A difícil arte de dizer NÃO para contratar um familiar

29/07/2015
A difícil arte de dizer NÃO para contratar um familiar | JValério
Sabe a história de que quando uma empresa está indo muito bem sempre aparece familiar de tudo que é canto querendo fazer parte da história toda?  Normal e compreensível até, mas o problema está em saber se este familiar reúne as condições necessárias para fazer parte de um empreendimento -  e muitas vezes não reúne. Muitas vezes, há muita pressão por parte da família para este tipo de contratação. Então, como fazer para não contratar este tipo de colaborador sem preparo apenas pelo motivo dele ser parente? Eduardo Valério, diretor-presidente da JValério, empresa associada à Fundação Dom Cabral , prefere diferenciar que na empresa, seja familiar ou não, apenas deverão ingressar ou trabalhar profissionais que atendam aos requisitos do cargo ou função. "Independentemente de ser familiar ou não, na empresa o que prevalece é o conjunto de competências e não os laços familiares. Esta definição deverá estar, desde cedo, acordado pela família através de um instrumento de governança que chamamos de Acordo de Família ou, em alguns casos, também integrante do 'Acordo de Sócios'”. Eduardo entende que esta é a forma mais politicamente correta para evitar contratações forçadas por pressões de familiares e que podem desviar todo o trabalho desenvolvido. "O Acordo de Família ou o Acordo de Sócios possui regras para ingresso de familiares na empresa. Dessa forma, é mitigado o desgaste de informar a determinado familiar do seu não ingresso na empresa". Não está dando certo, e agora? E se um familiar, já dentro da empresa, quiser subir de cargo e não estiver pronto ou - pior - não tiver a capacidade necessária? Eduardo Valério explica que uma vez na empresa, todo e qualquer profissional (familiar ou não) deverá progredir na carreira desde que atenda aos indicadores determinantes para a sua progressão. Crescimento Quando uma empresa começa e ainda não possui nada, nem todos querem participar da gestão. Porém,  com o passar dos anos - e com o crescimento da empresa - surgem os "aproveitadores".  O quanto a inclusão de parentes sem preparo pode ser prejudicial para os negócios? Eduardo Valério entende que todo o começo de empresa é fundamentado numa inspiração dada pelo fundador e no “apetite” para correr riscos e é natural que membros da família ingressem na empresa neste momento. "É a confiança a principal competência neste momento. Ao longo da vida da empresa outras competências serão demandadas para as pessoas da empresa com expectativa de que estas pessoas possam atender" complementa. Eduardo Valério explica ainda que existem situações em que a inclusão de um filho ou de um outro parente tenha sido precipitada e acabou gerando prejuízo para a empresa familiar.  "Há casos clássicos de equívocos no ingresso de filhos na empresa. Desde o início nas posições mais 'elevadas' na hierarquia empresarial sem ter o devido mérito, até permitir a intervenção deste familiar em projetos já definidos causando inúmeros problemas". Para finalizar, Eduardo Valério reforça a ideia de que o ingresso de qualquer familiar na empresa deve seguir estritamente as regras determinadas pela empresa e não pela família. Imagem: PdPics.com
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