Como evitar problemas com a presidência rotativa em uma empresa familiar?
20/01/2015
Durante o processo de sucessão de uma empresa familiar, é preciso estar atento quando há mais de um herdeiro almejando o cargo. Muitas vezes, uma empresa mantém todos os envolvidos atrelados com a empresa através da presidência rotativa - mas alguns problemas do passado podem causar rusgas futuras.
Eduardo Valério, diretor-presidente da JValério, associada à Fundação Dom Cabral, aponta quais são os pontos importantes para evitar que pendências não resolvidas do passado interfiram nas gestões que estão assumindo. quando explica como deve ser esta relação para que tudo seja o mais correto possível.
Mas é recomendada presidência rotativa?
Eduardo Valério, não recomenda o processo de rodízio de sucessores na presidência executiva de uma empresa familiar (CEO) pois isso geralmente causa extremo desconforto para quem está na gestão e fora dela.
"A presidência executiva deve ser formada por critérios absolutamente técnicos. Já no conselho de administração é possível se prever algum tipo de rodízio, mas também tendo como pré-requisito processos de preparação . No conselho de sócios - ou até mesmo no conselho de família - é mais comum haver este tipo de rodízio" diz Eduardo Valério.
O especialista recomenda que nas funções de administração dos negócios (CEO e CAD) não haja processo de rodízio e que nas funções societárias e familiares podem ser previstos sim, desde que respeitando as questões das participações acionárias, controle societário, etc.
Revezamento ente herdeiros na gestão
Eduardo Valério analisa que um processo sucessório é sempre cercado de inseguranças e não há uma única fórmula de sucesso. "O que temos recomendado e implementado é , primeiramente, o estabelecimento do Planejamento Estratégico do Negócio com base nele realizar a avaliação dos potenciais sucessores onde será feita".
O especialista explica que desta maneira mais técnica e não sentimental, a identificação dos mais preparados para assumir funções de diretoria é mais tranquila. "O revezamento vai depender muito deste processo de avaliação, que muitas vezes pode apontar para o ingresso de profissionais externos durante um período até que os sucessores estejam preparados e qualificados" aponta Eduardo Valério.
Eduardo acredita que, na governança da empresa familiar, há três possibilidades principais para “Presidentes”:
- Presidente do Conselho de Sócios;
- Presidente Executivo (CEO) e;
- Presidente do Conselho de Administração.
"Para cada uma destas funções há pré-requisitos e qualificações sobre as quais os postulantes deverão ser avaliados e eleitos para mandatos específicos, com métricas de avaliação de desempenho claras" aponta Eduardo Valério.
Águas passadas?
Os problemas que se acumulam podem gerar atritos entre os herdeiros. Para sanar esta "bola de neve", Eduardo Valério explica que é preciso regras claras.
As questões relativas aos aspectos éticos, caráter, comportamentos costumam vir à tona no momento em que se discutem questões econômicas e financeiras, como distribuição de lucros, fluxo financeiro e patrimônio.
"Quando estas questões aparecem normalmente trazem consigo as cicatrizes mal curadas das relações . É difícil antever a falta de lealdade, de valores e princípios, mas há condições de mitigar o efeito que isso possa causar na sociedade com mecanismos de controle e prestação de contas" aponta Eduardo Valério.
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