pilares devem ser previstos nos códigos de conduta ética;
  • Convém identificar e mapear riscos: essa identificação precisa nortear as políticas que vão ser criadas e procedimentos que serão executados;
  • Os controles internos merecem total atenção: estamos falando dos administrativos, contábeis e de compliance. Isso porque a Lei Anticorrupção, por exemplo, aborda controles, mas não indica quais são eles. Identificar os principais riscos e implementar os respectivos mecanismos é um grande desafio para as empresas;
  • Aposte em ações de conscientização, treinamento e educação: elas devem ser direcionadas aos funcionários, da diretoria ao chão de fábrica, e estendidas aos fornecedores, parceiros e terceirizados;
  • Crie um canal de denúncias: para que os colaboradores se sintam à vontade para reportar condutas inadequadas sobre temas sensíveis;
  • Aplique procedimentos de due diligence: eles servem para conhecer executivos, colaboradores e até mesmo terceiros com os quais a empresa se relaciona;
  • Monitore à risca: não poupe tempo e recursos na hora de avaliar, realizar auditorias e demais análises pertinentes. 

As intensas transformações do ambiente de negócios refletem diretamente na atuação dos Conselhos de Administração, que mais do que nunca, precisam se adaptar a um novo contexto. Diversidade, inovação, gerenciamento de riscos e ESG (ambiental, social e governança) pautam a nova agenda do órgão que é o guardião da longevidade dos negócios.

O Programa da JValério/FDC promove uma reflexão profunda sobre a função e as responsabilidades do Conselho de Administração e permite que o participante compreenda a relevância, a complexidade e o alcance dos conselheiros na dinâmica atual das organizações. Clique aqui e garanta seu lugar no PDC - Programa de Desenvolvimento de Conselheiros!

O que achou sobre o conteúdo? Vamos conversar? Deixe um comentário.
ASSINE NOSSA NEWSLETTER