Além de habilidades específicas, o ideal é que todos os membros, inclusive os acionistas, tenham a oportunidade de conhecer os negócios da família o quanto antes
“A empresa e a família somente sobreviverão e se sairão bem se a família servir à empresa. Nenhuma das duas se sairá bem se a empresa for dirigida para servir à família”. A frase, dita por Peter Drucker, considerado o pai da gestão moderna, serve como uma luva a quem deseja assumir os direitos, deveres e obrigações como herdeiro.
Se a decisão de fazer parte dos negócios, quem sabe até assumindo a posição de líder algum dia, for tomada de forma consciente e bem planejada, as chances de obter sucesso costumam ser grandes. Inclusive, quando isso acontece, a nova geração torna-se capaz de subir nos ombros de um gigante (fundador) e observar um horizonte mais longínquo do que ninguém jamais viu antes.
Por outro lado, para que o legado não corra o risco de ser arruinado, é fundamental haver envolvimento, da vocação à legitimidade. Seja como for, o descendente tem mais de um caminho a escolher, até mesmo se desligar. Porém, ao decidir ficar, nem só do sonho de se tornar um gestor vivem os herdeiros, que também podem atuar como acionistas ou conselheiros.
No artigo de hoje, vamos apontar para a direção dos sócios, um elo vital às companhias. Vejamos quais são as competências necessárias para se tornar um membro da sociedade que faz a diferença.
Ao assumir um papel no universo corporativo qualquer interessado sua a camisa. Na dinâmica das famílias empresariais, o desafio é ainda maior por envolver emoções. No caso dos acionistas, cabe a eles olhar o patrimônio como investidores, independentemente se for administrado pelo irmão, por um primo ou um executivo de fora.
Ao contrário do senso comum, o trabalho não é uma continuidade das relações pessoais, mesmo em se tratando de núcleos muito próximos, como pais e filhos, marido e mulher ou irmãos. Para dar certo, a conduta ideal é justamente deixar os vínculos afetivos de lado e o mais distante possível da tomada de decisões.
A seguir, confira as habilidades desejadas para os herdeiros que querem atuar como acionistas:
Até que se conquiste formação e experiência para se tornar um acionista, existe algo chamado projeto de vida. Em muitos casos, os fundadores iniciam o processo de formar os filhos ou outros familiares para assumirem cargos na empresa desde muito cedo. Negligenciar o preparo de quem irá fazer parte da estrutura dos negócios é um erro que pode levar ao encerramento das atividades.
Nesse sentido, certas condutas são apontadas como referências. Vejamos algumas delas abaixo:
Por falar nisso, você já parou para pensar o que as organizações centenárias têm em comum? São empresas que têm a sua história registrada e prepararam a família para o papel de acionistas. Outro componente importante reside no fato delas terem continuado fiéis à sua proposta de origem. Veja o exemplo da Gerdau: nasceu como empresa siderúrgica e continua como tal mais de 100 anos depois.
Mesmo com a governança corporativa em ação, em primeiro lugar caberá ao sócio compreender que, a princípio, ele herdou a sociedade. Ciente disso, precisa planejar suas ações de modo a evitar as divergências, bem como a falta de conhecimento, pois ambas podem colocar tudo a perder. Em suma, quando os sócios são bem preparados eles são agentes indispensáveis na garantia da longevidade.
Nesse sentido, recomenda-se a criação de um conselho societário que congregue os controladores, dando a eles um lugar e um espaço para que se reúnam e conversem abertamente e com transparência. Dessa forma, evita-se que os conflitos “contaminem” os demais setores e colaboradores.
Contudo, seja qual for a escolha de atuação dos herdeiros dentro do negócio familiar, todos devem estar conscientes de que fazem parte de um organismo vivo no qual muitas pessoas trabalham e dependem do sustento que provém dele.
Atenta a este panorama, a JValério Gestão e Desenvolvimento, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), conta com um programa especialmente dedicado aos negócios dessa natureza chamado “Governança Corporativa em Empresas Familiares”. Lidar com a complexidade das decisões e processos que permeiam a estrutura dessas organizações, incluindo a capacitação de membros entre os quais estão os acionistas, é um dos objetivos do programa.
Além disso, visa discutir sobre as principais práticas de governança que impactam a concretização de uma gestão profissional do negócio, pensando na longevidade da organização.
Para saber mais, acesse: GOVERNANÇA CORPORATIVA EM EMPRESAS FAMILIARES - JValério (jvalério.com.br)