Tudo o que você precisa saber sobre o megaevento global focada no enfrentamento à crise climática e que, pela primeira vez, terá como sede uma capital na Amazônia
A governança ambiental, social e corporativa - mais conhecida pela sigla ESG -, é um tema que faz parte da agenda da maioria dos empresários. Ou, pelo menos, deveria. Afinal, nos dias de hoje, empreender sem considerar a abordagem praticamente significa não assumir o compromisso coletivo com uma série de pautas e tendências contemporâneas que impactam diretamente os negócios. A começar por ações para combater o aquecimento global e suas consequências, sobretudo, na produção de alimentos. A ideia é estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que impeça as interferências humanas de se tornarem cada vez mais agressivas e perigosas, colocando em risco o desenvolvimento econômico sustentável e, certamente, a vida no planeta.
Portanto, diante do cenário, é crucial que gestores e profissionais de cargos estratégicos acompanhem as principais notícias que envolvem a realização da COP 30 no Brasil como parte da tomada de decisões daqui para frente. Marcado para acontecer entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém (PA), o evento é o principal e mais importante fórum para debater e negociar iniciativas de enfrentamento à crise climática. Esta será a primeira vez que uma capital na Amazônia brasileira sediará o encontro, fato considerado simbólico e estratégico ao colocar em evidência a importância da maior floresta tropical do mundo para a regulação do clima global e a conservação da biodiversidade.
Pensando nisso, reunimos algumas informações importantes sobre a COP 30 a seguir.
A COP, sigla para “Conferência das Partes”, surgiu como um “braço” da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (do original em inglês, United Nations Framework Convention on Climate Change - UNFCCC), elaborada durante a conferência Rio-92, também conhecida como Eco-92 ou Cúpula da Terra, que aconteceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1992. De lá para cá, segue sendo realizada anualmente com o intuito de reunir líderes, autoridades, cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil que desejam negociar e firmar acordos de cooperação internacionais para lidar com as crescentes preocupações ambientais. Em 2024, a COP 29 será de 11 a 24 de novembro, em Baku, capital do Azerbaijão.
Desde que entrou em vigor (1994), a convenção reconhece que o sistema climático trata-se de um recurso compartilhado, cuja estabilidade pode ser severamente afetada pelas nossas atividades, sobretudo as industriais e agrícolas, bem como pela queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e g-as ) e desmatamento - responsáveis por liberar dióxido de carbono e outras substâncias nocivas na atmosfera. Em outras palavras, os grandes vilões que estão transformando os padrões de temperatura média registrados ao longo do tempo - tanto no oceano como na camada de ar mais próxima à superfície - ocasionando um grande problema ambiental de graves proporções - a exemplo da disponibilidade de água, tornando-a mais escassa em regiões onde as secas já são comuns.
A escolha de Belém como sede da COP 30 foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2023, durante a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes. Na ocasião, Lula afirmou que vai pedir à ONU que a Amazônia seja a sede do evento, e destacou que os estados do Amazonas e do Pará estão habilitados a receber conferências internacionais. Seja como for, será uma oportunidade única para o país e demais nações debaterem o que pode ser feito para a proteção do bioma, uma vez que disso depende a riqueza e a diversidade da flora e da fauna, além dos direitos e o modo de vida dos povos originários.
A conferência também será um momento de avaliar os avanços e os desafios desde o Acordo de Paris, assinado na COP 21, em 2015, que estabeleceu o objetivo de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais até o final deste século. Para isso, os países signatários do acordo devem apresentar suas metas nacionais de redução de emissões, chamadas de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), e seus planos de ação para alcançá-las. Por aqui, até o momento, as principais promessas estabelecidas pelo governo (que espera poder contar com o apoio da iniciativa privada e de organizações não-governamentais) foram as seguintes:
Dentre os desafios para cumprí-las, estão:
Para o secretário do Planejamento do governo do Amapá, Lucas Abrahao, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) pode dar visibilidade em apresentar as oportunidades de negócio ao estado, o que pode gerar um incremento no PIB da região. Segundo Abrahao, a expectativa é de crescimento econômico por meio da bioeconomia e dos produtos florestais não madeireiros, entre eles, os óleos essenciais, os cosméticos, os fármacos, os princípios ativos, a fruticultura e as super frutas da Amazônia, como o açaí, a castanha e o cacau.
Por ser um estado pacificado, sem nenhum conflito latifundiário e com territórios indígenas e quilombolas demarcados, isso pode chamar a atenção de investidores dispostos a trabalhar dentro das áreas produtivas, desde que de forma legal e sustentável. Sem falar que trata-se de uma oportunidade única para setores como os do turismo, hotelaria, gastronomia e serviços de modo geral preparados para atender cerca de 80 mil pessoas por dia (num total de 140 mil inscritos na COP).
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