Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses

08/12/2014
Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses | JValério
05/12/14 às 15:30 - Atualizado às 15:32 Ocepar O cooperativismo paranaense está chegando ao final de 2014 com a expectativa de alcançar pouco mais de 10% de crescimento no ano. “A participação ativa das sociedades cooperativas na economia estadual, com forte geração de emprego e renda, está refletida em sua movimentação econômica, que deve superar os R$ 50 bilhões no ano que se encerra. É um valor que supera o orçamento de 23 estados brasileiros”, afirmou o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, que apresentou um balanço preliminar dos resultados alcançados pelas cooperativas do Paraná, durante a abertura do Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses, na manhã desta sexta-feira (05/12), no grande auditório do Teatro Positivo, em Curitiba. Desempenho –Koslovski começou seu discurso lembrando que o cooperativismo do Paraná vinha expandindo a uma média de 16,5% ao ano, mas diversos fatores influenciaram no desempenho deste exercício. “Estamos terminando um ano com dificuldades econômicas em diferentes continentes, aliadas à volta da inflação e à deterioração de alguns fundamentos da política econômica. Somado a isso, algumas commodities estão apresentando queda de preços. Juntas, essas ocorrências acabaram por influenciar no crescimento contínuo e sistemático que vínhamos experimentando nos últimos cinco anos”, acrescentou. Apesar disso, ele lembrou que 2014 foi de muito trabalho para o setor, que conseguiu obter bons resultados para os cooperados. Participação – Atualmente há 228 cooperativas registradas no Sistema Ocepar e que atuam em dez diferentes ramos: agropecuário, crédito, saúde, consumo, habitacional, educacional, infraestrutura, turismo e lazer, trabalho e transporte. O setor emprega diretamente quase 80 mil pessoas e gera 2,2 milhões de postos de trabalho. Koslovski destacou que o cooperativismo paranaense tem participação significativa na arrecadação de tributos. “Em 2014, foram mais de R$ 1,3 bilhão recolhidos aos cofres públicos, contribuindo com os governos no custeio de suas ações junto à sociedade”, disse. Ainda de acordo com ele, o trabalho realizado pelo cooperativismo beneficia mais de um milhão de cooperados e mais de 30% da população paranaense é abrigada pelas ações das cooperativas. Exportações e investimentos – As cooperativas do ramo agropecuário devem concluir o ano contabilizando cerca de US$ 2,3 bilhões em exportações. Esse segmento responde por 56% do PIB agropecuário do Paraná. “É muito difícil imaginar a agropecuária paranaense sem as cooperativas, pela expressão e participação que detém em nossa economia”, afirmou. O presidente do Sistema Ocepar chamou ainda a atenção para o valor em investimentos, que atingiram mais de R$ 2,8 bilhões, com 60% desse total destinado ao processo de agroindustrialização. “Transformar matérias-primas recebidas dos cooperados em produtos processados e industrializados é um dos desafios do cooperativismo. Hoje, cerca de 48% da produção dos cooperados passa por algum tipo de transformação. Queremos chegar a 50% em 2015, para agregar valor e permitir mais estabilidade de renda ao cooperado”, frisou. Crédito e Saúde– Ele destacou ainda que atualmente o ramo crédito responde por mais de R$ 20 bilhões de ativos. “Essas cooperativas estão democratizando o acesso ao crédito para milhares de pessoas, por meio de sua capilaridade e forte vínculo com as ações locais e regionais”. Quanto ao ramo saúde, Koslovski lembrou que hoje são mais de 2 milhões de beneficiários atendidos no Estado por mais de 13,1 mil profissionais, que congregam 33 cooperativas. O presidente da Ocepar destacou ainda os avanços alcançados nos demais ramos do cooperativismo paranaense, como transporte, infraestrutura, trabalho, educação, turismo e lazer, consumo e habitação. Preocupações - Koslovski também citou as inquietações em relação aos obstáculos que devem ser superados, tanto no Paraná como no Brasil, para que o setor produtivo possa melhorar a sua competitividade. “Mesmo crescendo em percentuais acima do PIB brasileiro, há uma grande preocupação do setor cooperativista quanto às deficiências estruturais existentes no Paraná e no Brasil, principalmente pela alta demanda por investimentos em portos, ferrovias, rodovias, estradas rurais, etc”, enfatizou. “Os custos exorbitantes de pedágio também têm penalizado a nossa competitividade. Aliado a isso, as dificuldades inerentes à volta da inflação e ao baixo crescimento do país neste ano, estão exigindo cautela no planejamento para 2015 e ações que possam manter e ampliar políticas públicas voltadas a apoiar o trabalho das nossas cooperativas”, completou.
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