Empresários do Amazonas criticam governança corporativa da Petrobrás em evento

18/11/2014
Empresários do Amazonas criticam governança corporativa da Petrobrás em evento | JValério
Eles fizeram duras ressalvas ao excesso de interferência política na Petrobras e colocaram esse aspecto na raiz dos problemas atuais da estatal Empresários do Amazonas, que participam de evento sobre governança corporativa em Manaus, criticaram duramente o excesso de interferência política na Petrobras e colocaram esse aspecto na raiz dos problemas atuais da estatal. O evento começou nesta segunda-feira (17) e terminará nesta terça (18). Para o empresário Maury Guerreiro, da Construtora Engeco, a Petrobras não tem “governança” e assuntos políticos interferem na gestão. “Na Petrobras houve uma desgovernança. Agora, as razões e efeitos eu não sei. Mas acho que tem muito a ver com o processo político entrando em áreas que devem ser de cunho estritamente empresarial e executivo. Aí é complicado”, afirmou. De acordo com empresário, Raul Andrade, do Grupo Alemã, interferência política em empresas, como no caso da Petrobras, prejudica a gestão da companhia. “Quanto menos ingerência política, mais governança a gente vai ter. Isso é uma coisa muita clara. A ingerência política não faz bem as administrações profissionais”, orientou. Para o sócio-proprietário da construtora Capital Rossi, Pauderley Avelino, apesar de acreditar que a Petrobras possui uma governança corporativa, erros graves aconteceram. Ele acredita que empresas como a petrolífera têm que demonstrar para a sociedade que tem controle e devem ser transparentes. “A empresa que não tem governança está sujeita a todo tipo de problema de desmando, de falta de controle. A Petrobras tem governança corporativa, mas o que ocorreu foi uma deturpação sobre as questões que levaram a práticas ilícitas sob o manto de uma gestão que fraquejou. A empresa tem que dar segurança ao investidor, tem que haver controle e transparência”, acredita o empresário. Aprender com os erros O diretor-sócio e presidente das empresas Bemol e Fógas Jaime Benchimol, afirma que, pelo fato de a Petrobras ter um componente político, é preciso acompanhar mais de perto para que se possa controlar. Para ele, é possível aprender com os erros da petrolífera. “Aprender com os erros dos outros é a forma mais fácil de educação. Porque você vê o que já não deu certo, onde estão as falhas, e tenta antecipar-se a elas. A Petrobras tem um componente político. Não basta mais acompanhar os diretores e a ‘performance’ da organização. É preciso influir, controlar, monitorar, evitar que haja espaços para omissões, onde problemas possam vir a acontecer. É preciso fazer um mapeamento dos riscos. É a maior lição que podemos tirar dos problemas de outras organizações como a Petrobras”, disse o executivo. Na segunda-feira, a Petrobras anunciou a criação de uma diretoria de governança, em resposta às denúncias de corrupção da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Curso Empresários de pelo menos 25 grandes empresas participam do curso “Governança corporativa”, da Fundação Dom Cabral. O evento, que contou com a participação de especialistas na área como a professora Elismar Álvares da Silva Campos, busca, segundo ela, fornecer "mecanismos, processos, estruturas e instrumentos para monitorar e controlar a sua empresa". De acordo com a professora, todos os grandes erros de governança ficam menores quando se fala no escândalo da Petrobras. “O exemplo de grande erro nós estamos vivendo agora. Todos os outros ficam menores diante do caso da Petrobras, onde administradores foram envolvidos numa rede de corrupção sem precedentes”, disse. (http://acritica.uol.com.br)
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