Expansão na receita do setor de serviços

20/11/2014
Expansão na receita do setor de serviços | JValério
O desempenho do setor foi influenciado principalmente por serviços profissionais, administrativos e complementares

Um dos responsáveis pelo bom momento da economia em 2012, que naquele ano registrou alta de 1% no Produto Interno Bruto (PIB), o setor de serviços mostrou aumento de 8,3% na receita líquida operacional real (ou seja, descontada a inflação), para R$ 1,1 trilhão, na comparação com o ano anterior. O raio-X do setor foi divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Anual de Serviços (PAS) de 2012. Naquele ano, o valor adicionado bruto do setor de serviços foi de R$ 675,2 bilhões.

O instituto apurou também que o setor empregou 11,993 milhões de pessoas em 2012, 5,6% a mais do que em 2011.

Segundo o IBGE, o setor de serviços abrangia um universo de 1,155 milhão de empresas – 6,4% a mais em comparação com 2011. Essas empresas foram responsáveis por pagamentos totais de R$ 227,04 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, sendo que o instituto calcula alta real de 6,9% na massa salarial de empresas do setor entre 2011 e 2012.

De acordo com o IBGE, o desempenho dos serviços acompanhou tanto a dinâmica de outros setores, como o de construção, quanto a do mercado de trabalho e a elevação da renda média da economia brasileira no período 2007-2012. O setor de serresponde por mais de 60% do PIB brasileiro.

Segmento rodoviário

Favorecido pelo setor rodoviário, o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio respondeu por mais de um terço da receita operacional líquida da economia de serviços em 2012. Segundo o IBGE, transportes respondeu sozinho por receita operacional líquida de R$ 314,94 bilhões em 2012 – sendo que, naquele ano, a economia de todo o setor de serviços movimentou R$ 1,132 trilhão. Essa foi a maior parcela, em reais, de receita operacional alcançada entre os sete grandes segmentos pesquisados pelo instituto.

O IBGE apurou que, desse total angariado por transportes, o segmento rodoviário respondeu por 51,7% (ou R$ 164 bilhões) da receita total operacional líquida de transportes; 51,9% (ou R$ 29,7 bilhões) da massa salarial; 65,7 % (ou 1,7 milhão) das pessoas ocupadas; e 78,5% (ou 124,8 mil) do total de empresas.

A segunda maior parcela, dentro do total da receita operacional de serviços, ficou com serviços profissionais, administrativos e complementares, com R$ 303,049 bilhões. O segmento engloba alugueis não imobiliários, gestão de ativos intangíveis não financeiros e turismo.

Outros destaques dentro da receita operacional líquida de serviços em 2012 foram serviços de informação e comunicação, com total de R$ 290,9 bilhões; serviços prestados às famílias, com R$ 117,8 bilhões; outras atividades de serviços, com R$ 57,639 bilhões; atividades imobiliárias, com R$ 29,82 bilhões; e serviços de manutenção e reparação, com R$  18,44 bilhões.

Sudeste concentra receita

Mais uma vez, a região Sudeste respondeu pelas maiores parcelas de participação nos totais de receita bruta, massa salarial e pessoas ocupadas da economia de serviços em 2012. Segundo o IBGE, essa região respondeu por 65,8% do total da receita bruta de prestação de serviços; por 66,5% da massa salarial paga naquele ano; e por 60% do total de pessoas ocupadas no setor de serviços em 2012. 

O Sudeste também respondeu pelo maior salário médio mensal, em salários mínimos (2,6 salários), patamar superior ao da média brasileira para essa atividade, citada pelo IBGE (2,3 salários mínimos).

No entanto, o instituto informou que, ao se mensurar a taxa de crescimento de receita bruta no setor de serviços entre as grandes regiões, entre 2011 e 2012, a elevação mais intensa ocorreu entre as empresas da região Centro-Oeste (11,4%), seguida por Sul (10,9%), Norte (9,1%), Sudeste (7,5%) e Nordeste (6,7%).

Em se tratando de pessoal ocupado no setor de serviços, os maiores crescimentos, entre 2011 e 2012, foram originados das regiões Norte (9,9%), seguida por Centro-Oeste (9,3%), Nordeste (6,2%), Sul (5,1%) e Sudeste (5,0%).

Entre os Estados, o IBGE informou que Tocantins apresentou a maior taxa de crescimento da receita bruta em termos reais (27,5%) entre 2011 e 2012. No entanto, com aumento de 6,7% na receita bruta em termos reais no mesmo período de comparação, São Paulo respondeu pela maior contribuição à taxa de crescimento da receita total da atividade de serviços do país, no mesmo período (2,9 ponto percentual de 8,3%).

(Alessandra Saraiva | Valor)

19.11.2014

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