Em tempos de crise, é preciso valorizar e reter talentos
11/05/2015
Evento da Fundação Dom Cabral reuniu empresários para discutir gestão e mercado de trabalho
Pensar na valorização dos colaboradores, reter talentos e investir na equipe. Fomentar a gestão humana dentro de uma empresa em tempos atuais de crise econômica e maior acirramento competitivo não é tarefa simples, mas extremamente necessária. Neste contexto, que fomenta muitas discussões e planos estratégicos, diretorias de 15 empresas paranaenses se encontraram ontem, em Londrina, para participar do Comitê de Presidentes e Dirigentes da Rede Parceiros Para Excelência (Paex), programa da Fundação Dom Cabral (FDC), que reúne empresas de médio porte em busca da implementação de um modelo de gestão, com foco em melhoria de resultados e aumento de competitividade.
O Grupo Folha e as demais empresas participam do Paex através da JValério, empresa associada à FDC que engloba instituições do Paraná e Rondônia. O comitê contou com a presença do professor da Fundação, Pedro Elias, com 25 anos de experiência profissional em diversos segmentos, e que ministrou palestra abordando o tema "Organizações que pensam se superam. Gente é o diferencial".
O especialista apresentou aos presidentes e gestores das empresas números preocupantes. De acordo com levantamento da Gallup consultoria internacional, em 2014 apenas 13% dos colaboradores de empresas pesquisadas estavam realmente engajados no trabalho. No ano anterior, a pesquisa mostrou percentuais ainda mais impressionantes: 72% dos trabalhadores não gostam do próprio serviço e 18% estão ativamente desengajados. "As perguntas são: será que o colaborador está entregando o que realmente pode entregar para a empresa? Os líderes estão percebendo o que está acontecendo? Boa parte deles não", observa o professor. "Hoje, no nosso cenário de crise, as empresas dão pouca atenção ao processo de valorizar os colaboradores e reter os talentos. O que se pensa neste momento é a redução de quadro de pessoal e de custos a todo preço. Esse é o momento que requer uma ação de Recursos Humanos muito mais integrada e forte dentro das organizações", acrescenta Elias.
Ele admite que não é algo de execução simples, mas que buscar novas soluções exige mudanças na cabeça dos líderes. "Eles precisam fazer o dever de casa, conviver com as pessoas como elas são hoje: mais questionadoras, com maior acesso a informação... Os donos (das empresas) têm que pensar em agir como os profissionais, enquanto os profissionais devem pensar e agir como donos. Esses comportamentos vão fazer toda a diferença", disse.
Os empresários – neste mundo atual – não podem pensar apenas em mão de obra, de forma vazia e distante, já que os resultados das organizações estão ligados diretamente às pessoas que ali trabalham. Um fato recorrente, segundo o professor, é que empresas com melhor clima organizacional naturalmente terão um faturamento mais alto. "Não podemos mais contratar 'mão de obra', mas sim o 'cabeça de obra', pessoas que pensam e refletem, o 'coração de obra', que têm reclamações e emoções para melhorar a empresa e o 'perna de obra', pessoas que se movimentam e fazem diferente. Ou seja, um ser integral trabalhando para a evolução da empresa, alinhado aos valores e missão dela", finalizou.
Para o presidente da J. Valério, Eduardo Valério, a Rede Paex consegue fomentar esse tipo de pensamento entre as empresas integrantes, transformando diretrizes e o planejamento estratégico de cada uma delas. "As empresas que estão conosco no Paex acreditam neste modelo e já estão apresentado resultados em diferentes esferas. Os avanços mais salientes estão na performance operacional da gestão de custos, na melhoria dos processos internos, se tornando empresas cada vez mais eficazes e eficientes", concluiu.
Fonte: FOLHA WEB - Victor Lopes Reportagem Local - 08/05/2015
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