Em palestra no 1º Fórum Empresarial JValério, Carlos Primo Braga, professor da Fundação Dom Cabral, apresentou dados sobre economia brasileira e traçou cenário de oportunidades e desafios para Brasil
O 1º Fórum Empresarial JValério Fundação Dom Cabral realizado nesta terça-feira (12), em Curitiba, teve o Novo Contexto Brasileiro como temática principal. De acordo com especialistas e autoridades convidadas para o debate sobre o assunto, o cenário é propício para retomada do crescimento, que deve ser impulsionado a partir de novos investimentos, reformas estruturantes e confiança do consumidor.
Conduzida pelo ex-diretor de Política Econômica do Banco Mundial e também professor da FDC, Carlos Primo Braga, a palestra “O Futuro da Economia Brasileira” deu início ao evento que reuniu com exclusividade quase 200 empresários e executivos de alta gestão na capital do Paraná. O especialista apresentou dados detalhados da economia brasileira, destacando o índice de confiança do consumidor e traçando estimativas para o primeiro ano do governo Bolsonaro, que com apoio expressivo, pode emplacar mudanças econômicas decisivas. “Neste momento a torcida é grande, mas os riscos são elevados”, comentou.
Para o palestrante, o mercado vive com o governo um período que ele denomina de “lua de mel”: período esperançoso, típico do início do mandato. Contudo, segundo Braga, no caso do novo planalto, apesar de otimista, a expectativa sobre Jair Bolsonaro é a pior desde 1989, quando comparada com outros presidentes eleitos (Fonte: Radar 4E, 2019). Além disso, a previsão dos brasileiros em relação à estabilidade financeira de longo prazo é pessimista: 53% das famílias acredita que condições financeiras dos descendentes tende a piorar.
De acordo com o especialista, esse paradoxo entre expectativas de curto e longo prazo e a lenta recuperação brasileira faz o cenário brasileiro tão otimista quanto incerto. Para a melhoria de estimativas, é preciso a retomada da confiança - tanto interna quanto externa - e esta, segundo Braga, depende da aprovação de reformas estruturais, sobretudo da previdência, o que tem sido uma das prioridades da nova equipe econômica, com proposta robusta e bem recebida pelo mercado. “As expectativas de curto-prazo são positivas, mas se ações práticas não forem adotadas de nada adiantará o otimismo”, resumiu.
Tomando a agenda reformista como prioritária para ajuste fiscal, Braga comentou ainda sobre a dificuldade de encontrar consenso entre os parlamentares para que a medida seja aprovada. “Vai ser uma disputa partidária fatiada pelos grupos de interesse envolvidos: não é fácil obter apoio popular para uma reforma dessa magnitude”, concluiu. “O potencial está em investir em infraestrutura, fazer uma reforma tributária e buscar produtividade”.
Em relação ao mercado internacional, o professor destacou a rápida mudança do centro da gravidade econômica, a desaceleração da economia global, tendências protecionistas, choques geopolíticos, as disrupturas ocasionadas pela tecnologia e o crescimento exponencial da China. Segundo Braga, o destaque conquistado pelo gigante asiático é uma tendência que deve continuar e ser seguido pela vizinha Índia, enquanto empresários do mundo todo terão de se adaptar cada vez mais rapidamente a substituição do trabalho humano por recursos de inteligência artificial.
Painel
Após palestra de Carlos Braga, a jornalista Mira Graçano mediou um painel sobre mesmo assunto com o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slavieiro, o presidente da FIEP, Edson Campagnolo e o presidente da FDC, Antônio Batista da Silva. Os debatedores fizeram coro ao otimismo apresentado durante a palestra, considerando que o mercado tem expectativa otimista com novo governo. “Não podemos perder a oportunidade hoje, independentemente da ideologia política”, afirmou Campagnolo, enquanto o presidente da FDC, Antônio Silva, destacou uma mudança de paradigma na nova juventude, que tem buscado propósito de maneira aliada à carreira. “É preciso pensar na dimensão da justiça social; o jovem de hoje quer propósito, quer engajamento, e eles estão chegando no mercado para mudar a forma como os negócios são conduzidos”, ponderou. Quando questionados sobre o custo social da linha adotada pelo novo governo federal, os painelistas foram unânimes em afirmar que a boa economia vai garantir a manutenção dos parâmetros de igualdade social.
Sobre o Fórum Empresarial
Essa é a primeira edição do fórum em Curitiba, neste formato, com selo da Fundação Dom Cabral, reconhecida como a melhor escola de negócios da América Latina por 13 anos consecutivos e entre as 12 melhores do mundo, segundo o Ranking anual de Educação Executiva do jornal inglês Financial Times. O evento exclusivo para executivos de alta gestão é uma iniciativa da JValério, empresa associada à Fundação Dom Cabral no Paraná e em Rondônia. Além de Carlos Braga, o filósofo Mário Sérgio Cortella e o professor Sámir Lófti compuseram o quadro de palestras. Especialistas e executivos convidados, autoridades públicas e representantes de entidades de classe integraram as discussões com cerca de 200 empresários de 108 empresas paranaenses.
Sobre a JValério Fundação Dom Cabral
Fundada em 2005, a JValério é a representante da Fundação Dom Cabral no Paraná e em Rondônia, proporcionando programas de desenvolvimento de gestão e educação executiva que favorecem a otimização da atividade empresarial. Sendo uma das principais associadas da FDC no Brasil, a JValério já atendeu mais de 200 companhias e possui mais de 80 empresas ativas que vivenciam processos gradativos de transferência de conhecimento, com o intercâmbio de experiências em todos os níveis gerenciais. Tendo sustentabilidade como tema transversal em todos os projetos, a Fundação Dom Cabral é uma escola de negócios brasileira com 40 anos de atuação em diversos segmentos em vários países e é considerada melhor escola de negócios da América Latina, por 13 anos consecutivos e entre as 12 melhores do mundo, segundo o Ranking anual de Educação Executiva do jornal inglês Financial Times.
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