A relação entre a gestão, a arte e a literatura

17/12/2021
A relação entre a gestão, a arte e a literatura | JValério

Pós-graduação oferecida pela Fundação Dom Cabral e JValério vão além da gestão do negócio, a especialização coloca os alunos frente à frente com situações reais que acontecem no mercado, por meio da ampliação de repertório e desenvolvimento de soft skills

Bentinho e Capitu, da obra de Machado de Assis. João Grilo e Chicó, do cordel de Ariano Suassuna. Dona Flor, que conquistou dois maridos e muitos leitores das páginas de Jorge Amado. O que todos esses personagens de alguns clássicos da literatura brasileira têm em comum?

Mesmo quando fogem ao padrão da realidade do nosso tempo, eles nos ajudam a compreender um dado momento da história – o enredo normalmente serve como ‘pano de fundo’ para mostrar a situação política, social e cultural da época em que foi escrita – e, mais do que isso: os personagens nos ajudam a compreender a natureza humana, que é uma soft skill importante no mundo corporativo. Por ampliar nossa visão de mundo, a arte e a cultura, em geral, podem impulsionar uma carreira.

As obras de arte também fazem parte do repertório do conceito de lifelong learning, que prega que aprender é mais do que frequentar bancos das universidades e que vai além da coleção de diplomas. Esse ato deve nos acompanhar a vida toda e engloba até momentos que se confundem com o lazer: como assistir um filme ou visitar um museu. Por isso, o contato com obras de arte também deve estar na lista dos executivos, líderes e gestores.

A cultura tornou-se, inclusive, uma ferramenta para moldar o comportamento e ensinar para eles sobre as soft skills em um curso de MBA nos Estados Unidos. Os professores Christine Seifert, do Westminster College, e Russell Clayton, do Muma College of Business da University of South Florida, propuseram uma pequena alteração curricular: o debate de histórias de ficção. A conclusão, relatada por eles em um artigo científico, é de que a literatura tornou os alunos mais conscientes, reflexivos, responsáveis socialmente e empáticos.

“Todas essas características devem estar presentes na figura de um líder carismático e transformador”, avalia Clodoaldo de Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento.

Ele acrescenta que não é à toa que vemos a valorização da arte e da cultura em diversas escolas de negócios com intuito de desenvolver habilidades ligadas ao espectro subjetivo do indivíduo, como a inteligência emocional. “O comportamento social e a forma como as pessoas se expressam emocionalmente, além de características que remetem à personalidade, como capacidade de se comunicar, a organização e a flexibilidade, são aspectos relevantes na hora da contratação ou promoção de colaboradores. Por isso, o comportamento, algo que não depende de certificados, é um diferencial na trajetória profissional de qualquer um”, observa Clodoaldo de Oliveira.

Repertório e criatividade

Além de uma ferramenta lúdica capaz de moldar comportamentos e de estimular o pensamento crítico por meio dos conhecimentos que adquirimos, a arte promove a criatividade - que também é tão valorizada no mercado de trabalho e que é algo que pode ser aprimorado.

A autora da obra “Grande magia: vida criativa sem medo”, Elizabeth Gilbtert, afirma que “ter uma mente criativa é como ter um cão pastor como animal de estimação: ele precisa se exercitar”.

E conviver com a cultura é uma forma de aguçar o senso criativo: veja filmes e séries; crie o hábito de ler (livros, jornais e revistas); escute podcasts; e ouça músicas de artistas e gêneros que ainda não conhece. A ideia é aumentar seu repertório. Todas essas novas informações irão facilitar os insights, que fazem parte do processo criativo  As referências que você tiver guardadas no cérebro vão facilitar a criação ao fazer conexões inusitadas e que podem dar à luz a algo novo.   

A paixão pelas artes, principalmente a literária, é uma característica em comum no perfil de lideranças bem-sucedidas mundo afora. Elon Musk, CEO da SpaceX e da Tesla, afirmou que os livros o ensinaram a construir foguetes. Bill Gates, fundador da Microsoft, também é reconhecido como um leitor voraz. Jeff Bezos, fundador da Amazon, viveu rodeado de companhias literárias e a “Alexa”, nome da inteligência artificial desenvolvida pela empresa, é uma homenagem à famosa biblioteca de Alexandria (Egito). E para o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, os livros foram fonte de equilíbrio e inspiração durante seus oito anos em que comandou o país.

Na visão de Clodoaldo, sem dúvidas, a relação de intimidade com a arte literária favoreceu o desempenho dessas lideranças e é um dos fatores que contribui para o sucesso das organizações chefiadas por eles. “A visão deles é diferenciada, mais abrangente e de alto impacto justamente em razão de todo repertório que carregam na bagagem. Os executivos brasileiros ainda precisam compreender que frequentar teatros e cinemas, visitar museus, ouvir música, aprender a tocar um instrumento ou até mesmo ter um hobby, como a marcenaria ou se interessar pela ciência, não é perder tempo. A formação intelectual, fora do universo da gestão, não deve ser encarada como conhecimento inútil”, reflete o diretor executivo da JValério.

Formação para a vida

Na especialização oferecida pela FDC e pela JValério, o foco também é o desenvolvimento do gestor de forma sistêmica. A metodologia diferenciada também favorece o aprendizado e o aprimoramento dos alunos. Entre elas está o Business Design, ferramenta elaborada para que o aluno se envolva com situações reais que acontecem no mercado.

Ao contrário do que se constata em um TCC, por exemplo, no formato Business Design, o aluno terá condições de realizar ensaios, aplicar as habilidades transmitidas nas aulas e testar esses conhecimentos de maneira prática.

Todo o programa está disponível em diversas cidades brasileiras, formatado com uma série de diferenciais para garantir pleno acesso ao conhecimento. Os alunos vão aprender a trabalhar capacidades de liderança, terão orientações de como atuar com base em valores éticos e sustentáveis, buscando refletir a respeito de situações complexas envolvendo a empresa e a comunidade.

Minha profissão no futuro 

Outro atributo do curso da FDC é estimular o desenvolvimento das 11 habilidades comportamentais que serão exigidas pelos profissionais em 2025, de acordo com o relatório “O Futuro do Trabalho”. O documento foi elaborado pelo Fórum Econômico Mundial.

O desenvolvimento das chamadas soft skills já é um diferencial competitivo e a previsão dos especialistas é de que sejam cada vez mais exigidas pelos recrutadores. São elas: Pensamento analítico e inovação; Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizado; Resolução de problemas; Pensamento crítico; Criatividade; Liderança; Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade; Raciocínio lógico; Inteligência emocional; Ser orientado a servir o cliente (foco no cliente) e Persuasão e negociação.

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