Como a transformação digital está moldando o futuro da saúde

23/05/2024
Como a transformação digital está moldando o futuro da saúde | JValério

Conheça os desafios e oportunidades que as novas tecnologias geram ao setor no Brasil e no mundo

Assim como em diversas atividades econômicas, a chegada de novas tecnologias é a base da transformação digital na saúde. Quem já atua no segmento ou pretende, deve acompanhar de perto as novidades que alteram este mercado tão vital a toda população. Desde a pandemia da Covid-19, os serviços médicos passaram por mudanças radicais capazes de tornar a digitalização mais que necessidade, mas sim exigência. Frente às demandas, a reestruturação do modelo de negócios e a adoção de uma cultura empresarial, até então inédita, tem levado muitos gestores que atuam nesse ramo a buscarem maneiras de se atualizar.

Na outra ponta, profissionais da área e pacientes descobrem como diagnosticar, tratar e, sobretudo, prevenir doenças tendo vários recursos, a exemplo da inteligência artificial, como aliados. Diante dos novos hábitos do consumidor brasileiro que, segundo dados de uma pesquisa do site Electronics Hub, passa 9 horas e 32 minutos por dia olhando para a tela do smartphone, o cuidado à distância via aplicativos não é somente viável, como também preferível em determinadas circunstâncias. Além de otimizar toda a parte operacional, derrubando barreiras físicas e promovendo a equidade no acesso, trata-se de uma oportunidade de mão dupla: tanto para manter a lucratividade em um ambiente privado altamente competitivo, como um divisor de águas no enfrentamento dos desafios das instituições públicas.

Contudo, o diálogo produtivo sobre como o avanço tecnológico pode ser utilizado para melhorar a eficiência, a precisão e a acessibilidade dos cuidados e atendimentos apenas começou. Fatores como diversidade geográfica, disparidades socioeconômicas, infraestrutura variável e regulamentações são fatores cruciais a serem considerados, sobretudo, em nosso país. Seja como for, convém acompanhar de perto o atual panorama da saúde no Brasil e a nível mundial tendo em vista as inovações e estratégias em alta no setor.

Vejamos um breve resumo a seguir.

Transformação digital na saúde: tendência consolidada

As iniciativas digitais que vêm sendo presenciadas se desdobram em tendências e dados capazes de dar a dimensão do crescimento exponencial da revolução tecnológica aplicada à saúde. Inclusive, nos dão uma amostra de como tudo isso impacta diretamente a tomada de decisões nas organizações e a vida pessoal de cada cidadão. Pensando nisso, reunimos alguns dos principais tópicos que fazem parte deste cenário no Brasil e no mundo.

Números exponenciais e dados relevantes do setor de saúde ao redor do mundo

  • Em 2021, os investimentos globais em saúde digital atingiram um recorde de US$ 26,5 bilhões, refletindo a confiança crescente dos investidores na inovação tecnológica voltada para a saúde;
  • Projetado para atingir US$ 639,4 bilhões até 2026, o mercado global de saúde digital cresce a uma taxa anual composta de cerca de 17,8%, evidenciando a demanda pulsante por soluções digitais dessa ordem;
  • Durante a crise sanitária provocada pelo coronavírus, a adoção da telemedicina explodiu em todo o mundo. Para se ter uma ideia, na China, as consultas nesse formato aumentaram 7.600% no início da pandemia, enquanto nos EUA, a Kaiser Permanente  - um dos maiores planos de saúde sem fins lucrativos dos Estados Unidos - relatou um aumento de 1.000% nas consultas virtuais;
  • De acordo com uma pesquisa da J.D. Power, a satisfação do paciente com a telemedicina atingiu 860 pontos em uma escala de 1.000, demonstrando a aceitação positiva dessa modalidade de atendimento;
  • Além das consultas médicas, a telemedicina está sendo amplamente utilizada para serviços especializados, como telessaúde mental, teledermatologia e reabilitação virtual;
  • Embora a telemedicina tenha avançado significativamente, ainda existem entraves relacionados ao acesso, como a necessidade de infraestrutura de internet confiável em áreas rurais e em países em desenvolvimento;
  • Algoritmos de IA são capazes de analisar imagens médicas, como raios-X e exames de ressonância magnética, com alta precisão. Um estudo publicado na revista Nature mostrou que eles superaram radiologistas humanos na interpretação de mamografias;
  • A IA é eficaz na detecção precoce de doenças e o sistema desenvolvido pela Google Health é prova disso ao ter sido capaz de identificar casos de diabetes a partir de imagens de retina com uma precisão de 94,4%;
  • Plataformas de IA estão sendo usadas para auxiliar médicos no processo de diagnóstico. A IBM Watson fornece assistência diagnóstica em oncologia, analisando vastas quantidades de dados médicos e literatura científica para recomendar tratamentos personalizados;

  • A IA também está acelerando a pesquisa médica, identificando candidatos a medicamentos, modelando doenças complexas e analisando dados de ensaios clínicos em uma fração do tempo que levaria a métodos tradicionais;
  • Embora a IA tenha um enorme potencial, há desafios significativos relacionados à interpretação e confiabilidade dos resultados. Garantir que os algoritmos sejam justos, éticos e transparentes é uma prioridade em constante evolução;
  • O mercado global de dispositivos vestíveis de saúde deve ultrapassar US$ 100 bilhões até 2023, de acordo com a IDC, refletindo a crescente demanda por tecnologias que ajudem as pessoas a acompanhar sua saúde;
  • Os dispositivos vestíveis, como smartwatches e pulseiras fitness, são usados para rastrear a atividade física diária. Um relatório da Statista mostrou que 33,8% dos usuários de wearables nos EUA usam esses dispositivos para monitorar seu nível de atividade;
  • Alguns wearables estão equipados com sensores avançados que podem detectar sinais precoces de doenças, como a apneia do sono, ajudando na intervenção precoce e na prevenção de complicações;
  • Além do físico, wearables estão começando a abordar o autocuidado mental, com aplicativos que oferecem técnicas de relaxamento e monitorização do estresse;
  • Em 2020, as startups de saúde digital receberam mais de US$ 21 bilhões em investimentos, destacando a confiança dos investidores nessa área;
  • Startups como a Teladoc e a Doctor on Demand simplificaram a telemedicina, tornando-a acessível a um público mais amplo;
  • Empresas como a Livongo (agora parte da Teladoc) desenvolveram soluções inovadoras para o gerenciamento de doenças crônicas, como diabetes.

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