CEOs relatam desafios para cumprir Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável

Conflitos geopolíticos, inflação alta e amplitude das mudanças climáticas são obstáculos que atrasam adoção de iniciativas sustentáveis nas organizações, diz pesquisa 

Implementar a sustentabilidade nos negócios e, deste modo atender as expectativas das boas práticas de ESG, têm sido um desafio para CEOs, como mostra pesquisa realizada pelo Pacto Global da ONU e Accenture. Para se ter uma ideia, 93% dos respondentes apontaram dez ou mais desafios simultâneos de sustentabilidade em sua gestão. Além disso, 87% deles disseram que o atual nível de mudança está tão alto que refletirá na entrega dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS).

O estudo ouviu, na sua 12ª edição, 2.600 CEOs de 128 países, 18 indústrias e realizou mais de 130 entrevistas. Trata-se da maior amostra de executivos, incluindo o maior grupo do Sul Global desde que a pesquisa começou, em 2007. 

Ao comentar o resultado da pesquisa, Sanda Ojiambo, assistente do Secretário-Geral da ONU e CEO do Pacto Global, explicou que os conflitos, as quedas de energia, a alta inflação e as ameaças de recessão, provocam uma extensão de problemas. As mudanças climáticas fora de controle no crescimento das desigualdades sociais e econômicas desanimam os gestores, que não acreditam mais ser possível atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. 

Segundo 43% dos respondentes do levantamento, os esforços de sustentabilidade na esfera corporativa foram dificultados pelo ambiente geopolítico. Este número é ainda maior em países em desenvolvimento (51%).Além disso, quando são analisados os objetivos net zero estabelecidos pelas maiores companhias do mundo, a Accenture mostra que quase todas irão falhar em suas próprias metas caso não dobrem a redução de emissões de carbono nos próximos oito anos. 

Na contramão 

Apesar das dificuldades, alguns CEOs estão entregando valor aos seus mercados por meio de iniciativas sustentáveis. E os resultados positivos são frutos da combinação da inovação e da colaboração. De acordo com a pesquisa, 66% dos executivos afirmaram que as organizações das quais fazem parte estão firmando parcerias estratégicas de longo prazo. Tais lideranças estão reconfigurando a cadeia de suprimentos; capacitando suas equipes para que desenvolvam novas habilidades; e reavaliando suas relações com os recursos naturais por meio de descobertas tecnológicas - soluções físicas, digitais e biológicas.

O foco na tecnologia como arma para vencer a luta contra os desafios globais e levar as organizações a alcançarem o crescimento, foi a solução encontrada pelos participantes do estudo. A sustentabilidade já aparece nos negócios por meio do lançamento de produtos e serviços sustentáveis (63%). Já 55% dos respondentes melhoraram os dados de sustentabilidade em toda sua cadeia de valor (55%). Outros 49% estão investindo em energias renováveis. Além disso, quase metade (49%) está mudando para um modelo de negócios circular, ao passo que 40% está aumentando os investimentos em inovação sustentável.

Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento, vê esses números com otimismo. “Os ODS acabam sendo uma oportunidade para as companhias se reinventarem e colocarem a sustentabilidade como peça chave para a transformação nos próximos anos, mesmo que não sejam cumpridos em sua totalidade”, reflete. 

Agenda 2030

Falta apenas 8 anos para a conclusão da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que corresponde a uma série de compromissos assumidos pelos países-membros da ONU. A Agenda foi criada diante da necessidade de desenvolver estratégias para que a sociedade evite problemas como a pobreza, fome, doenças e violência – com a promoção de direitos humanos, inclusão e sustentabilidade.

A pergunta que fica, após a apresentação desses dados, é: o que sua empresa está fazendo para adotar boas práticas de ESG, que se relacionam com os ODS estabelecidos pela ONU? 

Uma pesquisa recente, da Bloomberg, estima que a agenda ESG deve atrair US$53 trilhões em investimentos em 2025. Além de ser um pré-requisito de competitividade, empresas com boas práticas de ESG correm menos riscos de enfrentarem problemas jurídicos, trabalhistas, fraudes e sofrerem ações por impactos ao meio ambiente.

Essa tendência é uma das pautas do PAEX - Parceiros para a Excelência, solução da JValério com a chancela da Fundação Dom Cabral, que prepara as lideranças para potencializar e conquistar a longevidade para os negócios.

O PAEX é um programa para médias empresas e empresas familiares que buscam um modelo robusto de gestão, com a formação de executivos e equipes de alta performance, elevando os resultados de curto, médio e longo prazos.

O objetivo do PAEX é promover uma jornada de transformação. A solução irá proporcionar um aprendizado em rede, ampliando a visão estratégica, aumentando a capacidade dos executivos em resolver problemas e desenvolvendo competências gerenciais, construindo um modelo de gestão orientado à estratégia e aos resultados.