Estratégia deve ser foco das empresas e não deve ser deixada de lado em tempos de crise

Diário do Sudoeste - Cristiane Sabadin Tomasi Não importa o tempo que a empresa esteja no mercado, nem tampouco se vêm colhendo bons resultados. O que realmente conta é a maneira com que empresários encaram sua gestão no dia a dia, adaptando-se as mudanças e administrando problemas. Também é válido saber encarar os momentos de crise financeira e política, como esta que aflige o país atualmente. Para ajudar empresas da região Sudoeste a se manterem competitivas e cada vez mais inseridas no mercado, a JValério Soluções Empresariais Inovadoras, associada à Fundação Dom Cabral – Desenvolvimento de Executivos e Empresas, iniciou a primeira atividade de 2015 no Sudoeste. O encontro foi no teatro do Sesi, em Pato Branco, e começou na quarta-feira, 18. Em 19/03, os empresários encerram os trabalhos, na segunda aula. De acordo com Ademar Cardoso, da JValério, essa é a terceira turma já estabelecida na região. “Os temas que abordamos com estes gestores são de extrema relevância, como estratégia, finanças, processos, pessoas, marketing e vendas e projetos.” Nesta primeira etapa participaram 12 empresas, com 30 gestores aproximadamente. Segundo Ademar, as turmas são bem completas e contam com empresários de diversos segmentos. “Isso nos permite fomentar práticas de boa gestão entre os participantes”, ressaltou. Estratégia nas empresas Não interessa se há crise ou não. Em qualquer que seja a empresa o primeiro passo a ser abordado é sempre as questões estratégicas, que se refletem no ambiente externo. É o que afirmou Isabel Ribeiro Lara Crego, professora associada da Fundação Dom Cabral, que conduziu os trabalhos com a turma de empresários em Pato Branco. Ou seja, independente de conjuntura financeira, é necessário focar nas estratégias e se adaptar. “A organização precisa continuar sendo administrada estrategicamente, porque as crises são passageiras, e as empresas precisam estar bem preparadas ao sair delas.” Estratégia nos negócios O receio de perder dinheiro faz com que muitos empresários mudem seu posicionamento em momentos financeiramente ruins. Se forem bons estrategistas, Isabel garantiu que essa não é hora de reduzir custos importantes e se fragilizar. E, nem por decreto, atender mal os clientes especiais. “Estratégia é ter uma posição. Por exemplo, mesmo nesses momentos difíceis se deve aproximar mais dos clientes especiais, destacar aquilo que você é forte e muitas vezes único no mercado”, enfatizou. Segundo a professora, não é recomendado aos empresários assumir uma postura preocupada e atender de má vontade. “Planeje bem os custos que devem ser cortados e mantenha os que são estratégicos.” Repensar a gestão Edson Flessak, sócio proprietário da Flessak, participou do Programa de Desenvolvimento de Dirigentes (PDD) da Fundação Cabral, e disse, que como o próprio nome já diz, “propicia ao empresário uma oportunidade de repensar o negócio”. Segundo ele, o programa ajuda o empresário nas tomadas de decisão, quando o obriga, de forma inteligente, a pensar fora de seu cotidiano. “E o melhor, sem perder o foco no teu negócio”, constatou. Conforme a professora, todos os empresários que se dispuseram a investir em capacitação em essa mesma vontade de que Edson se referiu acima: de repensar a gestão. E ela ainda foi mais longe: “O tempo de empresa não sinaliza mais que a estratégia vai bem. Faz bem em qualquer momento fazer análises, porque o que importa é o futuro desempenho do negócio”. Com o presente, na visão de Isabel, não se pode fazer mais nada, “a não ser colher o que plantamos lá atrás”.