Ferramentas como Scrum e OKR cabem como uma luva na realidade dos pequenos negócios e contribuem com o aprendizado contínuo dos colaboradores, além de mantê-los focados em metas mensuráveis e atingíveis
Manter a formação contínua dos colaboradores, em razão das transformações constantes que fazem parte da rotina do universo corporativo, é um desafio para muitos gestores. Muito se fala sobre a importância da conexão da equipe com o propósito da marca, principalmente agora, com a entrada das novas gerações no mercado de trabalho, que buscam algo aspiracional na carreira, além do retorno financeiro.
Os valores, a missão, a visão e as crenças de uma empresa são o combustível que dá energia para os colaboradores moverem-se rumo ao cumprimento do propósito de uma marca, com o qual precisam se identificar. Trazer um impacto positivo para o mundo, por meio do trabalho, é uma condição que mantêm os colaboradores motivados e com aquele sentimento de pertencimento, tão importante para o clima organizacional.
Por isso, os planejamentos estratégicos abstratos, poucos tangíveis e com metas que parecem inatingíveis, não prosperam. Os colaboradores precisam se engajar, acreditar na estratégia e compreender que suas tarefas diárias são peça-chave para chegar em um objetivo comum, traduzido em melhorias de processo, resultados e lucratividade de uma empresa.
Manter o colaborador alinhado com o propósito da organização, de forma clara, pode ser um obstáculo para as lideranças, mas a notícia boa é que algumas plataformas estão aí para ajudar os gestores a tirarem a aprendizagem continuada do papel e manter a equipe engajada. E hoje vamos falar de duas delas: o OKR e o Scrum.
De olho no planejamento estratégico e na definição de metas, especialistas americanos em gestão criaram o OKR, lá na década de 1970, e a metodologia inovadora mantém-se atualizada às necessidades das corporações contemporâneas.
Em inglês, OKR significa “objetivos e resultados-chave”. Como a própria tradução define, o objetivo da plataforma é envolver os participantes no cumprimento daquilo que se comprometeram a partir do planejamento estratégico estabelecido. E mais: eles sabem que seu desempenho vai chegar aos demais colegas, numa troca de experiências saudável e necessária para o constante aperfeiçoamento do trabalho em equipe.
O OKR tem uma espécie de princípio ético enraizado desde sua criação: não foi inserido para fomentar a busca de dividendos ou promoções entre os colaboradores, mas gerar comprometimento para saber em que nível de atuação se quer chegar, além de elevar a cultura empresarial para enfrentar e cumprir metas desafiadoras.
No método OKR, a empresa pode estabelecer até cinco objetivos para o ano e para cada trimestre. O resultado previsto também deve estar claro para cada um dos períodos. Com essa perspectiva, cada equipe define “subobjetivos” e cada funcionário, junto aos gestores, deve alcançar suas próprias finalidades. Ao final, somadas, elas fazem com que a empresa chegue ao topo: ou seja: ao objetivo geral.
Métodos para gerenciar planos de metas e verificar resultados têm grande relevância para gigantes multinacionais como a Amazon e o Twitter. Mas a eficiência destas estratégias pode ser verificada também em empresas de vários outros segmentos e países fora do eixo Estados Unidos-Europa. No caso do Brasil, não faltam cases de sucesso de implementação de métodos como o OKR.
A Fundacred, de Porto Alegre, é um desses cases promissores. Empresa com 47 anos de atuação na gestão de crédito educacional para mais de 250 instituições de ensino de todo o Brasil, a organização conseguiu, com a implementação do OKR, enfrentar com mais clareza os desafios impostos pelo difícil ano de 2020, marcado pela pandemia da Covid-19.
A partir da implementação do método e início do treinamento das equipes, os resultados foram surgindo. Os grupos de trabalho passaram a ter um sentido real, pois tinham clareza e objetivos comuns a serem alcançados, colocando no horizonte os resultados-chaves a serem buscados. O que se percebeu foi um aumento no nível de agilidade e adaptabilidade às mudanças, havendo maior colaboração no alcance de objetivos comuns entre setores distintos.
Em Arapongas, no interior do Paraná, em trabalho conduzido pela JValério Gestão e Desenvolvimento, a DJ Móveis também conseguiu resultados promissores nos 90 dias de prazo de implementação e execução do novo programa de gestão, via OKR.
“A gente conseguiu uma redução bem significante, de 85%, no estoque obsoleto que estava em poder da empresa, e também conseguimos aumentar bastante o giro de estoque”, destaca Rafael Afonseca e Silva, CEO da DJ Móveis.
Mas o que também chamou a atenção foi a dinâmica inédita de trabalho estabelecido entre as equipes. “Com o OKR, as pessoas são envolvidas com a mesma ideia. Assim fica mais fácil atingir os objetivos, já que todos os setores estão engajados. Isso tem trazido bastante dinâmica para a DJ na resolução dos problemas, além de mais uma motivação para os colaboradores”, endossa o executivo.
Ele acrescenta que todo mundo faz parte desse processo, sabe o que está acontecendo e está buscando uma solução. “O sucesso foi tão presente nas rotinas da empresa que já estamos na segunda fase de cumprimento de novas metas e objetivos com a ajuda do OKR”, conta Rafael.
A exemplo do OKR, a metodologia Scrum também se propõe a gerar mais agilidade, eficiência e garantia de resultados às ações de crescimento da empresa. A estratégia de planejamento tem o nome de uma conhecida jogada do rugby (uma espécie de primo distante do futebol, só que jogado mais com as mãos do que com os pés), em que oito jogadores de cada time se reúnem até formar uma muralha humana.
O Scrum nasceu em empresas de tecnologia (softwares), mas seu sucesso repercutiu tanto que acabou adaptado para qualquer ambiente corporativo. As características envolvem a participação de equipes pequenas e dotadas de tarefas múltiplas. Todos devem dar retornos constantes de seus avanços, com o incentivo de colaboração mútua dos funcionários envolvidos.
A essência do Scrum, por perseguir ações práticas que levem a resultados vinculados às demandas apresentadas, não foge à regra de outros métodos. Uma de suas principais características, contudo, é o fator tempo. Evitar que se desperdice muitos dias, com escassos encaminhamentos, é uma cultura bastante conhecida do método.
Com foco nas necessidades dos pequenos negócios, a FDC criou o programa Parceria para Aceleração do Negócio (PAN). Com duração de um ano, professores e mentores, com atuação e expertise no trabalho de gestão, orientam os empresários usarem as melhores ferramentas para melhorar o desempenho do negócio.
Voltado para pequenas empresas, startups e scale-ups que buscam ser competitivas e melhorarem o posicionamento no mercado, o PAN é uma oportunidade para darem um salto no quesito gestão. Unindo a teoria e prática, o programa contempla diagnósticos de evolução e plano de negócios para as próximas ações da empresa, por meio de uma metodologia dinâmica que engloba workshops, mentorias e organização de reuniões de acompanhamento.
Nesse contexto, o OKR e o Scrum são ferramentas estratégicas que ajudam os gestores a melhorarem o planejamento estratégico, o desempenho dos colaboradores e lideranças, e consequentemente, os resultados do negócio.
E você, quer engajar sua equipe e conquistar melhores resultados? Não importa o tamanho ou setor em que sua empresa atua, a regra para um negócio estar bem posicionado no mercado é investir tempo para aplicar novos métodos que ajudem a criar estratégias claras de crescimento. Isso vale para todos, independente do fato de uma organização estar preparada ou não.
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