Crise econômica leva quatro em cada dez brasileiros a empreender em 2015

23/02/2016
Crise econômica leva quatro em cada dez brasileiros a empreender em 2015 | JValério
O aumento no número de demissões e o desejo de ser dono do próprio negócio fizeram com que quatro em cada dez brasileiros (39,3%) escolhessem o empreendedorismo como fonte de renda em 2015. Dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostram que existem 52 milhões de pessoas no país com idade entre 18 e 64 anos envolvidas na criação ou manutenção de algum negócio, o maior número registrado desde 2002. A alta na taxa de empreendedorismo é explicada pelo aumento do número de novos negócios por necessidade. Enquanto o índice de pessoas que decidiram abrir uma empresa por oportunidade caiu de 71% em 2014 para 56%, a taxa de brasileiros que tomaram essa decisão por necessidade saltou de 13% para 36% em 2015. É o maior crescimento verificado pela pesquisa desde 2010. A crise econômica é um dos fatores que impulsionaram o aumento do empreendedorismo por necessidade. Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, abrir um negócio próprio é a alternativa que os brasileiros encontraram para contornar as dificuldades econômicas. Mas não é só o fator crise que explica o aumento nos índices, afirma a gerente de pesquisa do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), Simara Greco. Ela ressalta que as pessoas estão enxergando o empreendedorismo como uma opção de carreira, mesmo com todas as implicações do cenário político. O desafio, segundo a especialista, é o aprimoramento das condições de negócios para melhorar a qualidade dos empreendimentos. Dados do estudo indicam que políticas governamentais, educação e capacitação, e apoio financeiro são as condições mais citadas como limitantes à atividade empreendedora. A necessidade de melhorar o ambiente de negócios fica ainda mais evidente quando se verifica que apenas 6% das pessoas que administram uma empresa própria possuem ensino superior completo e que 58% têm renda familiar de até três salários mínimos. “É natural que o maior número de pessoas empreendendo tenha baixa renda e escolaridade, já que esse é um reflexo da própria população brasileira”, diz Simara. Para diminuir a taxa de mortalidade das empresas e melhorar o ambiente de negócios, o presidente do Sebrae afirma que é necessário promover ações que reduzam a burocracia, simplifiquem a legislação, facilitem o crédito e incentivem a educação empreendedora.

Empreendedorismo em alta

Quatro em cada dez brasileiros escolhem o mundo dos negócios como fonte de renda. Taxa é a maior dos últimos 14 anos puxada, principalmente, pelos empreendedores por necessidade

TIPO DE EMPREENDEDORISMO

1 Educ0 = Nenhuma educação formal e primeiro grau incompleto Educ1 = Primeiro grau completo e segundo incompleto Educ2 = Segundo grau completo e superior incompleto Educ3+ = Superior completo, especialização incompleta e completa, mestrado incompleto e completo, doutorado incompleto e doutorado completo.

Fonte: Gazeta do Povo

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