Especialistas em sustentabilidade ganham espaço nos Conselhos de Administração

13/04/2022
Especialistas em sustentabilidade ganham espaço nos Conselhos de Administração | JValério

Órgão é responsável pela cultura organizacional, legado, valores e propósito da companhia e dele partem iniciativas para colocar a ESG em prática

A diversidade nos conselhos de administração das empresas faz parte da pauta na gestão corporativa há dois anos. Colegiados regidos pela diversidade (de toda espécie) tendem a ser mais assertivos porque possuem uma visão ampliada sobre temas complexos. A análise dos assuntos por diferentes perspectivas de experiência, sensibilidade e conhecimento são salutares na gestão de um negócio e pesquisas já apontam que empresas que levam a diversidade a sério são capazes de atrair os melhores colaboradores, aumentar a satisfação dos clientes e fomentar a criatividade.

E enquanto a diversidade de gênero começa a ser discutida e implementada no universo da gestão, outro tipo de diversidade já se tornou uma urgência: a busca por Conselheiros especialistas em sustentabilidade é necessária para agradar consumidores e investidores.

A sigla para ambiente, social e governança, conhecida como ESG, não é mero modismo e a preocupação com sua adoção, na prática, se intensificou em 2020. A pandemia trouxe reflexões aprofundadas no âmbito pessoal e empresarial e, dois anos mais tarde, a importância do engajamento dos líderes e da cooperação entre as nações é um consenso no mundo todo.

Não se trata apenas de idealismo: uma pesquisa recente da consultoria McKinsey confirma que 75% das pessoas têm repensado hábitos de consumo. O ato da compra é permeando de análise e ponderações e os consumidores já escolhem marcas que traduzem seu lifestyle e que têm um impacto ambiental e social. Essa é uma tendência, sobretudo, entre o público da geração Z.

E é porque a ESG poderá se traduzir em números num futuro próximo é que deve estar presente na cultura organizacional, que é um reflexo do Conselho. São os Conselheiros que têm a última palavra sobre os valores, o legado e o propósito de uma companhia. E, por essa razão, as discussões sobre a sigla devem partir desse órgão.

Publicações como a Harvard Business Review já abordam como o Conselho de Administração pode ajudar as empesas a avançar na agenda de sustentabilidade. Neste debate estão aspectos como as mudanças climáticas. As análises não são simplistas e mostram a importância de envolver todos os colaboradores da companhia numa causa comum. Se necessário for, a ideia é atrelar até mesmo a remuneração da equipe ao atingimento de metas de impacto ambiental, por exemplo.

O artigo da Harvard Business Review sugere até mesmo uma pesquisa para verificar quais são as lacunas do Conselho na área da sustentabilidade e para cobri-las vale até mesmo a contratação de novos Conselheiros. Comitês de Sustentabilidade, que respondem aos Conselhos, são mais uma sugestão para tirar projetos de ESG do papel.

O Comitê irá atuar como uma espécie de “guardião” da sustentabilidade na organização. A implementação do Comitê pode ser um primeiro passo para abrir as portas da empresa para a ESG.  A ideia é gerar um bom fluxo de informações sobre aspectos econômico, financeiros, socioambientais e de governança relacionados aquele negócio. A finalidade do Comitê é integrar a sustentabilidade à estratégia da organização. O Comitê é importante, sobretudo, para apoiar a tomada de decisões do Conselho no que diz respeito a ESG.

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