Saiba o que representa, na prática, aderir às boas práticas presentes em modelos de negócios baseados no sistema de circuito fechado
Prestes a sediarmos a COP 30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que, em 2025, será realizada em Belém (PA), no coração da amazônia brasileira, vamos aproveitar o hype para falar sobre o conceito que além de inovador, já pode ser considerado vital em se tratando de mitigar os efeitos adversos do consumo desenfreado, da geração excessiva de resíduos e dos processos industriais tal como os conhecemos. Chamada de economia circular, a abordagem propõe às organizações e governos, bem como a toda sociedade, redesenhar o ciclo produtivo responsável pelo desperdício e uso dos recursos naturais acima da capacidade regenerativa da Terra, que acarretam uma série de impactos negativos ao meio ambiente. Em suma, a ideia é criar e fortalecer formas de gestão em sintonia com a perspectiva do desenvolvimento sustentável.
Criado para desassociar a relação, até então inexorável, entre eficiência econômica e exploração, sobretudo, ambiental, se baseia nos 4 R’s da sustentabilidade para, de fato, sair do papel: reduzir, reutilizar, reciclar e repensar. Vista como um elemento-chave nesse processo, a economia circular chega para substituir o modelo linear, no qual o potencial da matéria-prima é utilizado dentro do limite de sua vida útil, até virar lixo logo em seguida. Além da degradação de diversos ecossistemas e da emissão de gases poluentes, causadores do aquecimento global, trata-se de um paradigma completamente falido e incapaz de sustentar o peso das consequências, por vezes, irreversíveis - muitas delas sendo presenciadas atualmente. Em outras palavras, somos bilhões de seres humanos praticamente “estrangulando” o lugar onde vivemos.
Partindo da premissa, transformar a atividade empresarial apostando em modelos de negócios com princípios capazes de unir competitividade e compromisso socioambiental por meio de produtos e serviços economicamente viáveis e ecologicamente eficientes deixou de ser uma pauta do amanhã para se tornar de vez uma prioridade institucional e corporativa. A exemplo da tendência ESG, incorporada ao DNA de inúmeras empresas mundo afora, empresários, empreendedores e líderes têm apostado alto no que é infinito, crescente e abundante: ou seja, o capital intelectual das pessoas, tido como uma das principais estratégias para entregar valor a consumidores e stakeholders enquanto se age no enfrentamento aos desafios, os do nosso tempo e os que estão por vir. As mudanças são culturais e sistêmicas, mas, principalmente, exigem uma rede de colaboração.
Vamos aprofundar?
Agora que você sabe qual é o objetivo principal da economia circular, descubra quais são os estágios necessários para que novos negócios possam surgir baseados no sistema de circuito fechado proposto pela metodologia.
Após adotar as boas práticas propostas pela economia circular, empresas de diferentes portes e segmentos passam a colher uma série de vantagens, entre as quais se destacam as 10 abaixo:
Implementar um modelo circular econômico não é uma tarefa fácil, especialmente quando toda sua indústria segue a orientação linear. Porém, não é impossível. Saiba quais são as organizações que atuam pautadas em ações que visam o reuso e reciclagem de seus próprios materiais a seguir.
A Natura, empresa brasileira de cosméticos, está engajada com práticas circulares. Hoje, de acordo com a fabricante, 33% dos resíduos de suas embalagens são reciclados e a meta é chegar aos 50%. O programa Natura Elos promove o consumo consciente, bem como estabelece parcerias com cooperativas de reciclagem, indústrias de beneficiamento e muitos outros stakeholders da cadeia de valor da economia circular.
Ademais, contam com um programa de logística reversa que coleta embalagens vazias em todo o Brasil. Desde 2020, possuem mais de 700 pontos espalhados em 280 cidades do país justamente para incentivar a adesão dos clientes na hora de fazer o descarte adequado, impulsionando a circularidade e minimizando impactos ambientais.
Em 2019, a Coca-Cola FEMSA Brasil, responsável por engarrafar as bebidas, alcançou a marca de 100 milhões de garrafas PET recicladas dentro do período de um ano. O mais interessante é que a empresa não faz tudo sozinha. Pelo contrário, mantém parcerias com catadores de recicláveis e cooperativas do gênero.
Tão grande quanto engajada é a Apple. No próprio site da multinacional americana é possível ver uma apresentação sobre como ela lida com a fabricação de seus dispositivos. Aliás, soubemos por lá que todo portfólio é pensado de maneira sustentável. O novo iPhone, por exemplo, é feito inteiramente com material reciclado. Além disso, as famosas embalagens da marca da maçã também não incluem mais filmes plásticos. Conforme a gigante da tecnologia, isso ocasionou uma redução de 75% no uso de plástico descartável em comparação com os índices de 2015.
Não é segredo, ao menos para quem possui uma máquina Nespresso, que o descarte das cápsulas sempre foi uma questão delicada. Afinal, não adiantaria ter criado um método inovador para preservar os aromas e sabores do café em doses perfeitas, se o componente principal significasse mais poluição e fosse inviável em uma era que urgentemente precisa de cuidados.
Pensando nisso, a reciclagem é um ponto fundamental na cadeia de produção, a começar pelo alumínio que protege a bebida da umidade e da luz, 100% reciclável. Até mesmo os resíduos de pó são separados sem o uso de água e transformados em adubo orgânico por uma empresa de compostagem.
Essas e outras ações são fruto de práticas circulares do Centro de Reciclagem Nespresso, localizado em Osasco (SP). Após a implementação, quase um quarto das cápsulas vendidas foram recuperadas. O alumínio das embalagens passou de lixo a infinitamente recuperável, enquanto o pó de café vira adubo para nutrir plantações diversas.
Já a solução circular da Ikea, na gringa, foi comprar móveis de clientes que já não os queriam mais. Assim, a empresa encontrou uma maneira de diminuir o descarte dos itens e, em vez disso, comercializá-los como peças de segunda mão.
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