Tempos de Crise: Inovação e Produtividade?

28/03/2016
Tempos de Crise: Inovação e Produtividade? | JValério
Não há dúvida do quanto o ambiente econômico brasileiro atual está conturbado. O momento é de queda do Produto Interno Bruto por mais de três trimestres consecutivos, queda relacionada ao desempenho dos setores industrial, de serviços e, até mesmo, do agronegócio, reconhecido como a alavanca do crescimento nacional. Se não bastasse, o consumo das famílias, do governo e as expectativas de investimentos são decrescentes. Com todos estes dados, a agenda dos executivos tem sido pensar em ​​investimentos relacionados à inovação e produtividade. No entanto, qual o melhor caminho a seguir? Seriam os investimentos em inovação e produtividade complementares ou excludentes? Estaria faltando algum tema nesta agenda? Hugo Tadeu Dados recentes da pesquisa “Caminhos para a Produtividade”, realizada pelo Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC, sugerem que, na década de 80, países e empresas somente poderiam ter crescimento sustentado graças aos investimentos constantes em inovação tecnológica. Aliás, os trabalhos realizados pelo professor de economia da Universidade de Nova York Paul Romer podem ser consultados, para os interessados nestes temas. No entanto, após uma análise exaustiva de dados e testes de hipóteses conduzidas no período 2014-2016, o crescimento dos países somente se daria a partir da existência de um ambiente macroeconômico estável e de políticas públicas relacionadas ao desenvolvimento de pessoas realmente qualificadas. Sem estes fatores, a absorção de inovações e os resultados de eficiências produtivas não seriam satisfatórios. Ao analisar os dados em maior profundidade, as empresas brasileiras que mais cresceram foram aquelas que souberam buscar a internacionalização, desenvolvendo novos produtos e avançando com políticas incrementais. Aquelas empresas que optaram por inovações tecnológicas radicais, além do risco associado ao investimento, vêm apresentado baixa rentabilidade e crescimento estagnado. Ao comparar também os dados de um grupo de empresas brasileiras, com outras do mesmo segmento nos Estados Unidos, foi possível perceber que, apesar de todo o investimento público em inovação realizado no passado pelo governo americano, o grande diferencial competitivo daquele país estaria nas políticas educacionais. Portanto, o crescimento não seria uma função do investimento, mas dos ganhos da produtividade do trabalho. Historicamente, a produtividade sempre cresceu a partir de grandes invenções. Como não lembrar das primeiras máquinas a vapor, dos equipamentos elétricos e do advento recente da internet? Todas estas tecnologias foram importantes para o crescimento econômico mas, como o seu tempo de maturação é longo, a comparação com melhorias contínuas as torna com viés de baixo retorno no tempo. Neste sentido, empresas com capacidade de adaptação rápida às condições do ambiente em que vivem sobrevivem por mais tempo. Logo, em tempos de crise, a melhor opção é investir cada vez mais em pessoas, uma agenda considerada não prioritária por grande parte das empresas pesquisadas pelo Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC. Do contrário, por maiores que sejam os investimentos em inovação, a busca por tecnologias de futuro e projetos relacionados à produtividade, os resultados não serão nada animadores. Portanto, quais serão as políticas de treinamento de pessoal na sua empresa? Quais os temas considerados relevantes para estes treinamentos? Como medir a eficiência destes treinamentos? Quais projetos de inovação radical e desenvolvimento de novos produtos estão sendo pensados? Como melhorar os processos internos e o tempo de execução de projetos? As respostas destas perguntas combinadas podem ser a saída para a crise da sua empresa.​​ Fonte: FDC
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